A Grande Obra Universal na doutrina Elus Cohen
segundo Robert Ambelain
O Mundo, considerado como "domínio material", submetido a nossos sentidos, e "regiões espirituais" do Além, não é obra própria de Deus, o qual é considerado como Absoluto.
É o Evangelho segundo São João que nos ensina:
"No princípio" (isto é, quando o "Tempo" começou, período no qual se manifestam seres relativos), "era o Verbo,"(o Logos, a Palavra Divina).
"O Verbo estava junto de Deus”... (expressão literal, usando o texto grego em lugar do "com Deus" das versões comuns) "O Verbo era deus”... (e não Deus, com maiusculas. O texto grego não tem o artigo)
"Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito”... (João – Cap. I).
Este Logos cria os seres e Adam Kadmon os nomeia (subentende-se: "para a Vida Real, manifestada"):
"E Adão pôs nomes a todos os animais, a todas as aves dos Céus e a todos os animais dos campos; mas não se encontrava, para o homem, um nome que lhe fosse adequado.
Esses "animais do campo", essas "aves dos Céus" não são os seres comuns desses nomes.
O sentido esotérico designa as criaturas, inferiores ao homem-Arquétipo, povoando os "planos", ou mundos do Além, "regiões espirituais".
Quando desta criação, Deus serve-se de um intermediário, um Demiurgo.
É o que nos confirma o Cap. I do Gênesis (vv. 1-2,3): "A Terra, (a Matéria primordial, o Caos) era informe e vazia, e o Espírito de Deus se movia sobre as Águas" (o nous grego, o elemento mais sutil desta matéria).
O termo "Espírito de Deus" é o 'sopro' de Deus, distinto de Deus, e do espírito de Deus; o que seria absurdo, pois Deus é necessariamente espírito em Si-mesmo!
E o Gênesis não nos diz que "Deus se movia sobre as Águas" ... É porque ele nos ensina mais tarde que "O Senhor Deus tomou o homem e colocou-o no jardim do Éden para cultivá-lo e guardá-lo”... (Gênesis II, 15).
Este jardim é um símbolo, significando o Conhecimento Divino, acessível aos seres relativos.
Com efeito, a Cabala, tradição secreta, é freqüentemente designada como o "Pomar" místico.
Em hebraico, pomar se diz guineth, palavra formada por três letras (guimel, nun, tav), iniciais das três ciências secundárias, chaves da Cabala: a Gematria, o Notarikon e a Temurah.
O homem primitivo do qual fala o Gênesis, em sua narrativa puramente simbólica, não é um ser de carne como nós, mas um Espírito, criado por Deus, composto de uma "forma" (o que o Gênesis chama de corpo), análogo ao "corpo glorioso" definido pelos teólogos, criado pelo Deus Eterno, e de uma centelha vivificante, que é completamente divina, já que o Gênesis nos conta que era o próprio "sopro" de Deus.
Nosso homem-Arquétipo é, portanto, semi-divino.
Ele nasce da Matéria Primordial (do Caos, composto de Terra e Água – simbólicas), por sua "forma", e nasce de Deus por esse sopro divino que o anima, sopro nascido do próprio Deus.
Adão, o homem-Arquétipo continua o trabalho iniciado pelo Espírito-de-Deus no "jardim" simbólico.
Certamente, é indiscutível que o Cristo (que Martinez denomina por o Reparador) é ao mesmo tempo Deus (por sua origem) e homem (por sua encarnação). A Teologia demonstra isto.
Mas, do mesmo modo que uma criança de dez anos e o idoso que ela será mais tarde são um e a mesma pessoa, (sob características e aspectos diferentes)!...
Há uma continuidade de consciência absoluta entre eles, mesmo se não existe mais a semelhança do aspecto ou de reações inferiores.
De forma semelhante, uma alma que anima um corpo humano ordinário, e um outro, vinte séculos depois, será sempre idêntica a si mesma em suas duas manifestações diferentes, embora as ditas manifestações possam ser, aparentes e diametralmente opostas, em razão do processo 'causa e efeito' definido pela expressão usual do “Karma".
Paralelamente à Adam Kadmon (o homem-Arquétipo ou Cósmico), haviam outros Seres, emanados de uma Criação anterior, de uma natureza e um "plano" diferentes, sem nenhuma conexão com o que nos detalha a Tradição do Génesis.
