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sábado, 1 de outubro de 2016

Fases da Morte - Parte 1 - Morte fisica



Parte 1 - Morte fisica

Como o que encarna objectivamente é o quaternário inferior (Mental concreto emocional, Psíquico ou astral, Duplo etérico ou vital, Corpo físico denso), logo só esses quatro veículos ou princípios humanos estão sujeitos ao fenómeno da morte.

Morto o corpo físico, seguido da decomposição do duplo etérico, fica o homem, isto é, a consciência humana, habitando o corpo astral por um tempo mais ou menos largo, e após abandona-o penetra a Vida Mental, a qual também haverá de findar e suceder o mergulho da consciência humana num novo estado de beatitude espiritual, antes de nova encarnação.

No momento da morte a separação do homem do seu corpo físico não existe sofrimento ao contrário de alguns pensam.
O chamado “estertor mortal”, mais ou menos agitado, que sucede segundos antes, é o corpo a deixar de respirar (ou seja, o escoar definitivo do PRANA ou energia vital) , apagando-se a vida do corpo que termina o ciclo de animação.

De facto, se a morte é fruto da imprestabilidade ou desgaste definitivo do corpo físico aos demais veículos ou princípios, o Ser, cujas sensações se expressam pelo seu corpo emocional, só pode sentir-se aliviado ao deixar o corpo tornado inútil.

Esse alívio extraordinário acompanhado de uma sensação indescritível de leveza, todos o sentem, tal como todos, uns mais e outros menos, é bem verdade, já têm desde dias antes da desencarnação uma visão nítida do mundo espiritual e dos seus habitantes, principalmente daqueles mais chegados (por antigos laços de parentesco, por exemplo) ao ente prestes a partir, como eles também já partiram.

Com esses, apresentam-se igualmente os Auxiliares Espirituais que irão ajudar no processo da desencarnação.

Tais Auxiliares serão de escala evolutiva imediatamente superior à do agonizante, e se este tiver sido pessoa de parca evolução, consequentemente, os seus Assistentes espirituais igualmente não serão de grande evolução, mesmo que superior à sua.

Pelo contrário, o estudante de Sabedoria Divina, o Iniciado que desencarna tem sempre a apoiá-lo Seres de tal excelsitude que não raros clarividentes os confundem com o próprio Cristo, se for no Ocidente, ou então com o Buda ou com Krishna, se for no Oriente, tal a sua beleza e glória espiritual.

Outro conceito falso diz respeito à crença de que na morte todos ficam iguais.

Esta crença fere substancialmente a Lei do Karma ou da “Causa e Efeito”, que é uma Lei Universal, válida não- somente para os indivíduos encarnados mas também para todos os seres e coisas manifestados.

A desigualdade aparente no Mundo Físico, como todos a vemos, persiste no Mundo Astral e mesmo no Mental Concreto, e engana-se gravemente quem pensa que em se tirando a vida física dirimem-se os seus sofrimentos; quanto muito, consegue-se modificar a natureza deles.

Outra ideia falsa é pensar que a morte conduz indistintamente a consciência de todos a uma espécie de permanente sono calmo e sem sonhos ou com sonhos agradáveis.

Não, o que se semeou em vida física e ficou impresso na memória mental que sobrevive à morte cerebral, é que irá determinar a sua vida extra-física como um paraíso ou um inferno, rodeado por todas as imagens e pensamentos que criou, atraindo assim a beleza ou a fealdade de consciências afins.


Todas as tradições são unânimes: “Faz de tua vida um céu para não vires a sofrer na morte as penas do teu inferno”…

A aparência do homem em seu corpo astral, quase nada difere do que aparentava o seu corpo físico.

A maior diferença, inculcada pela sensação de leveza e liberdade post-mortem, faz-se sentir no aspecto da idade, pois por norma – exceptuando aqueles ferreamente agarrados à vida que findou, ficando assim enfeiados e envelhecidos, quando não mantendo a aparência dos seus últimos dias terrenos – a aparência que toma o corpo astral é a de ser um tanto mais jovem, a qual vai tomando o seu corpo fluídico à medida que se desprende do envoltório carnal.

