Mestre, com a ameaça do virus actual, em que divergem as posturas de quem Caminha e de quem ainda não o faz ?
Mestre :
Olha, meu filho, para todos nós, hoje em dia, as nossas viagens
individuais na vida estão ligadas pela ameaça e pelo medo do coronavírus (vírus que cresce rapidamente no nosso materialismo e alucinação).
Para
alguns de nós, já significou a morte de pessoas queridas.
Em todos nós,
despoleta a consciência da nossa mortalidade e da incerteza das mudanças que
não podemos controlar.
Nestes periodos negros, surge, porém, uma
memória colectiva, suprimida antes pela hiper-distracção, que se torna de novo consciente.
Para quem já Caminha e estava já antes Focado e Atento e Desapegado, a memória da vida é experienciada como uma viagem espiritual, que começa e
termina em mistério, cheia de inexplicável dor e alegria, mas cheia de
Maravilhas.
É a Maravilha que, no final, nos liberta do medo.
Para quem ainda estava apegado ao mundo, consumo, poder, ganancia, fica agora confrontado- exposto,
pela primeira vez, à aflição real: a de não terem um caminho espiritual,
numa época como esta, tendo falta duma fonte de significado, sem ver a centelha
de Vida escondida na escuridão das nossas mortes.
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