A Virtude da Caridade
O amor é um movimento da nossa alma para algo a que nos
queremos unir.
Se esse algo fôr outra pessoa será um amor sensivel, se
fôr uma actividade honesta será um amor racional.
Quando esse algo é Deus, o Ser Perfeito a que fomos conduzidos pela Fé e pela Esperança, será um amor sobrenatural a que se chama Caridade.
A Caridade junta assim ao amor a Perfeição.
Quando esse algo é Deus, o Ser Perfeito a que fomos conduzidos pela Fé e pela Esperança, será um amor sobrenatural a que se chama Caridade.
A Caridade junta assim ao amor a Perfeição.
Amamos a
Perfeição e queremos ser Perfeitos na nossa vida.
A Caridade é o vinculo da Perfeição, porque reune as
demais virtudes num todo harmonico e perfeito.
A Caridade é a forma das virtudes: articula-as e ordena-as entre si.
A Caridade assegura e purifica a nossa capacidade humana de amar e eleva-a à Perfeição sobrenatural do Amor divino, pois é nele que está o fim: é para a conquista dele que corremos; corremos para lá chegar e, uma vez chegados, é nele que descansamos.
Caridade é assim um movimento continuo para Deus, para o termos sempre em nosso pensamento, e a todo o momento estarmos para Ele virados e não virados para as criaturas e o mundo.
A Caridade é a forma das virtudes: articula-as e ordena-as entre si.
A Caridade assegura e purifica a nossa capacidade humana de amar e eleva-a à Perfeição sobrenatural do Amor divino, pois é nele que está o fim: é para a conquista dele que corremos; corremos para lá chegar e, uma vez chegados, é nele que descansamos.
Caridade é assim um movimento continuo para Deus, para o termos sempre em nosso pensamento, e a todo o momento estarmos para Ele virados e não virados para as criaturas e o mundo.
Movimento que nos leva a tudo fazer, pensar, falar em
nome de Deus e assim a santificar a nossa vida.
A Fé e a Esperança dizem-nos que Deus é o único Bem que
precisamos.
Daí termos amor sobrenatural a Deus, como nosso Pai e a
Ele dedicarmos as nossas vidas.
A Inteligência, o Entendimento sobrenaturais também nos
apontam a certeza de toda a Criação ser obra de Deus, serem um reflexo perfeito
da Perfeição divina.
Assim amamos os outros seres como nossos irmãos e filhos
do mesmo Pai.
Por isso, a Caridade é um continuo movimento em direção a
Deus, ao Bem Perfeito e ao próximo que é o Seu reflexo.
Na prática é no dia a dia tudo fazermos tendo como meta sermos perfeitos como o nosso Pai e ajudarmos também o próximo como nosso irmão nessa direção de perfeição para o Pai.
Na prática é no dia a dia tudo fazermos tendo como meta sermos perfeitos como o nosso Pai e ajudarmos também o próximo como nosso irmão nessa direção de perfeição para o Pai.
Amamos o próximo porque Deus está nele e ao amar a Deus amamos todos os seus reflexos, todos os seus filhos de uma maneira sobrenatural.
Trata-se da possibilidade de nos referirmos ao Tu divino para transferir este Tu ao tu do nosso próximo.
Assim a Caridade pode se definir como a Virtude Teologal
infusa em nós que nos direcciona a amar Deus como Ele se ama e ao próximo por
amor a Deus.
A caridade, embora seja uma virtude teologal, isto é, infundida por Deus na alma fiel, requer muito empenho e esforço humano para ser levada à plenitude.
A caridade, embora seja uma virtude teologal, isto é, infundida por Deus na alma fiel, requer muito empenho e esforço humano para ser levada à plenitude.
A caridade não é só virtude a ser realizada, mas caminho
a ser percorrido, itinerário espiritual pelo qual, sob a direção do Espírito
Santo, podemos aproximar-nos de Deus e de Suas Perfeições.
