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terça-feira, 29 de abril de 2014

A Sinarquia como modelo de Governo do mundo



A Sinarquia como modelo de Governo do mundo 

Este conceito foi desnvolvido por um filosofo Saint-Yves d’Alveydre e está contida em seus cinco livros, publicados entre 1882 e 1887 e baseia-se na única forma de governo permanente viável, a da Sinarquia, que havia sido instituída por Rama 7400 anos antes de Cristo, quando fundou um império universal asiático-europeu que durou três mil e quinhentos anos.

Todos os livros são consagrados à pesquisa histórica dos princípios sobre os quais devem apoiar-se as instituições dos Estados para que eles possam subsistir, continuando a fazer progredir a civilização em uma atmosfera de paz e de justiça.


Saint-Yves considera, pois, os ensinamentos da História como resultados sintéticos de experiências efetuadas no grande laboratório humano constituído pelas nações do mundo inteiro.


Se um teórico – como Jean-Jacques Rousseau, por exemplo – formula ideias que não são verificadas pelo laboratório, Saint-Yves as rejeita a priori.
Se elas são, ao contrário, verificadas, encontram-se necessariamente incorporadas à História do mundo fazendo, a partir daquele momento, parte da evolução da humanidade.
Elas constituem, então, um fato social, que um historiador deve considerar em suas exposições do passado e em suas previsões do futuro.

O ensino oficial das Universidades modernas limita-se praticamente ao período de mil e quinhentos anos, começando a partir da fundação de Roma e estendendo-se aos nossos dias.

Há para tanto razões outras além da ignorância oficial, apesar de esta última desempenhar um papel de destaque.

Vamos tentar esmiuçá-las um pouco mais a fundo.

Esperando, evidentemente, que esse período de dois mil e quinhentos anos, seja absolutamente insuficiente para tirar do laboratório político mundial conclusões válidas para numerosos séculos.

A ciência oficial admite, entretanto, que tenham existido continentes como a Atlântida, tragados por sismos cósmicos.
Qual foi a sua civilização? Nada prova que ela não tenha sido mais avançada do que a nossa.
Que lição de sociologia contêm os livros sagrados de todos os países, e em particular os capítulos herméticos da Gênese e do Apocalipse?

Sobre que princípios e por que homens foram fundadas as antiquissimas civilizações chinesas, egípcias e hindu, que desempenharam e ainda desempenham um grande papel na História?
Quais foram as origens e a evolução da raça vermelha, hoje residual?
Que se passa por detrás do véu dos templos da Ásia central?



Seria necessário possuir um mínimo de noções sumárias sobre todos estes problemas para permitir-se falar do futuro.
Para tanto, faz-se necessário remontar o curso da História durante numerosos milênios.

Foi o que fez Saint-Yves, e é a partir desta conclusão que todas as formas de governo atualmente existentes na terra deixaram de ser viáveis.

A partir de Jesus Cristo, em particular, não pode mais haver repúblicas estáveis, porque as repúblicas estão baseadas em formas variáveis de escravidão, que a consciência pública não admite mais. 

Da mesma forma, não pode haver monarquias e ditaduras estáveis, porque elas se baseiam no direito de vida e de morte de que dispõe o soberano ou o ditador, princípio que a humanidade não admite mais, pelo menos no mundo ocidental da raça branca.

Uma única forma de governo permanente viável, a da Sinarquia, que havia sido instituída por Rama 7400 anos antes de Cristo, quando fundou um império universal asiático-europeu que durou três mil e quinhentos anos.

Toda a obra de Saint-Yves gira em torno da Sinarquia.



Definição em uma linha: Etimologicamente, Sinarquia significa governo com princípios.

Comentário: Neste sentido, o termo se opõe a todos os governos contemporâneos que funcionam em Anarquia, isto é, sem princípios. Os ambiciosos mais astuciosos ou os mais fortes apoderam-se do poder, se necessário servindo-se do sufrágio universal como anteparo, mas desprezando-o quase que abertamente nas discussões secretas das quais dependerá a sorte da nação.