Esta emanação inicial e anterior à Criação é a dos "Anjos".
São estas as duas fases diferentes ( emanação e criação ) que o Gênesis subentende no primeiro versículo: "No princípio, Deus criou o Céu e a Terra".
Imediatamente, o Génesis deixa a primeira fase, a Emanação (sobre a qual aparentemente Moisés não possuía nenhum conhecimento) e passa à segunda: "A Terra era informe e vazia; as trevas cobriam o abismo”... (Gênesis I, 2).
Outros elementos da Tradição judaica-cristã nos ensinam que os serem desta Emanação primitiva (simbolizada pelo "Céu"), ou seja, os Anjos, dividiram-se em duas categorias – os Anjos fiéis e os Anjos rebeldes – após uma prova, requerida por Deus.
Isto tem sido mal compreendido.
Deus, príncipe de infinita perfeição, não podia tentar os Anjos após sua emanação, nem rejeitá-los, após sua involução.
Ao contrário, certas entidades, tendo completado a Missão para as quais elas foram emanadas por Deus (isto é, libertadas, dotadas necessariamente de livre arbítrio), recusaram-se a se reintegrar no Absoluto, o Plano Divino, fonte do Soberano Bem.
Elas preferiram, então, o "eu", momentâneo, perecível, ilusório, ao "UM", eterno, real e imperecível.
Elas preferiram viver "fora" de Deus em lugar de serem absorvidas por Ele, e se beneficiando de Sua infinita perfeição.
Foram, portanto, elas que momentaneamente se afastaram de Deus por um ato livre, ainda que errôneo.
Não foi o Absoluto que as rejeitou injustamente, nem que Ele foi a causa de seu exílio.
Conseqüentemente, o retorno e a redenção poderão ser possíveis, se a Entidade celestial aceitar
retomar o caminho ao Divino.
Mas, enquanto isso, antes do seu retorno à Luz e à Imanente Verdade, elas, por sua atitude egoísta, permanecem: rebeldes (a primeira e constante oferta do divino), desviadas (porque estão fora do seu destino legítimo), perversas (porque habitam "fora" do Bem Soberano, e, portanto "no Mal").
Agora, toda coisa corrupta tende a corromper aquilo que é são, por sua natureza.
E nos domínios dos seres espirituais, isto é ainda mais real do que nos corpos materiais, já que lá estão mesclados: inveja ou ciúme, (consciência, apesar de tudo, de uma inferioridade real), o orgulho (vontade de ter a última
palavra!) e a inteligência (como antes, mas carregando estes defeitos ao máximo).
É por isso que a Tradição nos ensina que o Conjunto dos Seres espirituais perversos, (a Egrégora do Mal), denotada pela imagem da Serpente, teve inveja deste ser, que era superior a eles e "imagem" de Deus, do qual essas Entidades decaídas alegavam terem sido subtraídas.
Elas agiram, portanto (telepaticamente sem dúvida), sobre Adam Kadmon, incitando-o a ultrapassar os limites de suas possibilidades naturais.
Um ser misto por sua natureza, meio espiritual, meio formal, andrógino, no qual Forma e Espírito se interpenetram mutuamente, o homem-Arquétipo deveria manter uma certa harmonia, um equilíbrio necessário, no Domínio onde Deus o havia colocado.
Ele deveria velar por suas ordens, fazer seu trabalho, e continuar os projetos deste "Espírito-de-Deus", do qual ele era o reflexo, o administrador, o celestial "faz-tudo"...
Era neste papel de Arquiteto do Universo que Adam Kadmon era inspetor, mas de um Universo mais sutil do que o nosso, o "Reino" que não é deste mundo, do qual falam os evangelhos.
Sob o impulso das entidades metafísicas perversas, o homem-Arquétipo transformou-se em um Demiurgo independente.
Repetindo suas faltas, ele modificou e perturbou as Leis as quais era sua tarefa cuidar e observar.
Ele tentou, audacioso e rebelde, fazer-se criador por seu próprio direito, e de igualar ao próprio Deus com suas obras.
Ele não conseguiu senão alterar seu Destino original...
