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sábado, 9 de abril de 2016

Mosteiro dos Jeronimos e seu Simbolismo Espiritual




Mosteiro dos Jeronimos e seu Simbolismo Espiritual

Este Mosteiro foi construido por Mestres da Pedra ou Maçons sob a orientação espiritual e simbólica de Iniciados.

Nessa igreja, os grandes navegadores como Pedro Álvares Cabral, Vasco da Gama e outros, faziam vigílias antes de partirem para as suas grandes viagens marítimas.

Como parte de um ritual de iniciação os futuros navegadores deviam procurar as colunas com a  “mão de Deus”, que deviam tocar (o que explica o desgaste que se observa nos motivos) como protecção nas suas viagens.

Era local de Iniciaçoes espirituais e na sua construção foram incluidos simbolos esotéricos que sirvam para a ’aprendizagem‘  dos Iniciados.



Este simbolismo do Raio na mão de Zeus representa a Última Essência. 
Por isso, o Vajra-yana (Budismo Tibetano) é o Caminho do Raio, ou a Via do Raio. Ou seja, o caminho para chegar até ao Raio.


 No Claustro do Mosteiro dos Jerónimos encontramos um ouroboros no tecto.  


Símbolo de eternidade, renovação alquímica da matéria e unidade do cosmos e do infinito a serpente que morde a sua própria causa é um símbolo que se repete (várias vezes) no claustro da Sé Catedral de Lisboa.

No painel central do grandioso pórtico sul do Mosteiro dos Jerónimos encontramos o Infante Dom Henrique. 
A posição onde se encontra a sua estátua está carregada de valor simbólico, estando no eixo que separa o “céu” da “terra” (Nossa Senhora dos Reis Magos e Arcanjo São Miguel). 


 


Dom Henrique é aqui tanto mais invulgar, porque é o único “homem comum” representado nesta fachada, o de evidencia a sua importância para o projeto quinto imperial que então Portugal estava a construir.


O Infante Dom Henrique designava a região onde se viria a construir o Mosteiro dos Jerónimos como “Beth-Lehem”, isto é, a “casa do pão” em hebraico. 


Esta poderia ser uma alusão ao local onde esperava – no seu magistral plano quinto imperial – lançar as bases do novo Homem, iniciado em Cristo e no Império, novo Cristo que partiria a desbravar e a evangelizar o mundo.

Antes do Mosteiro dos Jerónimos ser construído existia neste local uma Capela da Ordem de Cristo que prestava “apoio espiritual” aos navegadores que destas praias (então ainda a poucos metros da atual fachada do mosteiro) partiam para as Descobertas.



Seria nesta capela que se desenrolavam as cerimonias de iniciação que depois foram transferidas para o interior do mosteiro, e nomeadamente para a Igreja dos Jerónimos.

No pórtico sul do Mosteiro dos Jerónimos podemos observar representações do Sol e da Lua, assim como dois medalhões com as efígies do rei e da rainha. 
O rei está representado com o pétaso, chapéu com asas do deus Hermes.

Um e outro símbolo aludem à dualidade sexual (Enxofre-Mercúrio) da matéria e à conjugação harmoniosa que o Adepto tem que cumprir na Grande Obra para alcançar o Rubedo e o consequente sucesso.

No friso do pórtico sul do Mosteiro dos Jerónimos podemos observar também os símbolos da corda, da seta de cupido e do ovo filosófico (matrás alquímico). 

A corda – motivo templário – vale pela união entre Iniciados que se cumpria neste local de iniciação que era o mosteiro; 

O Ovo representa o recipiente onde decorre a evolução da Materia Prima até ao estado mais puro e iluminado (a Pedra Filosofal, que aqui pode ser tanto uma expressão de Alquimia Espiritual, como de Material). 

A seta de Cupido, por fim, refere-se ao Amor, referido na Sé de Lisboa pelos vários “pássaros que se beijam” e que liga à ideologia dos trovadores e jograis de finais da Idade Média, verdadeiros porta-vozes da Igreja de João e do Templarismo.


No pórtico sul do Mosteiro dos Jerónimos encontramos também (como na Sé de Lisboa), o Arcanjo São Miguel, guardião de Portugal e do mundo e que – pela sua espada flamejante – alude ao Mercúrio dos Filósofos, o dissolvente que tudo mistura e que tem um papel determinante no sucesso da Obra de Hermes.


Num medalhão do Claustro do Mosteiro dos Jerónimos encontramos uma rosa solar aberta (valendo pela “vida”) sobre a cruz do calvário (morte), numa clara alusão ao Renascimento e à Regeneração que se pode alcançar pela Pedra dos Filósofos e pela rectidão de percurso na Grande Obra.

                  Gravura simbolizando a Morte ou Nigredo alquimico
                                em uma coluna na igreja

Noutro medalhão encontramos uma flor com 3 (Três) folhas em tridente.


Na Igreja de Santa Maria de Belém podemos encontrar o Rectângulo de Ouro ou Secção de Ouro, aqui colocado pelo grande arquiteto dos Jerónimos, Mestre Boitaca. 
Símbolo da expressão do Logos de João e do Fogo, elemento que anima a matéria morta e a conduz ao desenvolvimento pleno.

A ocidente do Claustro (Claustro significa o oculto, o fechado), Boitaca concebeu um caminho iniciático que começa no local onde encontramos um X num medalhão.


O caminho iniciático termina num Sol antropomorfizado no claustro Sul que vale pela ascensão do iniciado a esse novel patamar.


Ao longo deste caminho, dispõem-se vinte medalhões e oito quadros esculpidos, um por cada passo de iniciação que o neófito tem que saber vencer até conseguir alcançar o Sol, o seu objetivo final.

Estes vinte medalhões, decisivos para quem pretenda alcançar uma interpretação esotérica dos Descobrimentos, combinam motivos ornamentais alusivos à vida, paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo (Lados ocidental e oriental) e aos Descobrimentos (lados norte e sul).

Inicia-se pelo claustro Ocidental e termina-se no claustro sul.

O X é o ponto de partida, o Sol é o ponto de chegada.


Sem esta determinação, não é possível apreender o sentido do claustro. 

A partir dela, podemos afirmar que o claustro descreve, no seu movimento de ocidente para oriente, pelo norte, até acabar no sul, momentos e aspectos da "iniciação " da Arte Régia. 

Estamos perante as Iniciações dos grandes navegadores Portugueses na sua aventura pelo mundo e por 'dentro' deles.

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