Definição em três linhas: A Sinarquia é uma forma de governo onde os homens que dispõem do Poder estão subordinados àqueles que dispõem da Autoridade.

Comentário: A Autoridade pertence, por natureza, ao Corpo Docente reunindo todas as instituições do país que professam o ensino, desde as escolas de ofícios até as ordens religiosas e ao exército, passando pelos colégios e pelas universidades. O corpo docente é personificado por um Chefe, um Grande Educador, que portava em outros tempos o título de Soberano Pontífice, mas que poderia também ser laico, se esse laico fosse designado pelo Corpo Docente a partir dos seus méritos. O chefe do governo executivo, assim como todos os funcionários, é escolhido através de exames pelos júris ou corpos docentes apropriados. Eles são inclusive destituíveis. Ninguém pode, portanto, abusar do poder nem apoderar-se dele pela astúcia ou pela violência sem destruir a Sinarquia. O Grande Educador baseia sua autoridade exclusivamente na sua ciência e no respeito geral. O Chefe do Governo dispõe da polícia e das forças armadas para executar sua missão de poder político, permanecendo, no entanto, subordinado a uma autoridade.

Em Sinarquia a Autoridade é correlata da Sabedoria, é tacitamente aceite pela comunidade dos cidadãos e detida por aqueles que conseguiram vivenciar o Saber transformando-o em Conhecimento, em Iluminação. 

O Poder é exercido de acordo com as aptidões específicas de cada um, decorre da capacidade de levar a cabo determinada tarefa. à Autoridade competirá traçar princípios gerais, vectores de orientação que, à luz da Sabedoria Divina, conduzam às mais elevadas realizações. 

Ao Poder caberá o papel sumamente importante de executar tudo isso, face às coordenadas objectivas do momento.
Em Sinarquia, Autoridade e Poder surgem representados por órgãos distintos

Aqui reside o segredo de uma sociedade perfeita.



Definição em doze linhas: A Sinarquia é uma fórmula de governo trinitária, onde as três funções essenciais da atividade coletiva das Sociedades, Ensino, Justiça e Economia, são representadas de uma maneira que lhes permite funcionar harmoniosamente. Para isto, existem três Câmaras Sociais e não políticas, eleitas profissionalmente por sufrágio universal. Apenas elas são encarregadas da preparação das leis. A essas três Câmaras correspondem três corpos políticos encarregados de promulgar e de aplicar as leis preparadas com mandato imperativo pelas três Câmaras Sociais. Os corpos políticos só podem promulgar leis preparadas anteriormente por essas Câmaras Sociais e por elas formuladas através de votos.

Mas os aproveitadores do poder tomam todo o cuidado para não espalhar noções desse tipo. 

Eles calam os grandes pensadores seja pela calúnia, seja por uma conspiração do silêncio, que constituem um verdadeiro assassinato intelectual.
Se, ainda assim, um importuno chega a espalhar a sua doutrina, os incomodados frequentemente recorreram ao assassinato físico.
As coisas não chegam a este ponto para Saint-Yves, pois os dois primeiros sistemas foram suficientes para fazer com que o grande público o ignorasse por sessenta anos. Entretanto, ele foi recebido por diferentes chefes de Estado estrangeiros e apresentou também sua doutrina ao Governo francês e às câmaras eletivas. Para tanto ele seguiu a via oficial e buscou o apoio de dois votos provindos de certo número de sindicatos e de homens eminentes do seu tempo.

Logo em seguida a uma eleição política por sufrágio universal, os eleitores percebem que o eleito se volta contra eles, passando a ocupar-se de seus próprios interesses.  

O voto, em si, é um verdadeiro ato de divórcio, pelo qual o eleitor se separa da sua autoridade. 

Quanto ao resultado do divórcio, citarei aqui apenas um exemplo: os cidadãos governados querem uma moeda estável e economias na administração do Estado.  

Os eleitos querem uma moeda fraca, o que constitui um procedimento cômodo para pilhar os governados. 

