-- De onde vens e para onde vais ?
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segunda-feira, 11 de março de 2013

As 10 meditações de S. Francisco de Sales- Parte 2






2ª Meditação -- Do fim para que fomos criados


Preparação

Em local calmo e livre de intereferências, senta-te em posição confortável, presta por alguns instantes atenção às tuas respirações e de seguida. 

a- Coloca-te na presença de Deus.

b- Pede-lhe que te inspire.

Considerações

1) Deus não te pôs neste mundo por qualquer necessidade que tivesse de ti, pois que lhe és de todo inútil, mas apenas afim de exercitar em ti a Sua bondade, dando-te a Sua graça e a Sua glória. 

E por isso deu-te o entendimento para O conheceres, a memória para te lembrares Dele, a vontade para O amares, a imaginação para te representar os Seus beneficios, os olhos para veres as maravilhas das Suas obras, a lingua para O louvares e assim como as outras faculdades.

2) Tendo sido criada e posta neste mundo com este fim, todas as acções a Ele contrárias devem ser banidas e evitadas, e as que de nada servem para este fim devem ser desprezadas como vãs e supérfluas. 

3) Considera a desgraça do mundo que não pensa nisto, mas vive como se julgasse não ter sido criado senão para edificar casas, juntar riquezas e comprazer-se em ninharias.


Afectos e resoluções


1) Confunde-te, censurando á tua alma a sua miséria, que foi tamanha que até aqui pouco ou nada pensou em tudo isto. 
Ai de mim! Dirás, em que pensava eu, ó meu Deus, quando não pensava em Vós? 

De que me lembrava eu quando Vos esquecia ? 
Ai de mim! Devia viver só da verdade, e fartava-me de vaidade, e servia o mundo que só para me servir foi criado.

2) Destesta a vida passada.

Prescindo de vós, pensamentos vãos e imaginações inúteis; detesto-vos, lembranças abomináveis e frívolas; a vós renuncio, amizades infiéis e desleais.

3) Converte-te a Deus.

E Vós, ó meu Deus, meu Salvador, sereis doravante o único objecto dos meus pensamentos; não, nunca mais aplicarei o meu espirito e o meu entendimento em pensamentos e coisas que possam Vos desagradar: a minha memória encher-se-á todos os dias da minha vida com a consideração da grandeza da Vossa benignidade, tão docemente exercida em meu favor ; Vós sereis a delicia do meu coração e a suavidade dos meus afectos.

Ah! De hoje em diante olharei com horror certas ninharias e diversões a que me dedicava, certas práticas vãs em que gastava os meus dias, certos afectos que corroiam e prendiam o meu coração, e neste intuito lançarei mão de tais remédios. 

Conclusão

1) Dá graças a Deus que te criou para fim tão excelente.

Criaste-me, ó Senhor, para que goze eternamente da imensidade da Vossa glória.
Quando é que eu serei digno Dela e quando Vos bendirei como devo ? 

2) Oferece .

Ofereço-vos, ó meu amado Criador, todos estes afectos e resoluções, com toda a minha alma e com todo o meu coração.

3) Pede.

Suplico-vos, ó meu Deus, que aceiteis os meus desejos e os meus votos e que deis a Vossa santa benção à minha alma para que possa cumpri-los.





Devoção final com formação do ramalhete

Mantendo-te sentado ou indo passear um pouco na natureza, forma em tua mente uma imagem de um ramalhete de flores composto das considerações que acabaste de fazer que visualizas colocar em teu coração para durante o dia ir ‘saboreando’ e ‘ruminando’ o seu cheiro e a sua Vida. 

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