Quadro da Emanação Divina segundo a tradição RosaCruz
COMO TUDO EXISTIU, EXISTE E EXISTIRÁ PELA ETERNIDADE
Desde sempre Deus existe e existirá como Um e como Criador de emanações manifestas.
Num dado instante sem tempo pois esse instante se repete eternamente, Deus Um ‘viu-se ao espelho’ e teve Vontade de ‘ser conhecido’, de se manifestar e de ver o seu reflexo nessa criação manifestada.
Deus Um como que se desdobra (algumas tradições falam numa ‘retracção-retirada’ que deixa um ‘espaço’ livre para a criação poder surgir sem Deus deixar de ser o que sempre foi e será, Mistério insondável!!!), se polariza em dois aspectos, mantendo-se Um mas ao mesmo tempo se torna Triplo, Deus é ‘Um em Três’ ou ‘Três em Um’.
Essa polaridade é positiva, o Pai (Osiris) e negativa, a Virgem Mãe ( ou Espirito Santo, Sabedoria Incriada, Isis) .
A Virgem Mãe celeste oriunda eternamente do Deus Uno, é sua Filha eterna, e eternamente co-existente com o Pai é sua Esposa eterna. Em seus 2 aspectos, Eternamente Virgem e eternamente Mãe, resulta que seu Filho é igualmente eterno.
Assim, pois, de um casal eterno Pai e Mãe resulta um Filho eterno (o Verbo Incriado, Horus) com polaridade positiva.
Esse Filho é a 3º pessoa da Trindade Divina, eterna como o Deus Uno-Triplo. Notar que o Filho está em oposição no quadro ao Deus Um, daí também ser designado em várias tradições por Lúcifer ( A Luz que se opõe, que permite a eterna ‘dialética’ criativa com Deus Uno) .
SIMILITUDE ENTRE O HOMEM E OS DEUSES
O que está embaixo é como o que está em cima e o que está em cima é como o que está embaixo, para realizar os milagres de uma única coisa.
Tábua de Esmeralda
O homem produz Actos em 3 fases, pensa pela Mente-Espirito, manifesta esse pensamento pela Palavra, Verbo e concretiza pelo Gesto que assim une-materializa a dualidade Mente-Verbo.
Como ‘ o abaixo é similar ao acima’, no plano Divino o Gesto que concretiza é feito pelo Pai, após ser ‘concebido’ pela Mãe (Espirito Santo ou Sabedoria Incriada) e verbalizado pelo Filho (Verbo Incriado).
O MUNDO MATERIAL VISTO DO PLANO DIVINO
O mundo (como natureza criada) que se renova eternamente na sua ‘transitoridade temporal’, e que sempre existiu nos planos do Deus Uno, tem uma raiz longinqua na Virgem Mãe, por isso também chamada de Natureza Eterna e sobretudo em seu Filho que dela ‘nasce’, daí em muitas imagens-quadros o Menino ao colo da Virgem ostentar na mão um globo terrestre ou em Maria-Isis agarrarem com o seu braço esquerdo em seu filho Jesus-Horus.
INICIO DA PERDA DA ETERNIDADE PERFEITA.
A RUPTURA.
O Filho, a 3º pessoa da Trindade Divina, tal como o Pai quer Criar eternamente. Aqui o problema que se coloca é que o Filho não tem Esposa Divina para essa Criação ‘secundária’ como tem seu Pai em sua Mãe, ambos eternos e parte de Deus Uno-Triplo.
Assim sendo, o Filho apenas lhe resta para poder criar, formar uma imagem–reflexo de sua Mãe, perdendo logo aí os atributos Divinos dela, e assim começando também a criar com perda ‘da integridade Eterna Perfeita e Divina’.
Esse reflexo-aspecto é a Natureza Naturante, imagem invertida da Natureza Eterna.
A Natureza Naturante não é eterna pois não participa da Essência do Deus Uno-Triplo ( ao contrário da Natureza Eterna da Virgem Mãe) mas é eterna pois é criada pelo eterno Filho, esta contradição é apenas aparente pois a Natureza Naturante é eternamente ( pois criada pelo Filho eterno) variável ( pois não tem a imutabilidade eterna do Deus Uno Triplo).
O 2º casal está formado, Filho (+) e Natureza Naturante (-).
O Filho tem de adaptar a sua Essencia Divina ‘fixa’ à natureza ‘imperfeita’ mas eternamente ‘variável’ de sua esposa a Natureza Naturante.
Isso produz como fruto, já ‘imperfeito’ de formas eternamente variáveis, o Adão Protoplasto, ou Homem Universal, arquétipo da forma Primeira do Homem.
O Adão Protoplasto tem, pois, pela sua ‘descendencia’, uma natureza superior divina (provinda de seu pai o Filho) e uma natureza inferior (de sua mãe a Natureza Naturante).