Eles desejam igualmente que as despesas públicas sejam tão elevadas quanto possível, pois dispõem assim do favoritismo que lhes permite fazer fortuna, se reelegerem e obterem sinecuras honoríficas regiamente pagas.  


É por isto que os orçamentos dos Estados modernos se incham sem cessar e fazem aparecer a soma dos interesses particulares como constituindo o contrário do interesse geral.

Certas assembléias políticas não passam de corridas de apetites ao assalto de um poder e de um orçamento fracamente defendidos por um Presidente do Conselho constantemente ameaçado de ser substituido.
Esse estado de coisas só pode ser corrigido por uma inversão dos princípios, um “arrependimento” que conduza à instauração das Sinarquias nacionais e internacionais.

A questão é tão vasta, e o desencadeamento das paixões que se opõem a uma solução, tão ameaçador, que muitos se desencorajam.

Outros se voltam para esperanças de federação internacional.
Ora, esta fórmula não tem a sanção da História.
Ela representa uma demagogia anárquica, onde as unidades são nações, e a ausência de princípios integradores a conduz à ruína.
Evoco como testemunho apenas a “Liga das Nações”, criada após a guerra de 1914.

O arquétipo social de uma civilização mundial é hierarquizado, com a separação da Autoridade Moral e do Poder Político. As formas demagógicas não são viáveis.
Na obscuridade em que nos debatemos e onde apenas uma restrita minoria possui a visão das forças evolutivas, uma luz pode, no entanto, nos guiar.

Podemos observar que a Suíça é um protótipo de Sociedade perfeitamente unida e viável, associando os elementos étnicos de três países de língua diferente, e dando ao mundo, há vários séculos, o exemplo de uma atividade internacional de boa qualidade.

Seria possível extrapolar uma Sociedade como esta em escala européia?


Sim, mas Saint-Yves d’Alveydre havia dito que seria necessário começar por unir os interesses econômicos divergentes das nações interessadas.

Com o tempo, a paciência, um pouco de sabedoria humana e muita ajuda de Deus, veremos despontar o dia em que os doutores Tanto-Melhor terão triunfado sobre os doutores Tanto-Pior.
 
O sistema sinárquico não visa uma estrutura eclética, o que seria cair na social-democracia.
O que o sistema sinárquico deseja é realizar a síntese daqueles dois sistemas, expurgando-os de suas parcialidades antagônicas.

Justamente por realizar essa conciliação, a Sinarquia não é nem liberal nem libertadora, mas profundamente libertária.


O liberalismo assenta-se na ficção: povo, o socialismo, ao contrário, admite como fundamento outra ficção: a sociedade. 

A Sinarquia conciliando o que há de positivo nessas duas ficções (povo e sociedade) assenta-se na realidade positiva: homens. 


No liberalismo a economia não está organizada; desenvolve-se fácil e iniquamente. 


No socialismo, ao contrário, a economia é dirigida pelo Estado.

As consequências são desastrosas: no liberalismo o produto de todo o trabalho pertence a um pequeno grupo de homens (poucos têm); no socialismo, ao contrário, o produto de todo trabalho pertence ao Estado (ninguém tem).


Na Sinarquia, sendo a economia regulada pelas necessidades, o produto do trabalho pertence a quem o produz (todos têm).


No liberalismo, o trabalhador trabalha enquanto vive;

No socialismo, o trabalhador trabalha enquanto pode;

Na Sinarquia, o trabalhador trabalha enquanto precisa. 



É, como se vê claramente, a necessidade determinando, consequentemente, uma série de modificações não só na estrutura do liberalismo como na do socialismo.
É fácil aponta-las.


No liberalismo por exemplo, há patrões, intermediários e juros.

No socialismo o Estado exerce o papel de patrão e intermediário. 

Na Sinarquia não há patrão, nem intermediário, nem juros. 


No liberalismo, o Banco pertence ao Estado, cobra juros negociando com a moeda como mercadoria.

Na Sinarquia o Banco pertence aos trabalhadores, não cobra juros e é o regulador do crédito.

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