É assim que as duas lendas idênticas, a de Lúcifer, primeiro dos Anjos, e de Adão, primeiro dos Homens, relatam suas histórias paralelas a nós.
Quem sabe, vem desta tradição a idéia de consagrar aos deuses ou a Deus, os primeiros frutos de uma colheita, ou ao primogênito de um rebanho.
Este é o fato de que, no relato simbólico da humanidade chamamos de Gênesis, todos os primogênitos – Caim, Ham, Ismael, Esaú, etc. – são misteriosamente marcados por um destino contrário.
Mas, enquanto que Deus, em Suas infinitas possibilidades, pode tirar algo do Nada, o homem, criatura de possibilidades limitadas, pode modificar só o que já existe, e não pode extrair algo do Nada.
O homem-Arquétipo, querendo criar seres espirituais, como Deus havia criado os Anjos, apenas conseguiu objetivar seus próprios conceitos.
Desejoso de lhes dar seus corpos, pode apenas integrá-los na Matéria mais grosseira.
Ao querer animar o Caos (as "Trevas exteriores"), como Deus havia animado o Mundo Metafísico, o qual foi confiado originalmente ao homem, ele acabou sendo engolido em sua totalidade.
Em verdade, Deus "sendo", no sentido mais absoluto da palavra ("Eu Sou O Que Sou", diz a Moisés, no Sinai), era impossível que o Nada tivesse existido anteriormente.
Qurendo imitar o Absoluto, Adam Kadmon tentou criar uma "matéria primordial".
Alquimista inexperiente, esta será a origem de sua Queda.
O homem-Arquétipo é um ser andrógino.
O Gênesis (Cap. I, 27, 28), nos conta que: "Deus criou o homem à sua imagem; macho e fêmea os criou”.... É este elemento negativo, feminino, que Adão vai objetivar fora de si mesmo.
É esta "costela" esquerda, feminina, passiva, lunar, tenebrosa, material, que irá se separar da direita, masculina, ativa, solar, luminosa, espiritual, dando nascimento a Eva.
A Mulher-Arquétipo é por isso retirada de uma das duas "costelas" do Andrógino, e não de uma de suas "costelas"... (Todas as religiões antigas conheceram um ser divino, original, que era ao mesmo tempo macho e fêmea).
O Gênesis relata (Cap. II, 23, 24): "Eis agora aqui, disse o homem, o osso de meus ossos e a carne de minha carne (ele conserva, pois, o espírito, a alma). Ela se chamará mulher, - ( porque foi tomada do homem )
Foi esta nova Matéria, a Eva do Gênesis, a mulher simbólica, que Adão "penetra" para criar a Vida.
O homem-Arquétipo se degrada, portanto, ao tentar imitar a Deus.
Seu novo domínio é o mundo hílico da Gnose, nosso Universo material, mundo repleto de imperfeições e de males.
O pouco de bem que restava vinha das antigas perfeições do homem-Arquétipo.
Pois, divididos em dois seres diferentes, aquela perfeição original não pode ser total em cada um deles...
Portanto, a Queda.
É por esta razão também que a Natureza foi deidificada pelas antigas religiões.
Ela foi certamente a Mãe de tudo o que existe, mas também de tudo "sob os Céus", simplesmente... Isis, Eva, Demeter, Réia, Cibele, são símbolos da Natureza Material, emanada de Adam Kadmon, personificada pelas Virgens
Negras, símbolos da Matéria Prima.
O Andrógino Gnóstico
A essência superior de Adam Kadmon, integrada ao seio da nova Matéria, tornou-se Enxofre, expressão alquímica designando a alma do mundo.
A segunda essência, o mediador plástico, aquilo que constituía a "forma" de Adão, seu duplo superior, tornou-se o Mercúrio, outra expressão alquímica designando o Astral dos ocultistas, o plano intermediário.
A segunda Matéria emanada do Caos é o Sal alquímico, o suporte, o receptáculo, a prisão.
Paralelamente, nos podemos dizer que Adão se tornou o Enxofre, que Eva é o Sal, e que Caim do Gênesis era o Mercúrio nesta tríade simbólica.
Termos que o Alquimista conhece também como os de Rei, de Rainha, e de Servo dos sábios...
