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quarta-feira, 20 de março de 2013

O Combate Espiritual - Parte 2






A guerra das vontades no homem

No homem lutam várias vontades, a superior ligada à razão,  a inferior ligada aos sentido e a divina.

A vontade superior é 'solicitada' pelas outras duas para a elas 'aderir' , e é esse o combate a travar, de abandonar a inferior e confiar na divina.

Difícil combate, de muito sofrimento e dor, pois a inferior não quer ser abandonada e luta desesperadamente contra a superior para isso não acontecer e daí quem quer abandonar o mundo porque abriu os olhos e percebeu que o seu destino é outro, esse sofre muitas penas e dificuldades que esse mundo lhe coloca à frente como teste à sua determinação de 'mudar de vida' .

Algumas armadilhas da vontade inferior (do demónio do mundo) a evitar.

Queres sair do mundo e procuras ser mais espiritual?  Faz assim:

Não roubes mas agarra-te excessivamente a teus bens.
Jejua, come saudável e biológico mas não te abstenhas e abusa das tuas iguarias preferidas.
Escolhe os exercícios espirituais ( meditações, workshops auto ajuda,etc) que mais se conformam aos teus gostos e evita os que se opoēm às tuas inclinações naturais e aos teus apetites sensuais (contra os quais, na verdade, ele deveria combater com todas as suas forças).
Deseja coisas licitas mas desnecessárias.

O combate só termina quando o  inimigo, vencido e prostrado, estiver sujeito à razão.

Para quem já consegue resistir às paixões, o inimigo deixa de as excitar e as extingue para nos fazer cair na ilusão excessiva que 'conseguimos' e cairmos na vanglória e soberba pensando ser já grandes soldados na batalha. 

Nunca esquecer que o inimigo interior é matreiro, pois nós somos matreiros....e resistimos à mudança....daí um combate que dura o tempo da nossa vida.


Quem não combate contra os nossos inimigos (vícios e paixões desordenadas) e foge de Deus entregando-se ao mundo e às suas delicias, enfrentará combates ainda piores e sofrerá tantas contrariedades no seu coração que será penetrado de angústias muitas, tal como quem anda desesperadamente à procura de sentido para a sua vida e não encontra.

Ao acordares cada manhã, considera-te um soldado de Deus,  abre os olhos da alma e reconhece em ti um campo de batalha onde deves prosseguir a tua luta diária contra os teus demónios interiores, não lhes dês tréguas enquanto viveres, pois só assim estarás em Paz contigo mesmo e darás à tua alma  a eterna Liberdade que desejas.


O Combate contra a negligência


A negligencia atrasa o nosso caminho espiritual, pois adia sempre para amanhã o que deveria ter sido feito hoje como aquele que diz: Primeiro vou resolver este assunto, para então poder dedicar-me com mais calma à vida espiritual.

Ter bons propósitos para futuro e não agir agora, de nada te serve, pois os bons resultados não derivam de bons propósitos mas sim de bons actos agora.

3 causas para a negligência:

- Os teus propósitos fundam-se mais na confiança em ti que em Deus, na tua soberba, que te impede de agires com a prontidão necessária.
-- Quando percebes as dificuldades a vencer e a tua vontade é fraca para avançares.
-- Quando os teus propósitos tendem mais para o teu proprio interesse que para servir a Deus e combater os teus inimigos-defeitos. Quando o propósito é egocêntrico tende a ser temporário e não persistente, logo negligente.

Igualmente fazer algo depressa demais e mal feito, para terminarmos rápidamente e poder descansar, não é diligência mas grande negligencia.
Esse grande mal acontece por não darmos valor a uma obra bem realizada, no seu tempo e ritmo e com o ânimo apropriado, que são o maior desafio que a negligencia nos apresenta.

Se tiveres muitos vícios a combater, escolhe um para começar e não queiras combater todos ao mesmo tempo, erro fatal .
Por serem muitos não desistas sendo negligente, inicia o combate um a um, enquanto combates um, esquece que existem outros, lá irás depois de venceres aquele que estás a combater, Deus estará a teu lado se fores metódico neste combate e não negligente.

Se não agires assim, enfrentando com coragem o cansaço e as dificuldades que, no inicio surgem, o vicio da negligencia te dominará, fazendo com que sejas atormentado por essas mesmas dificuldades mesmo quando elas não estão presentes, pela preocupação antecipada e o receio constante de que alguém te peça alguma coisa. 

Assim, mesmo estando em repouso, a angustia não te abandonará.

Lembra-te sempre que aquele que dá a manhã não te promete a tarde e ao dar-te a tarde não te assegura a noite. 

Aproveita, pois, todos os momentos do dia para estares alerta e atento aos teus inimigos interiores e os combateres quando surjam, considera esses momentos como únicos e irrepetiveis que são, e que de cada um deles terás de prestar contas rigorosas.

Considera perdido o dia em que não tenhas obtido alguma vitoria contra as tuas más inclinações, vícios e contra tua própria vontade, mesmo tendo feito muitas outras coisas mundanas.

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