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sábado, 29 de novembro de 2014

O que fomos, o que somos e o que seremos, pelo Abade Pierre Fournié

 



O Abade Pierre Fournié (Bordéus 1738-1825 Londres) foi secretário de Martinez de Pascually e foi membro da Ordem Martinista do ramo Elus Cohen. 





Escreveu um livro denominado ' O que fomos, o que somos, e o que seremos', escrito em 1801 em Londres para onde tinha ido viver.

Nesse livro encontra-se uma figura cujo simbolismo da Criação vamos dar conhecimento.



O circulo de fogo em forma de labaredas que rodeia a figura representa Deus, sem principio nem fim.  

O circulo branco maior que está acima dos 7 circulos mais pequenos, designa o homem Divino, o Adão original,  por Deus criado à sua imagem.

A linha diagonal que une o homem Divino a Deus, representa essa união que é a cooperação eterna entre o Criador e a sua imagem, o homem Divino. 
União sem dualidade, que reside apenas no Um.

A linha vertical que parte de homem Divino e atravessa os 7 circulos brancos. representa a Graça que Deus nos concede, após a nossa materialização-queda-pecado original, para nos retirar deste mundo de ilusões, através do nosso esforço em vida para em consciência nos aperecebermos da realidade da vida e qual a nossa tarefa neste mundo.
Linha que significa que o Caminho é possivel, em qualquer altura da vida, para o homem abrir os olhos e evoluir espiritualmente, Deus não se esquece de nós nunca, a linha está lá sempre, só é preciso o homem se aperceber que ela lá está.
Sem esta linha, esta Graça divina, o homem estaria perdido para sempre sem poder regressar a sua Casa, bendita seja a Misericórdia divina que permite ao homem se deificar-regressar a Casa pela sua transformação-perfeição em vida.

O circulo preto maior em cima separado de Deus, representa Lucifer.
Lucifer é o oposto, o contraditor do homem Divino, a justiça de Deus.
Sem contradição (dualidade), o Criador não se moveria,  esta oposição de Lucifer ao homem Divino, cria a dinâmica na Criação.

A linha vertical que parte de Lucifer e atravessa os 7 circulos pretos, representa as tentações do mundo que Lucifer (tornado Satanás neste mundo) nos sugere diáriamente para pela Justiça de Deus (Lucifer é a justiça de Deus) nos afastar da Misericórdia de Deus (da nossa Essência divina).


O homem está em vida neste combate entre as 2 linhas verticais e só depende de si para escolher pela sua liberdade e livre arbitrio entre uma ou outra.
 
O circulo preto em baixo com um ponto branco no meio, representa o nascimento do homem no mundo, nascimento na ignorância, fora da sua Casa, na miséria junto á pocilga dos porcos, sem o Conhecimento e Sabedoria divina.
O ponto branco é a sua Salvação, a Graça lhe concedida pelo Criador, a minúscula centelha de Luz no fundo de si que o pode elevar e retirar da pocilga pelo seu esforço, pela sua transformação e aperfeiçoamento em vida.
Sem esse ponto branco o homem seria mais um animal na terra, para sempre perdido, sem hipótese de resgate e evolução.

Os 7 circulos brancos na linha vertical representam os 7 Espiritos de Deus que na terra ajudam o homem a 'abrir os olhos' e a se divinizar.
Os 7 circulos pretos na linha vertical fazem oposição aos 7 brancos e condicionam o homem nas suas escolhas e decisões.

Dos circulos brancos saiem na horizontal pequenas bolas brancas que se vão opôr ás setas horizontais que saiem dos circulos pretos.
Oposição entre os 7 Espiritos de Deus e os 7 Espiritos de Satanás.
Os Espiritos de Deus equilibram as setas de Satanás (que representam o nosso livre arbitrio) para elas não nos atingirem sem nós termos a capacidade de as suportar (Deus sabe até onde podemos suportar a Sua justiça, sabe a nossa capacidade de 'encaixe', nunca nos dá nada fora dos nossos limites) e as setas de Satanás equilibram os Espiritos de Deus para que eles não destruam e tornem inútil o nosso livre arbitrio.   

Bendito seja o Criador por este equilibrio Divino, pela Sua bondade, misericórdia e justiça para o homem, Seu filho, à Sua imagem criado.

A linha vertical a meio, que tem pequenos circulos mais ou menos brancos, representa o Caminho que cada um de nós pode fazer para se divinizar, se transformar e aperfeiçoar.  
Quanto mais de branco houver nestes pequenos circulos, à medida que vai subindo na escada do seu auto conhecimento e perfeição,  mais o homem está livre da 'casca' animal e mais evoluido, mais perfeito, mais equilibrado e conhecedor de si está, ao fazer cada vez mais a Vontade de Deus e não a sua. 



Nesta linha vertical existem também riscos ou barras horizontais que representam a oposição ao nosso movimento para cima, as dificuldades do nosso caminho diário, as lutas que enfrentamos a cada dia para nos superarmos, para melhor nos conhecermos e sermos mais equilibrados e perfeitos.
O caminho para Deus não é fácil e é preciso preservar na vertical desta cruz da nossa vida para ultrapassar e vencer os riscos horizontais da cruz que nos atrasam e dificultam para testar a nossa força e dedicação a Deus.
Assim é a nossa Cruz, esforço vertical e dificuldades horizontais.
 
A escada dos pequenos circulos mais ou menos brancos a meio termina por um circulo quase todo branco entre o homem Divino e Lucifer, que simboliza os homens de Desejo, que pelo seu esforço e dedicação em vida ao Caminho espiritual, obtiveram a Graça de se unirem a Deus, de se deificarem.
Estes homens, ainda em vida, estão no mundo mas não vivem para o mundo.  
Quando chegar o dia do Julgamento final, estes homens de Deus deixarão o tempo para ir morar na casa Dele e fazer parte como actores activos da corte das Suas maravilhas.
 
A seta aqui está virada para Lucifer porque o homem de Desejo é a própria Vontade de Deus.
Neste plano da Vontade de Deus atinge-se a unidade, deixa de ser preciso haver contradição-oposição dual, deixa de fazer sentido o pequeno circulo branco assim como a seta virada contra ele, que assim regressa á sua origem.

A Vontade de Deus ao dar liberdade total ao homem Divino, permite que ele escolha pelo seu livre arbitrio fazer (ou não) essa Vontade e nesse momento de 'entrega' à Vontade de Deus ele afasta de si (a seta é virada para donde veio) todas as vontades que não são essa Vontade de Deus.

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