O vírus global está a ensinar-nos
a todos muitas coisas, a cada pessoa
através do contexto da sua própria história e personalidade,
colectivamente estamos a
receber lições duras e necessárias.
Vamos aprender a viver dentro dos
nossos limites?
Poderemos
descobrir o que significa “suficiente”?
Vamos
ensinar
à geração seguinte que satisfazer-se
com o suficiente
é a condição para a
“felicidade” que temos andado a procurar nos lugares errados e da pior maneira?
Em
primeiro lugar, porém, o vírus
está-nos ensinando o realismo
e com esse realismo,
ficamos prontos para aprender
a Paciência.
A
paciência é uma virtude preciosa
porque é um elemento básico de aprendizagem de tudo e mais
alguma coisa.
Não
abordaremos a educação como algo a
ser aquecido rapidamente no micro-ondas e
entregue como uma qualificação.
Acharemos repulsivo que a educação, mesmo ao nível elementar
para crianças
pequenas, produza stress, ansiedade e doença mental por causa
da
competitividade e da obsessão com a avaliação
quantitativa.
Recordaremos que
criar os filhos exige tempo gasto
com eles, pois eles têm de ser embebidos em
atenção pessoal e não colocados em frente de uma
ama digital.
Talvez aprendamos
que aprender leva tempo:
que a nossa impaciência
(da geração millenial)
de nos tornarmos especialistas em algo, num circuito rápido e
pagos em excesso,
não conduz a um bom trabalho.
A
meditação tem a ver com abrirmos os nossos
olhos à
realidade, na sua diversidade colorida e
simplicidade maravilhosa.
A meditação
ensina-nos a paciência e
precisamos da paciência para desfrutar.
Também
precisamos dela para saber
como sofrer.
Aqueles que ficaram doentes, em casa ou no
hospital, porque
apanharam o vírus, aprendem como a paciência ensina, como
mostra a raiz da
própria palavra, que a
paciência é a qualidade do sofrimento.
Pensar que a paciência é apenas esperar por alguma coisa que
há-de vir ou ir,
apenas nos torna mais impacientes.
A paciência ensina-nos
como aceitar e
crescer através do sofrimento.
Como suportar, ser resiliente, pacífico, cuidar
dos outros, ainda que em sofrimento.
Num
mundo hedonista, em busca da
felicidade nos sítios errados, criamos sofrimento sem aprendermos como sofrer.
O inescapável segredo da vida é
saber como sofrer.
A mais
profunda paciência é a ponte
entre o sofrimento e a Alegria.
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