O
que há por aí para se estar
feliz? Não muito, mas a Alegria é diferente.
A felicidade depende de circunstâncias
externas ou de formas de
relacionamento. Enquanto estas duram, caímos facilmente numa
gratidão que
assume que o tempo da felicidade é permanente.
E,
afinal, o que é que é
permanente? Nada, ´´tudo passa só Tu ficas´´.
Contudo,
a Alegria não depende de circunstâncias
externas ou
relacionamentos passageiros.
Ela
flui continuamente de uma
fonte, uma fonte
pura, do próprio Ser.
Nada
a pode bloquear excepto a nossa
tendência
sombria para engarrafar
a água da fonte, para possuir, para poluir a
sua pura e
inocente realidade com
ilusões de proveito próprio e de ganância.
Nada
é tão doloroso no
início como a transição da felicidade perdida para a pura
Alegria.
Há
algumas décadas que temos vindo
a estar conscientes de que a felicidade
material sem precedentes, identificada
com a abundância, tem um preço
irracional e insustentável.
A
nossa humanidade
pessoal, a civilidade e a justiça social, a sanidade e a nossa
própria casa
global estavam a ser poluídas
e abusadas.
Mas o que poderíamos fazer a esse
respeito?
As
pessoas que fizeram soar o alarme foram desacreditadas
como sendo
excêntricas ou exageradas.
Os
que gemiam e suspiravam também se tornaram uma
classe, uma indústria.
Os
políticos estavam entre aqueles que detinham o poder.
A confiança e o respeito pela
política e pela lei, necessárias para qualquer
forma de civilização, afundaram-se.
Assistimos
ao caos eleito e a governos de
bárbaros.
A
Alegria de viver foi sendo,
gradualmente, sugada
e engarrafada em graus cada vez
piores de injustiça e
egoísmo surreal: os 1% mais ricos de hoje possuem metade da
riqueza
mundial – mesmo agora, ao estarmos distanciados socialmente e
em quarentena e
estando os mais vulneráveis a sofrer a
parte pior.
Alguns
dos 1% são pessoas
generosas e boas, mas até as piores estavam lentamente a
compreender que a
situação era demasiado irreal para durar.
A
raiva contra eles pode aumentar –
como aconteceu com a agressão passiva do populismo. Mas
demonizá-los é injusto
e também irreal.
Na
tradição cristã, Jesus cura
um cego de nascença. Os seus
discípulos perguntaram-lhe quem era o culpado
pela
sua desgraça e Ele recusou-se a apontar o dedo da culpa.
Ele
disse que o
significado era a própria cura – ela
revelou a divina plenitude da vida, a
Alegria de Ser, que ultrapassa as limitações e
inferioridades humanas.
Jesus curou o homem cuspindo no chão e fazendo uma pasta com
terra, aplicando-a
nos olhos dele se dizendo-lhe para se lavar na piscina natural
de Siloé.
Mais
tarde, o homem disse: “tudo o que eu sei é que antes era cego e
agora vejo”.
DISSE JESUS: EU SOU A LUZ DO MUNDO (João 8:12)
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