Os Dons do Espirito Santo
São os 7 dons que nos acompanham e operam em nós as maravilhas
de Deus, sempre que não colocamos obstáculos à Graça, pois Deus respeita a
nossa liberdade.
Esses 7 dons nos são dados para nossa santificação e para a
edificação da Sua glória.
Os Dons do Espírito Santo são consequências do
desenvolvimento das Virtudes e do combate dos Pecados e dão-nos uma percepção
de como cada acção nossa tem uma retribuição.
Não dependem de nós os recebermos, embora dependa de nós ter
‘trabalhado’ para isso.
São dados por Deus a quem se esforça no combate aos pecados
para se conhecer melhor e mais fazer a Vontade do Pai em vez de fazer a sua
vontade egocentrica e a quem se esforça em paralelo para desenvolver as suas
Virtudes.
Como que destroem a pele, o invólucro das proposições e
conceitos humanos, permitindo aos crentes ter uma visão rápida e penetrante e
sobrenatural dos mistérios divinos.
Sem eles, o homem por si só não consegue, apenas por
palavras e expressões terrenas, definir o Divino, está fora das suas
capacidades naturais. Quem os recebe, percebe como cada acção-palavra ou pensamento que produz tem as consequências respectivas e cada má acção-pecado pode ser perdoada por um trabaho de arrependimento-penitência assim como as boas acções-virtudes podem ser ‘louvadas’ aumentando o mérito e a paz interior da pessoa por estar em mais intimidade com Deus.
O Dom do Espírito Santo dá-nos esta visão precisa de como
cada ação nossa tem uma retribuição.
Um filho que é adoptado numa família demora tempo a adquirir
os hábitos e costumes dessa família.
Assim é aquele que caminha para Deus, demora tempo a
adquirir os 'costumes' de Deus, da familia divina para onde caminha e sem isso
anda meio perdido nessa nova familia, ainda não se sabe bem comportar para
viver 'à maneira de um Deus '.
Com o tempo vai adquirindo os Dons do Espirito Santo que lhe
são dados consoante seu mérito pela Graça de Deus, e é com esses Dons que vai
começando a 'viver como um Deus', a iniciar-se a habitar na eternidade (uma
vida eterna começada).
A 'função' dos Dons é pois essa, que o crente passe de uma
actuação humana para uma divina e assim se adapte à nova familia e por assim dizer,
seja 'estranho' a tudo o que não fôr Deus.
Quem recebe por Graça os Dons, vive já na terra como 'uma
alma na eternidade', apenas ocupado no Louvor da Gloria de Deus, tal como as
Pessoas Divinas Se amam entre Si e como Elas amam o Universo.
A principio o Espirito age lentamente, progressivamente e
com espaços, mas se a alma é fiel, o Espírito age com mais frequência até ser
permanente e o crente se tornar 'deiforme', ou seja, actuar 'à maneira de Deus
', tal um outro Cristo com as devidas limitações da nossa natureza criada.
É mais uma Participação como seres criados e
Ajudantes-Colaboradores-Servos fiéis da Trindade, que uma Integração como o
Cristo, Deus Ele mesmo, nessa mesma Trindade.
Assim deificada a alma, consciente do seu nada, em que o Dom
do Temor de Deus e o Dom da Ciência a mantêm, fica-se em repouso, confiada no
socorro do céu, que lhe dá tudo o que precisa.
Ela é passiva sob a moção divina e ao mesmo tempo operante
com o seu livre arbítrio.
Todos os actos vêm dela e de Deus ao mesmo tempo.
Deus não suprime o seu agir pessoal mas dirige-o acima de si
próprio em conformidade com a maneira Dele inteiramente divina.
Assim são os traços característicos dos Dons misticos.
''Ah,
se eu pudesse dizer a todas as almas, que fonte de paz interior elas
encontrariam se consentissem em receber os Dons pelos seus méritos.
Mas,
quê? não sabem esperar!....Se Deus não se dá de forma sensível, pronto! deixam
logo a Sua Presença! E quando Ele vem a elas, com os Dons do Seu Espirito
Santo, não encontra ninguém! Estão lá fora, nas coisas exteriores!
Essas
almas não habitam nem sequer uns instantes no fundo de si mesmas''.
Isabel
da Trindade
A vida na terra, para quem atinge estes cumes misticos, é um
permanente Louvor da Glória de Deus, é a Vida perfeita, vivida em cada instante
no sopro do Espirito.
Como cultivar os Dons do Espirito
Santo
Cultivemo-los, antes de tudo, pela prática das virtudes
morais-cardinais e teologais, prática que constitui a primeira condição
necessária para a cultura dos dons.
Cultivemo-los, em segundo lugar, combatendo com firmeza o pecado
e o espírito do mundo, que é diametralmente oposto ao espírito de Deus,
conformando o nosso procedimento no dia a dia aos valores e regras Divinas.
Cultivemo-los, finalmente, pelo recolhimento interior, isto
é, pelo hábito de pensar frequentemente em Deus, que vive não somente vizinho a
nós, mas em nós e, assim recolhidos, nos será mais fácil escutarmos a voz do
Espírito Santo e segui-la.
Súplica ao Espírito Santo
Ó Espirito infinito, que em mim habitas,
faz com que eu viva em Ti.
Sem Ti, sou nada, nada valho, dai-me pois a
Graça de me unir a Ti, enche-me da Tua Luz para que, por Ti, esteja unido ao
Pai e ao Filho.
Vem a mim e sê o meu mestre interior,
inspira-me e assume a orientação do meu ser, ajuda a minha fraqueza e remedeia
as minhas deficiências.
Ensina-me a apreciar e dar uso às tuas mais
insignificantes inspirações, seja a deter um olhar, seja a reter uma palavra,
pois cada uma delas é um convite 'amoroso' a uma maior intimidade contigo.
Ajuda-me a evitar a mais pequena
infidelidade ou hesitação, a nada recusar vindo de Ti, para a minha união
Contigo ir crescendo e se transformar num abismo sem fundo.
Sei que, na prática, continuarei a cair e a
faltar frequentemente, todavia que isso não seja voluntário, e que nessas ocasiões,
me ajudes a de imediato reconhecer a falta e me colocar sob a Tua influência
com um movimento de abandono, sem me deixar perturbar nem desanimar, pois o Teu
Espírito é suave.
Ó Espírito Santo, desfaz a minha rigidez
interior, a inquietação e os medos que me impedem de repousar em Ti.
Que eu adira simples, doce e pacificamente
à Tua Vontade e me deixe moldar por Ti como cera maleável.
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