Pela Caridade desejamos ser Perfeitos nesta vida ou na
eternidade para a nossa alma ser salva e poder permanecer junto ao Pai em contemplação
eterna.
A Caridade aspira à união, à amizade perfeita da criatura aperfeiçoada com o seu Perfeito Criador.
Tarefa imensa, até porque, como se sabe, a caridade é a rainha e a raiz das outras virtudes cristãs: a humildade, a pobreza, a religiosidade, a coragem da verdade e o amor da justiça e de todas as outras formas operantes do homem novo.
Sendo a caridade a manifestação mais alta de Deus e o dom mais sublime outorgado ao homem, ela pode ser compreendida e tornar-se operante onde age o Espírito Santo.
Levado assim pelo Espírito Santo a viver com o Senhor num diálogo de amor, o cristão se aproxima do próprio mistério de Deus.
Pois Deus não revela logo de início quem é: fala, chama, age, e o homem chega por esse caminho a um conhecimento mais profundo onde finalmente percebe que ‘Deus é amor’ e é esse ‘amor’ que melhor nos pode fazer entrever o mistério do Deus Trindade, o dom recíproco e eterno do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
O nosso amor a Deus é puro e desinteressado pois como não amar Alguém que nos deu a vida e a sustenta a cada momento?
Evolução da Caridade em 4 tempos
1) Começamos por nos amar a nós mesmos.
2) Percebendo aos poucos as nossas limitações, descobrimos a Deus pela Fé e o amamos para nos ajudar.
3) Com o tempo de contacto com Deus, começamos a amá-lo por Ele mesmo mantendo-nos Dele distintos.
4) Enfim, em último grau, que poucos alcançam em vida, amamo-nos únicamente por Deus, uma união perfeita, é já Deus que vive em nós.
2) Percebendo aos poucos as nossas limitações, descobrimos a Deus pela Fé e o amamos para nos ajudar.
3) Com o tempo de contacto com Deus, começamos a amá-lo por Ele mesmo mantendo-nos Dele distintos.
4) Enfim, em último grau, que poucos alcançam em vida, amamo-nos únicamente por Deus, uma união perfeita, é já Deus que vive em nós.
A Caridade tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo
sofre.
A virtude da Caridade leva-nos, pelo amor e serviço que dedicamos exclusivamente a Deus, a abrir um canal de comunicação permanente com o plano divino através dos planos intermédios de anjos e arcanjos.
Esse canal, essa vida dedicada só a Deus, faz-nos participar e cooperar com as obras divinas como filhos de Deus, como deuses secundários, e nos faz agir como Deus age, conhecendo como Ele conhece, amando como Ele ama.
A virtude da Caridade leva-nos, pelo amor e serviço que dedicamos exclusivamente a Deus, a abrir um canal de comunicação permanente com o plano divino através dos planos intermédios de anjos e arcanjos.
Esse canal, essa vida dedicada só a Deus, faz-nos participar e cooperar com as obras divinas como filhos de Deus, como deuses secundários, e nos faz agir como Deus age, conhecendo como Ele conhece, amando como Ele ama.
Papel da Caridade na nossa alma
Unifica a alma inteira a Deus com todas as suas faculdades,
do espirito ao ter Deus sempre presente, da vontade ao submeter-se à Vontade de
Deus, do coração ligando os afectos ao amor divino, da nossa força e energias
pondo-as ao serviço de Deus.
Transforma-a por essa forte união, pois queremos imitar o
nosso modelo, queremos ser como Ele, Perfeitos como Ele, saber e penetrar mais
na sua intimidade.
Fá-nos compreender e gostar mais Dele e das coisas
divinas.
Centuplica as nossas energias para o bem, arranjamos
forças para tudo vencer que nunca imaginámos ter, dá-nos asas para voar, fazer
grandes coisas e aspirar ao mais perfeito sempre em nome Dele pois não pode
saciar-se senão com o próprio Deus...que é a sua origem.
Dá-nos uma alegria e dilatação da alma, pois temos mais
consciência da presença de Deus em nós e isso dá-nos a Paz profunda de estarmos
junto da nossa Fonte.
