O Bardo Thodol - Livro Tibetano dos Mortos
Parte 7
Os 7 dias das Divindades Iradas
Muita gente foi libertada nos 7 dias anteriores pela confrontação feita com as luzes transparentes e opacas das divindades Pacificas oriundas do centro psiquico do coração.
Mas grande ainda é o número daqueles que não conseguiram a libertação face ao seu bruto karma e agora segue-se a fase onde surgem do 8 º ao 14º dias as divindades Iradas oriundas do centro psiquico do cerebro que mais não são que as formas reflexas, excitadas e iradas das divindades Pacificas, a outra face da moeda.
Para o defunto confuso, dominado por temores e medos, torna-se dificil a tarefa de reconhecimento e confrontação a partir de agora, mas como ele também fica muito concentrado e focado (devido a mudanças súbitas, tipo flashes, de esplendores de origens diversas), isso pode ajudar uma eventual libertação.
Nesta fase a ‘arte’ do defunto é reconhecer as divindades iradas como contrafaces das pacificas, não as temendo, por mais horriveis e sanguinárias que sejam e as encarando com a naturalidade de um encontro ‘familiar’ com formas-pensamento-imagens do seu próprio interior, como suas divindades tutelares e fazendo assim uma diluição nelas em harmonia sem se atemorizar.
Esta arte é equivalente a temer uma pele de leão quando não se sabe o que é uma pele de leão, quando alguém nos informa o que é e ficamos esclarecidos, a pele deixa de nos meter medo.
Só temos medo do que desconhecemos e nunca enfrentámos.
Nestes 7 dias as divindades iradas que surgem representam igualmente símbolos da existência mundana e da sua impermanência e da necessidade do defunto a ela renunciar por ilusória e bestial.
Essas divindades emanam apenas do conteúdo mental que o falecido experimentou em vida e daí poderem ser reconhecidas, enfrentadas e integradas.
Nota :
Mais uma vez se reafirma que quem em vida teve evolução espiritual prática (não apenas teórica) se pode servir dessas experiências, visualizações, mantras, meditações para reconhecer pós morte todas as formas pensamento que aí possam surgir e as enfrentando-integrando passar ao nivel correspondente da sua evolução espiritual.
Mais uma vez se reafirma que quem em vida teve evolução espiritual prática (não apenas teórica) se pode servir dessas experiências, visualizações, mantras, meditações para reconhecer pós morte todas as formas pensamento que aí possam surgir e as enfrentando-integrando passar ao nivel correspondente da sua evolução espiritual.
Mais práticas em vida , mais cedo ocorre a Libertação no Bardo e melhor se controlam as inevitáveis ilusões e desorientação pós morte.
’Aquilo por que o homem tanto deseja, morrer bem, seguro, merecidamente, sem perigo, para isso ele deve ter atenção,estudar e aprender esta Arte e as suas liçoes enquanto ainda estiver vivo e com saúde ( sem saúde, também não aproveitará ) e não esperar que a morte o possua.’’
A Arte de morrer
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