O momento da morte, por mais rápido que ela ocorra, não é instantâneo, pois que há sempre um estado intermediário entre a vida e a morte, à semelhança daqueles breves instantes em que se passa do estado de vigília ao de sono; é como o apagar de um bico de gás em que, antes da completa extinção, a chama vai decrescendo…

Esse momento de transição mais que importante é crucial para o futuro espiritual do ser em trânsito.

Nesses breves instantes, mesmo que a morte seja rápida, o homem vê passar diante da sua consciência, com muitíssima maior nitidez que um filme de cinema, o panorama total da sua vida recém-concluída, até aos mínimos detalhes.

Os acontecimentos apresentam-se em ordem inversa, recuando desde esse momento derradeiro até à infância, assistindo ele a esse desenrolar dos factos como um observador imparcial e, nessa contemplação, analisa a série infinita de causas que o fizeram agir, sentir e pensar, desde o nascimento até à morte, e dessa retrospecção deduz a natureza da vida que terá na futura encarnação.

Tudo isso se passa nos breves instantes em que a chama da vida física vai se apagando… Tenha-se em mente que o factor Tempo como o conhecemos no Plano em que vivemos, não é idêntico ao dos demais Planos da Natureza: um segundo no Mundo Físico equivale a um minuto ou a uma hora no Astral, tal como um minuto ou uma hora parecem um ano ou um século no Mental.
Quem não terá, em poucos segundos de sono, sonhado o desenrolar de acontecimentos que, nesse estado, lhe pareceram durar várias horas ou muito mais?


As conclusões que o homem tira de tudo o que acabou de ver nesses derradeiros instantes é como se fosse uma visão do seu futuro, porque ela é verdadeiramente imparcial.

Nesse estado, o ser penetra no domínio completo das causas que gerou durante a vida.

Antes que se corte definitivamente o laço ou elo vital (o chamado “cordão prateado” que liga os corpos mental e astral ao físico por intermédio do etérico ) que o liga ao Mundo Físico, pode, por um supremo esforço de vontade, imprimir ao seu pensamento uma energia suficiente para determinar, desde esse momento, as condições em que virá a reencarnar.

Eis a importância crucial do último pensamento do moribundo, pois nele reside o seu bom ou mau futuro espiritual.

O ente prestes a entrar em trânsito deve visualizar aquilo tenha como sendo o mais belo e grandioso na sua concepção pessoal: o Cristo, o Buda, um Anjo de Glória, um Templo luminoso, uma Paisagem maravilhosa, etc., isto sempre de acordo com a natureza do implicado, e sempre com a firme certeza de que a seguir Deus virá operar o Milagre da Ressurreição pelo indiscutível apoio imediato dos seus Santos e Sábios Emissários.

Por tudo isso, é de importância capital para o discípulo que visa preparar nesta vida as suas condições futuras (para isso, mister se faz a convicção absoluta na doutrina do Karma, não de maneira cega mas esclarecida), organizar para si um ideal superior de ser, meditar constantemente sobre ele e vivê-lo o melhor que souber e puder, ou seja, capacitando-se a possuir as mais nobres qualidades morais e espirituais de sabedoria, bondade, tolerância, sacrifício, justiça, etc., para que, na hora fugaz da sua morte, possa o seu pensamento evocar esse ideal, modelando assim as condições favoráveis à sua futura encarnação.

Sendo de importância crucial esse momento de retrospecção em seu trânsito para a vida espiritual, necessitando o moribundo de toda a atenção e sossego para concentrar-se nos fenómenos que então se processam em si e em seu torno, torna-se evidente que um ambiente exterior sossegado, ausente de agitações emocionais, redundará em benefício enorme para ele.

As vibrações intensas dos choros e lamentações dos entes que o cercam, só podem prejudicá-lo afectando imenso o seu desprendimento corpóreo, principalmente se ainda for jovem cujos laços físicos rompidos são muito mais intensos que num idoso.