Faz parte da evolução da nossa ligação ‘afectiva’ a Deus para
níveis mais altos, e isto num duplo sentido: no sentido da exclusividade,
‘apenas com esta única pessoa’, e no sentido de ser ‘para sempre’.
A prática da Caridade
Pelo amor penitente
Quem pela Caridade deseja a Perfeição, deve evitar o
pecado e as tentações, deve arrepender-se quando ofende a Deus com um amor
penitente, que se auto pune pelas suas faltas, assim estreitando a união com Deus,
o pensamento continuo em Deus.
Pelo amor de gratidão
Acolhem e agradecem tudo o que lhes ocorre, pois tudo vem
de Deus para seu aperfeiçoamento. Os benefícios recebidos em breve se
transformam em amor ao Benfeitor.
Pelo amor da complacência
Pela Fé e reflexão sabemos que Deus é Perfeito e queremos
por amor a Ele ser perfeitos como Ele, assim atraimos a nós essas perfeições (
e o próprio Deus) e alimentamo-nos dessa
Bondade, dessa vida eterna onde o nosso coração se alimenta, se enriquece, se
compraz em deleite.
''Que eu morra ou viva, nada importa, pois me basta que o
meu Amado viva eternamente, pois vivo mais Naquele que amo que naquele que
animo''.
Pelo amor de benevolência
Quem se deleita nas perfeições e dádivas de Deus, tem o
desejo ardente de O glorificar, de O louvar eternamente, buscando mais conhecer
e aprofundar as belezas e perfeições divinas, para mais O louvar e dar a
conhecer aos outros essas perfeições para que o Seu Nome seja louvado não só
por nós mas por todas as criaturas.
''Que Seu nome seja glorificado com a glória que tinha
antes de haver criaturas, na sua infinita eternidade e eterna infinidade''.
Pelo amor de conformidade
Para expandirmos o nosso louvor a Deus é preciso ser
conforme à Sua Vontade.
Vivermos para Deus e não para o mundo, aceitarmos tudo o
que nos dá, pois quem nos ama, só pode nos dar o necessário.
Esta entrega, esta conformidade, nos traz uma profunda
paz, seja na dor como na alegria.
''Faz-nos repousar, não em nosso próprio contentamento mas
no Seu, e nós só desejamos que o nosso Amado se contente fazendo de nós o que
mais agradar à Sua Bondade eterna pela Sua Vontade.
Pelo amor da amizade, da comunicação continua entre
amantes.
Se Deus nos ama apenas para nosso bem, se vem habitar a
nossa alma para nos divinizar, se mendiga o nosso amor como se dele precisasse,
então o nosso dever permanente é ir ao Seu encontro e amá-lo com todo o nosso
ser durante a nossa vida.
Não recusando nada que nos peça, procurando sempre Lhe
agradar, pela entrega total de nós mesmos à Sua Vontade.
Fazendo Dele o centro da nossa inteligência por meio de
reflexões frequentes sobre Ele.
O centro da nossa vontade, pela humilde submissão aos
Seus desejos.
O centro dos nossos sentidos não permitindo que as nossas
afeições se apeguem a algo que não seja Ele.
Das nossas ações fazendo tudo ao Seu serviço para Lhe
agradar.
Este amor, dedicação total a Deus, será sempre em
crescendo e desinteressado, apenas O amamos porque sim, porque é o nosso Pai e
Senhor, nada mais.
Pelo amor da dádiva desinteressada.
A caridade supõe não só a vitória sobre o nosso egoísmo,
mas também o exercício de humildade. A filantropia pode ocultar também egoísmo
refinado. Pode brotar, não da preocupação com o bem da pessoa a que se dirige,
mas do desejo, ainda que inconsciente, de receber elogio pelo o que fez:
‘Quando deres esmola, não te ponhas a tocar a trombeta em público, como fazem os
hipócritas... com o propósito de serem glorificados pelos homens...Quando deres
esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita’ (Mt 6,2-3)
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