Os
diferentes infernos
segundo Louis Claude de Saint Martin
O Homem pode, por atos
impróprios e falsas contemplações, acender em si um fogo prejudicial
tanto ao próprio Homem quanto a todas as regiões em que terá que
exercer o seu ministério.
Primeiro, quando deixamos de viver nossa verdadeira
vida, ou seja, tão logo deixamos de nos apoiar na região
fundamental de nosso pacto primitivo, aprendemos que há uma
espécie de inferno passivo,
que pode, contudo, ser chamado de inferno divino, já que, para
nós, é como o esforço da vida real contra a inércia ou o vazio
onde descesmos através da indolência.
Mas se formos além, e ao invés de repousarmos na
região de nosso pacto primitivo, nos apoiarmos ou nos
unirmos às regiões desordenadas ou viciosas, rapidamente
chegaremos a um inferno mais
ativo, que possui dois níveis:
em um destes níveis, devemos ordenar todas aquelas paixões que
nos ligam mais ou menos ao serviço de nosso inimigo; o outro é a
exata porção ou estado do diabo propriamente dito, e aqueles que
se identificam com ele.
No primeiro nível do inferno ativo, não há, em princípio, espiritualmente, nem angústia nem esperança; não há nada além de ilusão; mas sob esta ilusão está o abismo, que rapidamente faz a veemência de seu remorso amargo ser sentido.
O primeiro nível deste inferno ativo envolve, por assim
dizer, todo o gênero humano, e, neste ponto de vista, talvez não há um único homem que
não realize, diariamente, a obra do diabo,
e quem sabe aquela de muitos diabos ao mesmo tempo; apesar que,
neste nível, os Homens
realizam tal obra sem ao menos suspeitarem disto, sem
conhecimento.
Isto porque ela não mostra a menor correspondência por
parte do demônio, a ponto de manter todos os Homens a seu
serviço, e de fazê-los executar tudo o que é possível, e ainda ao fingir tão bem e ao se manter
atrás das cortinas, ele faz os homens agirem ao seu bel
prazer, e os fazem até mesmo acreditarem que ele não
existe.
Este inimigo, sendo espírito, dirige todo pensamento a um ponto fora da mente do homem, ao levá-lo de ilusão a ilusão, pois ele realmente trabalha o Homem no espírito, enquanto parece estar agindo somente na ordem externa das coisas; isto porque o Homem, que é espírito, apresenta naturalmente o caráter de sua própria existência ilimitada a tudo o que ele aborda.
Este inimigo, sendo espírito, dirige todo pensamento a um ponto fora da mente do homem, ao levá-lo de ilusão a ilusão, pois ele realmente trabalha o Homem no espírito, enquanto parece estar agindo somente na ordem externa das coisas; isto porque o Homem, que é espírito, apresenta naturalmente o caráter de sua própria existência ilimitada a tudo o que ele aborda.
O inimigo, a quem
o Homem serve cegamente, o conduz por este caminho até o
túmulo, com projeções e paixões
sem fim, ludibriando-o tanto na sua existência transitória como
em sua real existência; está é também a razão pela qual a Sabedoria Eterna
com, a qual devemos sempre residir, é obrigada a
se afastar da morada infectada do Homem.
Vendo
como servem um mestre que não conhecem, e em quem não
acreditam; e vendo que, em sua cegueira, julgam uns aos
outros, corrompem uns aos outros, roubam uns aos outros,
lutam e matam uns aos outros.
Todos estes movimentos turbulentos A enchem de medo, Ela que fora ordenada a observar e habitar exclusivamente a paz, a ordem e a harmonia.
No segundo nível
deste inferno ativo, não há nada além da iniqüidade, não
há nem esperança, nem ilusão; ali, a unidade do mal é
inquebrável.
No segundo nível deste inferno ativo, os homens também servem o diabo, mas não inconscientemente, como antes; eles não mais estão na dúvida ou na ignorância de sua existência; eles participam, consciente e ativamente, em suas iniquidades.
Felizmente, esta classe de traidores é a minoria, de outro modo o mundo teria afundado sob o peso das abominações do inimigo.
O inferno passivo, compreende toda
região de sofrimento, exceto aquela da iniqüidade.
Ali, portanto, a angústia sucede a angústia, como as ondas do mar.
Mas, ali também, uma onda engole a outra e nenhuma tem domínio completo.
Por esta razão, a esperança ainda é, de tempos em tempos conhecida neste inferno.
Embora permanecer nos caminhos dolorosos do inferno passivo seja algo desagradável, está à mercê da Sabedoria Divina permitir que os homens que se lançaram ali, permaneçam por pouco tempo.
Ali, portanto, a angústia sucede a angústia, como as ondas do mar.
Mas, ali também, uma onda engole a outra e nenhuma tem domínio completo.
Por esta razão, a esperança ainda é, de tempos em tempos conhecida neste inferno.
Embora permanecer nos caminhos dolorosos do inferno passivo seja algo desagradável, está à mercê da Sabedoria Divina permitir que os homens que se lançaram ali, permaneçam por pouco tempo.
Se eles não fossem mantidos ali, nunca saberiam ou
esqueceriam que mesmo lá os poderes ainda são divinos.
Sim, este inferno se torna uma das fontes de nossa salvação, nos ensinando a tremer diante dos poderes de Deus, e regozijar, ainda mais, ao compará-los com o Seu amor.
A Sabedoria Suprema
permite também que nada sobre este inferno passivo, e nem
sobre os dois níveis do inferno ativo, seja escondido do
homem de desejo; visto que ele deve ser
instruído em cada ramo conectado a seu ministério, já que ele,
posteriormente terá que dar assistência a outros; mesmo àqueles
que, apesar de ainda viverem, possam ter se afundado ou se
naturalizado neste abismo ou inferno ativo.
Pois a existência destes membros ambulantes do demônio
é um dos assustadores
delírios que o trabalhador do Senhor deve conhecer;
esta é a parte mais dolorosa de seu ministério.
Assim, para o trabalhador do senhor cumprir seu
destino, que o conclama a ser espiritualmente útil a seus
semelhantes, acima de todas as coisas é
necessário abster-se de cair no inferno ativo; mas, além
disso, é preciso trabalhar para se livrar do inferno
passivo , se é que ele o tem abordado,
descuidadamente; pois, enquanto estiver lá, não pode ser
empregado na obra de modo algum.
É somente na medida em que ele se livra deste inferno
passivo que as riquezas do pacto divino entram nele, podendo
então vivificar outros homens, vivos e mortos.
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