O Andrógino Primitivo ( Adão Protoplasto) pela confilitualidade das suas duas naturezas vai ter de se polarizar-desdobrar e tomar como esposa a Natureza Naturada ( imagem ainda mais ‘degradada’ de sua mãe a Natureza Naturante) e dar origem como fruto dessa união a Adão Kadmon.
A ruptura definitiva com o plano Divino ocorre aqui entre o Adão celeste (Protoplasto) e o Adão terrestre (Kadmon).
Adão Kadmon, o Demiurgo ou Arquitecto Universal que inicia a criação do Mundo, ainda mais fragilizado pelas suas naturezas inferiores deixa de imediato de ser andrógino e cria também de imediato a imagem de Eva como sua esposa e futura mãe do género humano.
Assim se percebe que mundo material não pode ser perfeito pois quem o criou não foi Deus mas um Demiurgo ‘intermediário já imperfeito‘.
O acto criador do Filho é um acto inerente à sua essencia e divino como ela (logo Perfeito) enquanto o acto criador de Adão Kadmon é já uma ‘imitação’ , uma tentativa de imitar Deus (logo imperfeito) e mais imperfeito ainda se tornará a partir das futuras gerações de Adão e Eva.
Aqui começa uma degradação (da vibração divina) progressiva até ao mundo fisico e denso onde vive hoje a humanidade.
A CRIAÇÃO DO HOMEM DE CARNE E DA HUMANIDADE CAÍDA.
A ORIGEM DO BEM E DO MAL.
Adão Kadmon e sua esposa (reflexo polarizado) Eva vão em seguida dar origem a gerações de seres cada vez afastados do Divino com seu filho Adão Belial cuja imagem e esposa é Lilith, esposos arquétipos do homem caído e materializado afastado do Divino. Entre Adão Kadmon e Adão Belial existe já uma polarização Céu –Inferno ou seja a polarização Bem–Mal.
Antes da ruptura havia Algo, nem Bem nem Mal, Algo Real, que Era Divino, logo equlibrado e BOM ou Balanceado.
Após a ruptura dada a ‘imperfeição’ (ausência de partes divinas neles) dos seus ‘autores’, começa a surgir uma polaridade Bem–Mal devida a essa imperfeição criativa.
O Bem e o Mal não existem per si, existem devido a imperfeições e desiquilibrios criativos e são meras imagens passageiras, fugitivas, fantasmas obscuros.
Só há Mal porque o Bem está ausente, o Mal é o Bem ausente.
E isto só acontece no dominio caótico e imperfeito do mundo material.
Quando há equilibrio, o que acontece no mundo celeste divino antes da ruptura, nem há Bem nem Mal, há Algo Real que podemos chamar BOM ou Balanceado.
Adão Belial e Lilith originam de seguida o arquétipo da Humanidade diferenciada e todas as gerações seguintes da humanidade progressivamente materializada.
A REDENÇÃO DA HUMANIDADE
Apesar do distanciamento dos planos terrestres e divinos e da progressiva materialização da humanidade que se afastou cada vez mais da sua Origem, o Deus TriUno não esqueceu este seu ramo emanado e manteve um ‘canal’ de ajuda= redenção neste mundo material.
Esse ‘canal’ opera no homem pela força de vencer, a Vontade do Pai, pela Misericórdia e Protecção Divina da Mãe e pelo Conhecimento dado pelo Filho, o Verbo.
É assim através do Filho ou Verbo Incriado, que se manifesta a acção salvadora da Divindade junto do homem material.
É através da indução espiritual do Filho, que certos homens mais aptos que outros podem perceber a acção misteriosa de Deus.
As almas humanas que são imperfeitas estão cegas ao Divino pelo grande distanciamento que dele estão.
A indução pelo Filho vai iluminar progressivamente as almas humanas imperfeitas mas que estão mais predispostas a abrir os olhos e a constatar que estão nus-pobres de espirito e que finalmente concebem outra Realidade que não a mera pocilga material dos porcos onde até aí viviam e que a sua Casa é outra que não a pocilga.
Com que ‘ferramentas’ se faz esse caminho de regresso a Casa ?
Primeiro tem de haver um esforço do homem para saber, pelo Conhecimento.
Quem apenas ‘Ama Deus’ pela Fé está estático e sem esforço e dinâmica de inicio não se avança.
O Conhecimento eleva o homem a Deus pelo esforço do saber pela via intelectual.
‘Compreender’ Deus é ‘assimilar’ Deus. Deus é o Conhecimento Total.
‘Conhecer’ Deus é começar a Amá-Lo ( aí sim com uma Fé mais ‘enraizada’) depois do esforço inicial activo-dinâmico pelo Conhecimento. Deus é o Amor Total.
Quem Conhece (pelo Filho) e a seguir Ama (pela Mãe) , só pode praticar Actos-Rituais-Principios de União Divina (como o Pai) , realizando assim a sua Redenção.
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