É, assim, prova de elevado nível de cultura espiritual quando a família do morto sabe conservar a devida calma diante do evento dessa natureza.

O costume de contratar “mulheres chorosas” ou “carpideiras” para assistir ao último suspiro do moribundo e ao seu enterro, cada uma caprichando mais que a outra no fingimento de manifestações sofríveis por quem nunca conheceram, é dos piores e mais desrespeitosos actos que se podem fazer por atingirem dolorosamente a alma que parte…


Não se deve comparar o momento da morte com o Dia do Juízo, embora o morto passe naqueles instantes por uma provação, que é justamente a de rememorar todos os seus actos.

Talvez seja um pequeno juízo, porque o Grande Dia do Juízo Final diz respeito exclusivamente a um certo momento da evolução da alma através da cadeia de mundos. Por isso é importante que as religiões dêem assistência moral ao moribundo, ajudando-o nesse instante crucial com preces elevadas.

Terminada essa fase de retrospecção, o homem entra num estado semiconsciente que corresponde à sua transição através do corpo etérico que deixa para trás ao mesmo tempo que o cordão da alma recua consigo até ao chakra umbilical do corpo astral, assim terminando a vida física, tornando-se o PRANA, “vida”, a APANA, “não-vida”.

Com a saída da alma do corpo físico e deixando para trás o corpo etérico este fica ligado àquele, por ser o seu verdadeiro molde físico, mas já não o interpenetra, simplesmente fica flutuando sobre o cadáver, desagregando-se sincronicamente com o veículo físico.

Por isso o cemitério apresenta o desagradável espectáculo dos corpos em decomposição com os seus moldes etéricos flutuando sobre eles como farrapos…

Isso leva à questão higiénica da cremação dos corpos advogada por muitos, principalmente no Oriente.

Contudo e atendendo a que o processo de retrospecção e trânsito varia de alma para alma consoante a evolução alcançada, logo, sendo mais ou menos rápida a integração nos corpos superiores, deve-se ter muito cuidado em não queimar ou embalsamar o corpo antes de passarem, no mínimo, três dias depois da morte.

Há aqueles que fazem a retrospecção e depois mantêm-se aferrados à vida que terminou, assim permanecendo no corpo etérico, e por repercussão acabarão sentindo os efeitos cirúrgicos de qualquer exame médico post-mortem ou ferimento provocado no corpo físico inerte.

De maneira que, não é demais repetir, é aconselhável deixarem-se passar três dias antes de proceder a qualquer cremação, embalsamamento e até enterramento, como também a alguma autópsia.

Muitos que passaram pelo fenómeno cataléptico da “morte temporária”, dizem que nesse estado “penetraram num túnel luminoso ao fundo do qual havia gente ou paisagem, ou ambas as coisas”.


Isso é fácil de explicar: Trata-se da abertura da visão suprafísica pela dilatação do chakra frontal, sem a ingerência das sensações físicas, dando-lhe assim o primeiro vislumbre do panorama do Plano imediato, o Astral.
Quem, acaso, antes de adormecer nunca apercebeu um foco ou uma esfera luminosa na região frontal?…

Separado definitivamente do corpo denso, como disse, em geral o duplo etérico fica flutuando como uma nuvem violeta sobre o cadáver, constituindo aquilo que geralmente se chama de espectro. Então a consciência penetra num estado de sono, que perdura até se desprender completamente do mesmo duplo etérico, que vai de minutos a horas até dias e mesmo semanas, dependendo esse prazo da evolução consciencial alcançada pelo falecido.

Para todos os efeitos, deve-se respeitar os três dias já assinalados… pois que desses em diante as condições para a execução das exéquias fúnebres entram em fase de degradação em qualquer sentido, e se acaso a alma permanecer ligada ao corpo morto através do duplo etérico em desagregação, então é sinal claro da sua parca evolução e farto karma, e tal será o seu castigo.

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