A Luxúria
Sua Natureza
A luxuria é a busca do prazer desordenado, seja de natureza carnal
e sexual seja de natureza frivola e festivaleira.
É um excesso do prazer
legitimo que nos foi concedido para vivermos.
Assim como quis Deus que andasse anexo um prazer sensível e ordenado
ao alimento, para ajudar o homem a conservar a vida, assim ligou um prazer
especial e ordenado aos atos pelos quais se propaga e vive a espécie humana.
Todo o prazer desordenado seja em atos externos seja em atos
internos consentidos, como imaginações,
pensamentos ou desejos não permite um crescimento espiritual do homem mas sim a
sua degradação e seu afastamento do seu Criador.
Quem quiser, pois, evitar esses atos, tem de combater
pensamentos e imaginações perigosas.
Este pecado também pode ser cometido por palavras e
grossarias trocadas entre pessoas que hoje
em dia, na sua maioria, felizmente , são consideradas ‘boçais’ e falam como
meras bestas animais.
Abrir conversa deste tipo está agora banido para a parte
mais baixa e mais rude da população, e o homem que se respeita não a introduz
na sociedade.
As diversões noturnas e os ajuntamentos desportivos são
palco para surgir este palavreado desordenado sobre os prazeres.
É uma hora de exercer vigilância.
É uma hora de exercer vigilância.
Um homem que, em tais circunstâncias, se mantém distante
será sempre de elogiar pois se dá ao respeito daqueles que resvalam para a
desordem emocional e verbal.
As leituras também podem ser foco deste pecado, pois este é
um caso em que a máxima é válida, que o que é comida de um homem pode ser o
veneno de outro.
A mente pura e madura pode folhear quaisquer livros com
vantagem, o que seria para outra mente menos segura um fogo de imaginações sem
controle.
Os nossos apetites nos são dados por serem usados, mas
também para serem contidos.
Cada um deles tem que ser mantido em seu lugar.
Se
o homem se entrega sem restrições, aos seus impulsos naturais, ele seria uma
besta.
É por dominar seus impulsos, e pelo exercício de auto-controle, que ele
se torna um homem filho de Deus.
A Fé de cada um em Deus nos leva a abandonar tudo
inconsistente com a Sua presença.
'O quê? Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito
Santo, que habita em vós, que você recebeu de Deus, e que não vos pertence ?
Porque por Ele fostes criados ; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no
vosso espírito, os quais a Ele pertencem'.
Dante diz que quem sofre de 'luxuria ", são pessoas que
trocaram a sua razão por apetites, o pecado da luxúria é perder a razão em
favor dos apetites da carne, que agradam aos sentidos.
No Inferno de Dante, as almas que cometeram o pecado da
luxúria são sopradas por ventos em turbilhão como simbolo de sua própria falta
de auto-controle das suas paixões sensuais na vida terrena.
Dante escreve no 5º canto do Inferno:
Eu entendi que em tal tormento,
Os malfeitores carnais foram condenados,
pois subjugaram a razão aos apetites.
Dante sublinha que amor e desejo pode refletir-se um ao
outro, mas não estão necessariamente em equilíbrio o tempo todo.
Nós podemos desejar algo e procurar possui-lo na terra da obsessão potencial ou podemos simplesmente amar e habitar nas ilhas de possibilidade e liberdade.
Nós podemos desejar algo e procurar possui-lo na terra da obsessão potencial ou podemos simplesmente amar e habitar nas ilhas de possibilidade e liberdade.
Assim o "pecado" de luxúria é sobre um excesso de auto
desejo onde buscamos possuir o que não é o nosso, onde buscamos forçar ou ter o
prazer de acordo com o nosso desejo tendo o auto-prazer como o único foco.
Se
isso ocorrer, não temos amor e se não temos amor não temos nada, apenas a
tristeza vazio do desespero ...
A Luxúria, no plano da espiritualidade, leva ao grande erro
de pensarmos que a espiritualidade tem que dar prazer, ou ser prazerosa. Se uma
oração não me dá prazer, então procuro outra. Se uma prática não me dá prazer,
então procuro outra.
Gravidade destas faltas.
A) Toda a vez que se
quer ou procura diretamente o prazer desordenado é colocar em risco o equilibrio
emocional da raça humana para poder cumprir a sua missão ao nascer que é
crescer no Espirito de Deus e caminhar para a Sua Casa.
B) Há casos, porém,
em que esse prazer, sem ser diretamente procurado, se produz em conseqüência de
certas ações, aliás, boas, ou ao menos indiferentes. Se não se consente nesse
prazer, e, por outro lado, há razão suficiente para praticar a ação que o
ocasiona, não há culpa, e, por conseguinte, não há que recear.
