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quarta-feira, 13 de março de 2013

As 10 meditações de S. Francisco de Sales- Parte 4





4ª Meditação -- Dos pecados


Preparação

Em local calmo e livre de intereferências, senta-te em posição confortável, presta por alguns instantes atenção às tuas respirações e de seguida.

a- Coloca-te na presença de Deus.

b- Pede-lhe que te inspire.

Considerações

1) Pensa bem há quanto tempo começaste a pecar, e quantos pecados acumulaste em teu coração desde esse momento ; como todos os dias os tens aumentado contra Deus, contra ti mesmo, contra o próximo, por obras, palavras, desejos e pensamentos.

2) Considera as tuas más inclinações e como te deixaste arrastar por elas, por aqui vês que as tuas faltas são em maior número que os cabelos em tua cabeça e as areias do mar.

3) Considera o pecado da tua ingratidão para com Deus, quantos beneficios tiveste Dele que foram por ti negligenciados, quantas inspirações desprezadas, quantos bons movimentos tornados inúteis! 

Tudo isto ficou encoberto sob o peso das tuas faltas e da tua falta de preparação em receber esses beneficios Dele. Pensa nesta ingratidão, pois tendo Deus corrido tanto para te salvar, tu fugiste sempre Dele para te perder.

Afectos e resoluções

1) Confunde-te da tua miséria

Ò meu Deus, como hei-de comparecer diante dos vossos olhos ? 
Ai de mim! Não passo de um apostema do mundo e de um mar de ingratidão e iniquidade. 
É possivel que tenha sido tão desleal, que não tenha deixado um só dos meus sentidos, uma só das minhas potências da minha alma por gastar e corromper, por violar ou manchar e que não tenha passado um só dia da minha vida sem produzir tão depravados efeitos? 
É assim que pago os beneficios do meu Criador? 

2) Pede perdão

Ajoelha-te, rebaixa-te e inclina-te como filho pródigo que és. 
Ai de mim! Ò fonte viva de compaixão, tende piedade de mim, pobre e miserável criatura.

3) Propõe mudar de vida, de atitude.

Ó Senhor, não, nunca mais, mediante a Vossa graça, nunca mais me abandonarei ao pecado. 
Ai de mim! Ao pecado me agarrei em excesso, detesto-o, e abraço-Vos, ó Pai de misericórdia, quero doravante viver e morrer Convosco.

4) Hei-de acusar-me corajosamente dos meus pecados passados para os apagar e não deixarei um só que não lance para fora de mim.

5) Tudo farei para arrancar inteiramente do meu coração as suas raizes, particularmente tais e tais (aqui dizer as faltas que se querem corrigir e evitar) que mais me importunam. 

6) Abraçarei constantemente os meios e as práticas espirituais mais adequadas a mim para este trabalho a que doravante me dedicarei, nunca me parecendo ter feito bastante para reparar tão grandes faltas .

Conclusão

1) Dá graças a Deus que te esperou até hoje e te comunicou estes bons afectos. 

2) Oferece-lhe teu coração para pô-los em prática. 

3) Pede-lhe que te dê forças para este teu designio.




Devoção final com formação do ramalhete

Mantendo-te sentado ou indo passear um pouco na natureza, forma em tua mente uma imagem de um ramalhete de flores composto das considerações que acabaste de fazer que visualizas colocar em teu coração para durante o dia ir ‘saboreando’ e ‘ruminando’ o seu cheiro e a sua Vida.

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