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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

O Sinal da Cruz



O SINAL DA CRUZ

O sinal da cruz é um simbolo universal da humanidade desde tempos imemoriais e faz parte das várias tradições espirituais em diversas formas de expressão.

A cruz é formada de duas partes: uma vertical e outra horizontal. 
A vertical nos orienta para o céu: é o nosso amor para com Deus. 
A horizontal se volta para os que estão ao nosso lado: é o amor para com o próximo, aquele que está mais perto de nós. 
Os dois amores se entrelaçam um no outro, como as duas hastes da cruz. 
Um não pode existir sem o outro. 
Não existe o pedestal da cruz sem os braços e nem os braços sem o pedestal. 
Os dois se completam. 
Não se pode amar a Deus sem amar o próximo e nem se pode amar o próximo sem o amor a Deus.

Para ser agradável a Deus, é preciso, então, que o homem se pareça com seu divino modelo, e seja um crucificado, um sinal da cruz vivo. 

Tal é, como o do próprio Verbo, seu destino sobre a terra... Daí a existência e a pratica, sob uma forma ou outra, do sinal da cruz entre todos os povos desde a origem dos séculos até nossos dias.

Na tradição judaica o Sacerdote nos sacrificios levanta a hóstia e depois move-a de oriente para ocidente assim formando o Sinal da Cruz.


No Egipto o Tau ( a Cruz egipcia) era um simbolo de Vida futura, de imortalidade.



O sinal da Cruz na tradição cristã

É nesta tradição que o sinal da cruz tem mais importância.

O homem de pé com os braços estendidos na horizontal para os lados é uma Cruz Viva, simbolo da sua dualidade actual, terrena-horizontal e celeste-vertical.

Dualidade resultante da Queda, da Incarnação que o afastou da Unidade donde caiu e  aonde pretende regressar conscientemente pelo esforço em vida, seguindo o exemplo do Filho de Deus, Jesus Cristo, único mediador entre Deus e os homens que sofreu e morreu na Cruz para o homem poder fazer esse Caminho de Casa. 

O Sinal é uma Oração
O “sinal da Cruz” não é um simples gesto ritualístico, mas sim, uma verdadeira e poderosa oração!

O Sinal da Cruz é a armadura invencível dos Cristãos.
 “Feito o Sinal da Cruz, verá como por virtude dele fogem os demônios, calam-se os oráculos e se tornam impotentes todos os encantos e malefícios. Contra as setas do inimigo, não há escudo mais poderoso. A vista deste Sinal, trêmulas e aterradas fugirão as potências infernais.”


Utilizações do Sinal

1) Para exorcisar os demónios 


O Sinal é a arma de precisão contra Satanás, usada pela Igreja em seus métodos exorcistas para expulsar os demónios dos possessos. 
’’Em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo, eu te ordeno, espirito imundo, que saias desta criatura de Deus para que ela possa conhecer seu verdadeiro Criador’’.
‘’ De imediato o espirito saiu e deixou um cheiro horrivel’’.



2) Para dissipar as tentações
O Demonio quando não consegue a possessão, usa os meios interiores como as tentações e aquí também o Sinal é uma ajuda preciosa para não nos deixarmos tentar.
‘’Quando fazeis o Sinal, diz S. João Crisóstimo, ele vos lembra o que a Cruz significa e com isso aplacais a cólera e os movimentos desordenados do vosso Espirito’’.  
     
3) Como súplica do homem ao Divino
Fazendo o Sinal o homem pede a ajuda do Divino na sua vida pois sabe que é fraco e impotente só por si, é pois um Sinal de humildade e entrega da criatura ao seu Criador. 


4) Como respeito pela vida que nos deu o Criador
Quem nunca fez o Sinal não estima a vida mas ao invés a desperdiça e não a toma a sério.

5) Como porta de comunicaçao entre o homem terrestre e seu Criador
Os sentidos são a porta da Alma e por isso os primeiros cristãos faziam o Sinal em cada um deles, para manter os sentidos purificados e ‘abertos’ á comunicação do Espirito Santo.   

