A Divina Romã
A romã foi sempre considerada em todas as religiões e
espiritualidades como um simbolo de fertilidade e fecundidade (estando
associada às deusas respectivas Afrodite- Ishtar-Tanit consoante as
civilizações), multiplicidade, ressureição e purificação (pelas suas
propriedades antioxidantes).
A romã é um fruto dos Deuses pela sua coroa que imita uma
coroa de Rei.
A romã tem em si a dualidade Una, em equilibrio, em harmonia.
Tem em si duas coisas, uma doce, os grãos escarlates cor de sangue e vida, e
outra amarga, a pele amarela que divide como um véu esses grãos.
Algumas
tradições interpretam mesmo isso como sendo essa a missão do homem na terra, unificar
a dualidade que tem em si para se Equilibrar e divinizar.
A pele amarela é o
véu que impede o homem de ver a sua verdadeira natureza divina, o trabalho do
homem em vida sendo o de remover esse véu para se equilibrar, estar bem consigo
mesmo, se divinizar.
A romã é o simbolo também da Perfeição porque todas as romãs
têm o mesmo número de grãos, coisa que pouca gente sabe.
Eis um belo mito da Anatólia de como nasceu a romã.
Um homem pedeu a sua mulher e perdeu-se de amores pela sua própria filha.
A jovem desesperada pelos avanços do pai, pôs fim á sua vida
para não se cometer o pecado do incesto.
Os deuses castigaram o pai e transformaram-no em um gavião e
ressuscitaram a filha em romãzeira.
É a razão porque o gavião nunca posa numa romãzeira, que evita,
privado que ficou de colher os seus frutos.
A ingestão dos graõs e das folhas é feita em
cerimónias públicas e nas mais reservadas à ordenação dos sacerdotes.
No Zoroastrismo existe bem marcada a dualidade bem-mal, puro-impuro,
etc...e a romã é o seu simbolo de pureza, que afasta o mal, associado à morte e
putrefacção e que preserva o bem e assim protege da impureza.
Na morte são
colocados graõs de romã na boca do morto com a intenção de ‘ressureição’.
No Islão é vista como o fruto do Paraiso, frases liturgicas
identificam-na com o seu poder miraculoso que dá sabedoria aos homens, os afasta
do mal e lhes dá a eternidade pós morte.
‘Comam romãs, pois um só grão que entre no estomago vai limpar
o coração durante 40 manhãs e fazer silenciar Satanás’.
No mundo arabe o sumo da romã simboliza as lágrimas de dois
amantes separados e as lágrimas de Fátima, filha do Profeta, quando soube da
morte se seu filho Hussein em Kerbala.
A romãzeira permanece verde o ano inteiro, simbolo da perenidade,
imortalidade ou longa vida.
O seu fruto cheio de grãos que se abre quando
maduro, evoca fertilidade e abundância.
Representa a vida no seu esplendor, neste
mundo, ou no outro como promessa do
paraiso e vida eterna.
As romãs são usadas como elementos arquitectonicos decorativos
em templos e igrejas como simbolo de vida eterna.
Como simbolo da maternidade, foi usada em quadros celebres
como o belissimo tema da Madona da Romã de Botticelli.
Sem comentários:
Enviar um comentário