Concebe-se, portanto, porque em todos os seus graus, a Matéria Universal é viva, conforme é aceito pela antiga alquimia e pela moderna química, e como, em suas manifestações, ela pode ser mais ou menos consciente e inteligente.
Este Universo 'material' tornou-se igualmente o refúgio das Entidades decaídas.
Elas buscaram refúgio lá para se distanciarem do Absoluto, na vã esperança de escapar das sempre atuantes Leis Eternas.
Os Seres maléficos possuíam um interesse primordial em que o homem disperso, mas presente em todo lugar no seio da Matéria constituinte o Universo visível, continuasse a organizar e animar este domínio.
Como o homem caido não conseguia ser Rei deste mundo então os seres maléficos tomaram as rédeas do mundo e dos homens que ainda não 'abriram' os olhos.
Como a alma do homem-Arquétipo é prisioneira da Matéria universal, a alma do homem-indivíduo é prisioneira do seu corpo material.
E a morte física, (o único efeito que é por mérito, diz o Gênesis...) e as reencarnações que se sucedem, são os meios pelos quais as Entidades decaídas manifestam seu controle sobre o homem.
Agora compreendemos melhor as palavras do Redentor, "entendido" pelos Profetas, como Isaías: "Oh Morte, onde está tua Vitória? Oh Morte, onde está teu aguilhão?”...
(o aguilhão dos sentidos, que incitam a alma separada a se reencarnar novamente em um corpo material).
A Força, a Sabedoria e a Beleza que se manifestam ainda no Universo material são devidas aos esforços do homem-Arquétipo para voltar a ser, o que ele era, antes de sua Queda.
As qualidades contrárias são manifestadas pelas Entidades decaídas, para manter o "clima" o qual elas desejavam que ele criasse, para manter o estado anterior, quando deliberadamente interromperam o retorno delas ao Absoluto.
O homem-Arquétipo pode apenas retomar a posse de seu Esplendor e Liberdade originais se ele puder se separar desta matéria na qual ele está preso por todos os lados.
Para isto, é preciso que todas as células que o compõe (ou seja, os Homens-indivíduos), possam após sua morte natural, reconstituir o Arquétipo pela última reintegração, e assim escapando do ciclo de reencarnações.
Agora, os microcosmos referem-se ao Macrocosmo.
Os Homens-indivíduos, reflexos materiais do Arquétipo, são igualmente reflexos do divino (embora vários níveis abaixo), exatamente como o Arquétipo é, por si, reflexo de Deus, do primeiro Verbo Criador ou Logos, do espírito-de-Deus que fala o Gênesis.
Dessa forma, ele é o "Grande Arquiteto do Universo".
Todo culto de adoração prestado a ele é, portanto um culto satânico, pois é dirigido ao homem e não ao Absoluto.
É por isso que a Maçonaria o invoca sem o adorar.
Mas, como o homem está imerso na atmosfera demoníaca deste Mundo Material onde ele respira a cada instante o intelecto maléfico, como Martinez de Pasqually nos afirma, e porque ele está em uma má posição para resistir, o Criador restabeleceu o equilíbrio destacando do seu Círculo Espiritual Divino um Espírito Maior para ser o guia, o apoio, o conselheiro e o companheiro do Menor.
Este Espírito Maior emanou e desceu da Imensidão Celeste para ser incorporado ao Mundo Material (ou centro da matéria elementar) para trabalhar, segundo seu livre-arbítrio, no Círculo Terrestre.
Mas o conselho de um Espírito Maior não basta.
É preciso ainda a assistência de um Menor Eleito.
O auxílio que ele traz a sua "reconciliação" é duplo.
Ele transmite diretamente as instruções do Criador sobre o culto Teúrgico que deve ser prestado; ele também comunica aos "Homens de Desejo" – aos quais ele é enviado – os dons que ele recebeu, marcando-os com a característica, o "selo" místico, sem o qual nenhum menor pode ser reconciliado.
Esta ordenação misteriosa é a condição essencial para sua "reintegração", desde que, sem ela, não importa quais sejam seus méritos pessoais, um Menor permanecerá "em privação", ou seja, sem comunicação com Deus.
