A dialéctica das vontades, as desculpas de mau pagador e a luta interna dos dragões no homem
Quem não passar em vida pela prova do Fogo que consome o egoismo, terá de o fazer depois de morto e isso não será nada doce ou suave.
Quem tiver ouvidos que ouça.
A vontade própria:
Se todos os homens seguissem a Tua Vontade, o mundo não poderia mais subsistir, porque ninguém mais produziria comida e haveria fome.
A Vontade:
Como te enganas, milhares sairam do Egipto e, não obstante, não lhes faltou alimento.
Olhai os passaros do céu, não semeiam nem colhem, contudo o Pai os alimenta.
Buscai apenas o Reino de Deus e tudo o resto vos será acrescentado.
Não andeis inquietos, o Pai cuida de vós.
Se Deus me dá as coisas eu devo preservá-las, dizendo : Isto é meu e de meus filhos, viverei disto; farei com isto o que eu quiser e deixarei isto a meus filhos.
A Vontade :
Não esqueças que nasceste nu e tudo te foi dado, por isso deves possuir como se não possuisses, não feches em cofres o que Deus te dá.
Diz sim, que o que tens te foi emprestado para usares sem sentido de posse e assim como te foi dado te pode igualmente ser tirado.
A vontade própria:
Mas se os ricos tivessem de sustentar os pobres, eles próprios cairiam na miséria e nada mais poderiam partilhar.
A Vontade:
Se os ricos chegassem tão longe, estariam na pobreza de Cristo, que cuidaria deles e proveria suas necessidades.
De modo algum a minha Vontade leva os ricos a ficarem pobres, a comida a faltar e o mundo a abalar-se, apenas prega a moderação.
É apenas a tua vontade que é a causa destes males, invertendo a balança do equilibrio Divino pois consolidada no egoismo, toma para si as riquezas da terra, provê apenas aos seus, despreza os pobres e comporta-se como um avaro preguiçoso.
Deus tudo criou para um uso comum de todos, e não para a soberba e o conforto de alguns avaros.
Deus quer a circulação dos bens e não a sua acumulação em cofres.
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