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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A Divina Romã


A Divina Romã

A romã foi sempre considerada em todas as religiões e espiritualidades como um simbolo de fertilidade e fecundidade (estando associada às deusas respectivas Afrodite- Ishtar-Tanit consoante as civilizações), multiplicidade, ressureição e purificação (pelas suas propriedades antioxidantes).

A romã é um fruto dos Deuses pela sua coroa que imita uma coroa de Rei.


A romã tem em si a dualidade Una, em equilibrio, em harmonia. 

Tem em si duas coisas, uma doce, os grãos escarlates cor de sangue e vida, e outra amarga, a pele amarela que divide como um véu esses grãos. 


Algumas tradições interpretam mesmo isso como sendo essa a missão do homem na terra, unificar a dualidade que tem em si para se Equilibrar e divinizar. 

A pele amarela é o véu que impede o homem de ver a sua verdadeira natureza divina, o trabalho do homem em vida sendo o de remover esse véu para se equilibrar, estar bem consigo mesmo, se divinizar. 

A romã é o simbolo também da Perfeição porque todas as romãs têm o mesmo número de grãos, coisa que pouca gente sabe.    

Eis um belo mito da Anatólia de como nasceu a romã.


Um homem pedeu a sua mulher e perdeu-se de amores pela sua própria filha.
A jovem desesperada pelos avanços do pai, pôs fim á sua vida para não se cometer o pecado do incesto.
Os deuses castigaram o pai e transformaram-no em um gavião e ressuscitaram a filha em romãzeira.
É a razão porque o gavião nunca posa numa romãzeira, que evita, privado que ficou de colher os seus frutos.
  
No Irão, onde a romã é o fruto nacional, existe também uma zona onde é praticada a religião de Zoroastro e onde a romã é usada em multiplas cerimónias religiosas.
A ingestão dos graõs e das folhas é feita em cerimónias públicas e nas mais reservadas à ordenação dos sacerdotes.


No Zoroastrismo existe bem marcada a dualidade bem-mal, puro-impuro, etc...e a romã é o seu simbolo de pureza, que afasta o mal, associado à morte e putrefacção e que preserva o bem e assim protege da impureza. 
Na morte são colocados graõs de romã na boca do morto com a intenção de ‘ressureição’.

No Islão é vista como o fruto do Paraiso, frases liturgicas identificam-na com o seu poder miraculoso que dá sabedoria aos homens, os afasta do mal e lhes dá a eternidade pós morte. 

‘Comam romãs, pois um só grão que entre no estomago vai limpar o coração durante 40 manhãs e fazer silenciar Satanás’.

No mundo arabe o sumo da romã simboliza as lágrimas de dois amantes separados e as lágrimas de Fátima, filha do Profeta, quando soube da morte se seu filho Hussein em Kerbala.  

A romãzeira permanece verde o ano inteiro, simbolo da perenidade, imortalidade ou longa vida. 

O seu fruto cheio de grãos que se abre quando maduro, evoca fertilidade e abundância. 
Representa a vida no seu esplendor, neste mundo, ou no outro como promessa do paraiso e vida eterna.

As romãs são usadas como elementos arquitectonicos decorativos em templos e igrejas como simbolo de vida eterna.  

Como simbolo da maternidade, foi usada em quadros celebres como o belissimo tema da Madona da Romã de Botticelli.




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