Mundo Divino
a.- Os Seres Espirituais são os Eons da Gnose, as Idéias-Mães que vivem no seio da Divindade;
b.- Os Espíritos Superiores, também chamados de Espíritos Denários, ou Espíritos Divinos, são as entidades sefiróticas da Cabala, os Números-Deuses.
Mundo Celeste
a.- Os Espíritos Maiores asseguram a comunicação do homem com Deus, limitam os domínios inferiores, compõe os mundos celestiais e terrestres. Como Agentes das Leis do Universo, eles comandam a conservação do "Tempo", isto é, da Energia Vital no Mundo Material, mas eles não têm poderes para produzir essências materiais.
b.- Os Espíritos Inferiores asseguram a própria existência da matéria. São, por exemplo, os Poderes dos Elementos, os Seres da Região Astral Superior, Os Gênios Planetários, Estelares, etc...
Esta última classe se subdivide em quatro partes:
a.- Menores Eleitos – São os dez grandes guias da Humanidade: Abel, Henoc, Noé, Melquizedek, José,
Moises, Davi, Salomão, Zorobabel, Jesus.
b.- Menores Regenerados – São os Adeptos, os mestres da doutrina espiritual. Este estágio é aquele atingido pelos Reau+Croix.
c.- Menores Reconciliados – São os Iniciados da Ordem em seus graus inferiores.
d.- Menores em Privação – São os Profanos.
A fim de escapar dos ciclos de reencarnações sucessivas neste mundo infernal (inferno = lugares inferiores), é necessário que o homem-indivíduo se solte de tudo aquilo que o atrai à Matéria, e assim se liberte da escravidão das sensações materiais.
Ele deve elevar-se moralmente.
Contra essa tendência em direção à Perfeição, as entidades decaídas lutam sem cessar, tentando de mil maneiras atirá-lo de volta ao seio do Mundo visível, e reter seu jugo oculto sobre ele.
Contra elas, o homem-indivíduo deve lutar desmascarando-as e expulsando-as de seu domínio.
Ele consegue isso, parcialmente pela Iniciação – a qual o liga aos elementos do Arquétipo já reunidos e que formam em termos exotéricos a "Comunhão dos Santos" – e parcialmente pelo Conhecimento libertador, que lhe ensina os meios de acelerar, para o restante da Humanidade cega, e pelo seu trabalho pessoal, a libertação definitiva.
Esta última possibilidade inclui a participação notadamente nas grandes Operações dos Equinócios, que procuram purificar a Aura terrestre por meio de exorcismos e de conjurações, sujeitas aos Ritos da Alta-Magia, e que os Elu Cohens denominam as "Obras" ou o "Culto".
Apenas após esta definitiva libertação individual, surgirá a grande libertação coletiva, que permitirá a reconstituição do Arquétipo, e então sua reintegração no Divino que o emanou outrora.
Abandonado a si mesmo pelo seu animador, o Mundo da matéria irá se dissolver, não sendo mais vivificado, harmonizado, conduzido pelo Arquétipo.
Sob o impulso, naturalmente anárquico, das Entidades decaídas, esta desagregação das partes do Todo irá se acelerar.
O Universo chegará ao seu termo enfim; este será o "Fim do Mundo" anunciado pelas tradições universal.
"Como uma pedra que rola, Céus e Terra passarão”...!
A Essência Divina reocupará gradualmente as "regiões" de sua essência das quais ela primitivamente retirou-se.
As ilusões momentâneas, batizadas com o nome de criaturas, de seres, de mundos, desaparecerão, pois Deus é tudo, e Tudo está em Deus, embora Tudo não seja Deus!
O Absoluto não tirou nada de um Nada ilusório, que não saberia existir fora d’Ele, sem ser Ele-mesmo.
Somente esta retração da divina essência permitiu a Criação dos Mundos, angélicos, materiais, etc...
Como foi também esta retração, desta mesma essência, que permitiu a emanação dos seres espirituais.
E assim, a simbólica "Vitória" do Bem sobre o Mal, da Luz sobre as Trevas será conquistada por um simples retorno das coisas ao Divino, por uma reassimilação dos seres, purificados e regenerados.
Tal é o desdobramento esotérico da Grande Obra Universal.
Muito bom.
ResponderEliminarMuito explicativo.
ResponderEliminarParabéns.