C) Sob o aspecto da
perfeição, não há, depois do orgulho, obstáculo maior ao progresso espiritual
que o prazer desordenado, que não tarda
em produzir hábitos tirânicos, que paralisam todo o ardor para a perfeição e
inclinam a vontade para as alegrias grosseiras. Gosto da oração, desejo de
qualquer virtude austera, aspirações nobres e generosas, tudo isso desaparece.
a) A alma é invadida
pelo egoísmo: não resta mais que o desejo de gozar, a todo o preço dos prazeres
sem controle: é uma verdade obsessão.
b) Rompe-se, então,
o equilíbrio das faculdades: é o corpo, é a volúpia que manda; a vontade
torna-se escrava desta ignominiosa paixão.
c) Os tristes
efeitos desta abdicação da vontade bem depressa se fazem sentir: a inteligência
embota-se e enfraquece, porque a vida desceu da cabeça para os sentidos:
desapareceu o gosto dos estudos sérios; a imaginação já não pode representar
senão baixezas; o coração murcha pouco a pouco, seca, endurece, não tem outros
encantos senão os prazeres grosseiros.
d) Muitas vezes
até o próprio corpo é profundamente atingindo: o sistema nervoso, sobre
excitado por estes abusos, irrita-se, enfraquece e torna-se impróprio para a
sua missão de regulação e defesa; os diversos órgãos já não funcionam senão
imperfeitamente; a nutrição faz-se mal, as forças enfraquecem, o controle é
totalmente perdido, e o cérebro se torna um pandemônio de cenas licenciosas e
imagens. Mesmo a vida dos sonhos é invadida pelo hábito da desordem.
e) Afecta a apreensão
:"O amor é cego" , as deliberações: Sem autocontrole, não existe
reflexão, o julgamento: Erro, ilusão, decisões inflexíveis, a resolução:
Indecisão, tergiversações.
Origina cegueira, precipitação, inconsideração, inconstância
e egoísmo pelas desordens da vontade:
1)- Escolha do fim: "Quero o meu prazer, ainda que
desordenado... há muitos a quem, longe de ser repulsivo, forma uma parte do
prazer da existência, ao qual regressam sempre que seus pensamentos são
liberados da ocupação com outros assuntos.
2)- Aversão a Deus – ‘’...mesmo que Deus mo proíba..."
3)- Amor da vida presente e horror da vida futura
4)- Escolha dos meios: "Nada me interessa mais do que
as alegrias da vida presente!"
É evidente que uma alma assim desequilibrada, a animar um
corpo débil, não só não pode pensar mais em perfeição, senão que de dia para
dia se afasta dela para mais longe. Muito feliz será ela; se puder entrar em si
a tempo de assegurar ao menos a salvação.
Remédios
Para resistir a paixão tão perigosa, requerem-se: convicções
profundas, a fuga das ocasiões, a mortificação e a oração.
A) Convicções profundas, tanto sobre a necessidade de
combater este vício como sobre a possibilidade de o vencer.
a) O que dissemos da gravidade do pecado da luxúria mostra
bem como é necessário evitá-lo, para nos não expormos à nossa degradação
espiritual. Não seria uma espécie de sacrilégio abominável procurar o prazer
grosseiro que nos abate ao nível dos irracionais?
b) Há muitos que dizem que é impossível sermos contidos no
prazer, mas, desde que nos apoiamos na graça divina e fazemos esforços enérgicos,
saímos vitoriosos das mais violentas tentações.
B) A fuga das ocasiões.
Quem está convencido da própria fraqueza, não se expõe
inutilmente ao perigo.
Quando estas ocasiões não são necessárias, é dever
evitá-las com cuidado, sob pena de nelas sucumbir: quem se expõe ao perigo,
nele perece , é evitá-lo e fugir dele, como de serpente perigosa.
Se não se
podem evitar essas ocasiões, então é fortificar a vontade com disposições
interiores que tornem o perigo menos próximo.
C) Há, porém, ocasiões que se não podem evitar: são as que
encontramos cada dia em nós e fora de nós e que não é possível vencer senão
pela mortificação.
a) Com os olhos é necessário ter resguardo muito particular,
porque os olhares imprudentes inflamam os desejos, e estes arrastam a vontade. É
afastar energicamente o olhar do objeto que nos pode arrastar para o
descontrole emocional.
Esta modéstia dos olhos é tanto mais necessária hoje em
dia, quanto é mais certo o perigo de encontrar quase por toda a parte pessoas e
objetos capazes de excitar a desordem da alma.
b) Há que cuidar do sentido do tato para não excitar as
paixões , da imaginação e da memória, para não as lembrar e imaginar, e quanto
à vontade, há que fortalecê-la para enfrentar os desafios das tentações que se
nos colocam diariamente.
d) O coração deve ser também mortificado pela luta contra as
amizades sensíveis e perigosas. Não se brinca impunemente com o fogo.
e) Enfim, uma das mortificações mais úteis é a aplicação
enérgica e constante ao dever de cidadãos. A ociosidade é má conselheira; o
trabalho, pelo contrário, absorvendo a nossa atividade inteiramente, afasta-nos
a imaginação, o espírito e o coração dos objetos perigosos;
f) A mente depende, em larga medida, do corpo e um bom
estado de saúde, mantido por exercício, ar fresco e água fria, é um inimigo
eficaz de devaneios mórbidos.
D) A oração
a) Façamos o que
podemos e oremos para alcançar a graça de fazer o que por nós mesmos não
podemos.
Ao voltarmos a nossa alma para Deus isso desapega-nos pouco a pouco
das alegrias temporárias dos sentidos e leva-nos para as alegrias eternas da
ascenção da nossa alma.
b) O exame de consciencia diario é também um bom ajudante
para fortificar a vontade contra as tentações dos sentidos.
Parabéns pelo texto!! Simples mas muito objetivo e elucidativo.
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