6) Como Pára raios Divino


Que desvia os principes do ar (os demónios)  com a sua incalculável malicia e canaliza para a terra as más energias e purifica a criatura que o faz. 
Quem não faz o Sinal deixa-se penetrar pelos raios demoniacos ficando por eles manietado.  

7) Como benção das refeições e de todos os actos diários. 

 

Comer é um dos actos mais perigosos no combate espiritual, pois é uma assimilação interior, logo se o que entra não é purificado, podemos estar a comer o próprio Diabo…e ele ficar mais forte dentro de nós.  
Dai se fazer o Sinal antes e depois das refeições para ‘divinizar-santificar’ a comida antes e agradecer a comida no fim.
Como diz S. João Crisóstimo : ‘’não sejais como os porcos e os brutos, que se alimentam dos bens de Deus sem Lhe agradecer nem levantar os olhos para a Mão que lhes dá essa comida’’. 

Atente-se na Ceia de Cristo e na Eucaristia cristã como exemplo da incorporação do divino em nós em tudo semelhante à refeição familiar em comum. 

A refeição é uma guerra contra o pecado da gula, sentarmo-nos á mesa com o tirano da gula é entrar em combate, fazendo o Sinal vencemos esse combate. 
Aquí reside uma profunda Sabedoria que invoca a Deus pelo Sinal em seu auxilio antes e depois das refeições. 



Também agir no dia a dia fazendo antes o Sinal é uma forma de dedicar esse acto a Deus e assim o divinizar. 

8) Como Lembrança que somos filhos de Deus
Quem não faz o Sinal anda perdido no mundo e pergunta ‘ O que faço aqui ? Porque nasci ?’ Quem o faz, lembra-se no acto que existe um Pai, um Filho e um Espirito Santo e isso o reconforta para caminhar na vida.
Com o Sinal nos lembramos que devemos imitar  aquele que por nós morreu na Cruz e seguir o seu exemplo.

9) Como arma contra a morte
Nos momentos próximos da morte fazer o Sinal com os braços abertos ao Céu é uma garantia de salvaçao.
Assim morreu o eremita São Paulo, Patriarca do deserto.


Quando devemos fazer o Sinal da Cruz?

 “Ao entrar e ao sair de casa,estando para comer, ao deitar e ao levantar, qualquer que seja o ato que pratiquemos ou o lugar para onde vamos, sempre marcamos nossa fronte com o Sinal da Cruz.”

No início de nossas principais ações deveriamos fazer o Sinal : Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.
Isso significaria que tudo o que fazemos, comer, trabalhar, amar, seria feito em nome do Pai, ou seja, em seu poder que fortifica a minha fraqueza; no nome do Filho, ou seja, em sua sabedoria que ilumina a minha ignorância; em nome do Espírito Santo, ou seja,em seu amor que reanima a minha frieza.

Temos um mau pensamento a nascer em nosso coração?
Façamos tão logo o sinal da cruz e esteja certo que ele desaparecerá.

Armemo-nos do sinal da cruz antes de nossas refeições, contra o demônio da sensualidade e da gula ; antes de nosso trabalho, contra o demônio da preguiça; antes de nossa oração, contra o demônio da tibieza; antes de dormir, contra o espírito de trevas; nos sofrimentos, contra o demônio do desânimo.

Que tipos de sinal da cruz podem ser feitos?

Sinal da Cruz a benzer

Por ele expressamos três verdades ou dogmas fundamentais do cristianismo: o Dogma da Santíssima Trindade, da Encarnação e da Morte de Jesus Cristo.

Quando você diz: “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, você está proclamando o Mistério da Santíssima Trindade.
Quando você leva a testa as pontas do dedo da mão direita aberta, dizendo”: “Em nome do Pai”… você desce em seguida com a mão na vertical e toca na altura do estômago continuando: “…e do Filho”, você está indicando o mistério da Encarnação:o Filho de Deus desceu ao ceio da virgem Maria. 

Depois, levando a mão direita para o ombro esquerdo (e do Espírito…”), você completa a cruz tocando o ombro direito (“…Santo…”), você está indicando a morte de Jesus na Cruz.

