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terça-feira, 5 de março de 2013

Quem erra deve continuamente martirizar-se ou não ?






              Da mansidão connosco
       segundo São Francisco de Sales


Quando cometemos faltas e as reconhecemos não devemos ficar pesarosos e tristes nem enfadados e irritados connosco, isso só nos torna mais inquietos e só aumenta o nosso amor próprio que se perturba e inquieta por ver que somos imperfeitos.

Ora nós somos mesmo imperfeitos, não há volta a dar, temos é que reconhecer isso e nos focarmos em não nos irritarmos connosco em excesso e pedirmos a Deus que nos ajude nesta tarefa de sermos cada vez mais mansos que coléricos.

É preciso ter um desgosto com nossas faltas e pecados que seja pacifico, sossegado mas firme porque as deseja corrigir mas sem lutar de frente contra essas faltas tal como não se pode vencer os dragões com o fogo deles mas sim com a agua que os arrefece, é mais ‘dar a volta á questão’ em vez de ‘enfrentar o touro pelos cornos’.

Com impetuosiodade e paixão nada se resolve pois essa nossa ânsia colérica não está em proporção com essas nossas faltas mas sim com as nossas inclinações.

Precisamos de mais compaixão do que paixão connosco mesmo. 

Pois se até os santos ‘pecam 7 vezes ao dia’, quem somos nós pobres pecadores diários?

A análise dos nossos erros seja suave ou por vezes um pouco mais agreste sem excesso, deve terminar como aquele que dizia :

Porque estás triste ò alma minha e porque me perturbas? 
Espera em Deus, pois eu O louvarei para a saude da minha face.

Levanta teu coração quando ele cair em falta, mas com suavidade, humilhando-te muito diante de Deus pelo conhecimento da tua miséria, sem de modo algum te espantares com a tua queda : pois não é de admirar que a enfermidade seja enferma e a fraqueza fraca e a miséria miserável.

Apenas detesta de todo o coração a ofensa que fizeste a Deus e com uma grande confiança na Sua misericordia, envereda de novo pelo caminho da virtude que tinhas abandonado quando caiste em falta.


Livro da Vida Devota

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