 
 

 Sinal da Cruz a persignar

 

Persignar-se é fazer três cruzes com o dedo polegar da mão direita, uma na testa outra na boca e outra no peito. 

A cruz na testa é para Deus nos livrar dos maus pensamentos e pedir a Deus que nos dê bons pensamentos, nobres e puros; 

Na boca, para nos livrar das más palavras e pedir a Deus que de nossos lábios só saiam louvores. Que o nosso falar seja sempre para a edificação do Reino de Deus e para o bem estar do próximo. 

No coração-no peito, para nos livrar das más ações e nos ajudar a viver e praticar as boas acções, para que em nosso coração só reine o amor e a lei do Senhor, afastando-nos, pois, de todos os maus sentimentos, como o ódio, a avareza, a luxúria… fazendo-nos verdadeiros adoradores.

Faz-se o persignar de Pé, indicando com essa posição, que estamos prontos para seguir, dispostos a marchar com Cristo para onde Ele nos levar.

Maneiras e simbologia de fazer o Sinal

 

Sempre com a mão direita.

a) Com 3 dedos unidos simbolizando a Trindade e dois dedos recolhidos simbolizando as duas naturezas de Jesus.
Desce-se do alto para baixo, e da esquerda para a direita, pois devemos passar da miséria para a glória, assim como Cristo passou da morte para a vida e do inferno para o paraíso. 

b) Com 5 dedos estendidos, eles representam as cinco chagas de Cristo, que são o sinal da cruz.  Cristo, com a sua cruz, tira toda a condenação do homem (por isso, da esquerda para a direita).

O Sinal faz-se sobretudo com a tua Fé de que os teus dedos apenas são a parte visivel.
Fazer o Sinal sem Fé ou verdadeira devoção a Deus nada significa.
De que serve colocar marca de ouro em objectos de palha ou lama ? 
Santo Agostinho dizia  ‘Se tendes na vossa fronte o Sinal da humildade de Cristo, tende também em vosso peito a imitação dessa humildade’.
De que serve o Sinal se a Alma está coberta de pecados e manchada de tentações ?.

Na tradição da região ibérica faz-se o Sinal com a famosa oração: "pelo sinal da santa cruz, livre-nos, Deus nosso Senhor, dos nossos inimigos."

Fazer o sinal da cruz com devoção não é um ato supersticioso, mas uma verdadeira entrega da própria vida à cruz salvadora de Cristo.


 O sinal da Cruz cabalistico

Havia originalmente duas maneiras de fazê-lo, ou, pelo menos, duas fórmulas  muito diferentes para expressar o seu significado; uma reservada aos sacerdotes e aos iniciados; e outra, comunicada aos neófitos e aos profanos. 

Assim, por exemplo, o iniciado, levando a mão à fronte, dizia: ‘A ti’; então ele acrescentava; ‘pertencem’; e continuava, enquanto levava a mão ao peito – ‘o reino’; depois, ao ombro esquerdo; ‘a justiça’ ; e ao ombro direito; ‘e a compaixão’. 

Então ele juntava as mãos e acrescentava: Através dos ciclos da geração: 


“A ti pertencem o reino, a justiça e a compaixão. Através dos ciclos de geração.”

1) “A ti pertencem”  – As palavras “a ti” se referem a Atma, o sétimo princípio da anatomia oculta do ser humano. Este é  o princípio supremo imortal,  o eu superior que  vive em unidade com a lei do universo, simbolicamente situado na testa.

2) “o reino,” – Ou seja, o reino dos céus, situado no peito ou no coração.  Esta é a consciência do mundo divino, a luz espiritual, Buddhi, o sexto princípio da compreensão universal das coisas, o amor universal. 

3) “a justiça e a compaixão.”  Estes são os dois pratos da balança.  O reino dos céus (consciência divina) é feito de justiça e compaixão,  e para afirmar-se necessita do equilíbrio entre estes dois fatores.   Qualquer uma destas duas virtudes só pode existir com base na outra. Sem justiça, a compaixão é falsa. Sem compaixão, a justiça é falsa. Sem justiça e compaixão, não há consciência divina (reino dos céus). O amor universal é feito de justiça e compaixão. É graças às duas virtudes (inseparáveis do discernimento) que o estudante tem acesso ao princípio Supremo e superior (Atma), simbolicamente situado na testa.

4) Através dos ciclos da geração. –  As palavras “os ciclos da geração” se referem ao caráter cíclico do tempo eterno e mais especificamente à reencarnações de cada individualidade humana.     
Os dois ombros humanos simbolizam a responsabilidade do indivíduo diante da vida. 
É a combinação de justiça (ombro esquerdo) e compaixão (ombro direito)  que  permite ter força e estabilidade ao longo de uma encarnação. 

O sinal da cruz cabalístico aciona quatro fatores, e  tem relação direta com os quatro elementos (fogo, água, terra e ar). Ele também se refere aos quatro pontos cardeais;  e ao Tetragrammaton, o nome de quatro letras da divindade na tradição mística judaico-cristã (IHVH).


O sinal da cruz na tradição salomônica e maçônica.

O templo de Salomão, esotericamente,  simboliza o corpo humano.
O corpo é a casa do Espírito: “o Espírito está dentro de nós”, “Porque vós sois o templo vivo de Deus”.  

Segundo a tradição, o templo de Salomão está voltado para o Leste e possui duas colunas, chamadas de “Boaz” e “Jachim”.  Idealmente,  ao fazer o sinal da cruz, o estudante de sabedoria divina não só se reconhece como um templo vivo, mas também  está voltado fisicamente para o Leste, o Nascente. Seus ombros e braços correspondem às colunas. O termo “Boaz”, que  corresponde ao ombro esquerdo ou coluna Norte,  significa “na força” ou “em fortaleza”. O termo “Jachin”, que corresponde ao ombro direito ou coluna Sul, combina uma abreviatura de “Jeová” (Divindade) com um termo que significa “Estabelecer”. 

Correlação entre o sinal da cruz cabalístico e a Filosofia do Ioga.


Inicialmente, enquanto o devoto pronuncia ou pensa as palavras “A ti pertencem”, o sinal da cruz ativa  a testa, um  ponto intermediário entre os dois chácras superiores, respectivamente localizados no alto da cabeça ( chacra Sahasrara) e entre os dois olhos (chacra Ajna). 

A seguir, enquanto o devoto pronuncia as palavras “o reino”, o sinal da cruz  toca uma parte do corpo que se refere ao chacra Anahata, localizado no coração. 

Em seguida, o estudante toca os dois ombros, pronunciando, respectivamente, as palavras “a justiça” (ombro esquerdo) e  “a compaixão” (ombro direito). 

Os dois ombros simbolizam as duas correntes energéticas ou “colunas”  (Nadis) que ligam os chacras, segundo a ioga.  Uma das correntes é positiva e ativa: a Justiça. A outra é compreensiva e contemplativa: a Compaixão.  

Finalmente, ao unir as duas mãos enquanto pronuncia as palavras “Através dos ciclos de geração”, o  devoto fecha o círculo harmonizando simbolicamente os dois hemisférios cerebrais, os dois nadis e as correntes yang  e yin em sua natureza interior.


Visão esotérica do sinal da cruz

Esta visão esotérica do sinal da cruz vai além de mostrar a relação viva que há entre o corpo e alma, ou e templo e o espírito.
A prática original do sinal da cruz é, também,  um modo ativo e consciente de  expressar o compromisso do indivíduo atento com a consciência universal.

Através do verdadeiro sinal de cruz, que nada tem a ver com superstições,  o indivíduo se estabelece simbolicamente na consciência divina. 

Ele  assume por mérito próprio “o poder que o faz parecer nada aos olhos dos outros”.

Ele assume o poder de estar em união fraterna com a Lei Universal e com todos os seres.

2 comentários:

  1. Gostaria muito de enviar essa pagina a pessoas amadas que só falam Ingles. Existe alguma ferramenta que traduza essa pagina ?
    Namaste

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  2. Basta usar o Google Website Translator Gadget que está acima dos seguidores e escolher a lingua.

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