-- De onde vens e para onde vais ?
-- Venho de Deus na escuridão e para Deus vou na Luz.

quarta-feira, 6 de março de 2013

As 10 meditações de S. Francisco de Sales- Parte 1



              1ª Meditação -- Da Criação

Em local calmo e livre de interferências, senta-te em posição confortável, presta por alguns instantes atenção às tuas respirações e de seguida.


a- Coloca-te na presença de Deus.

b- Pede-lhe que te inspire.

Considerações 

1) Há muitos poucos anos não estavas no mundo, e que o teu ser era um verdadeiro nada.
    Onde estávamos, alma minha, nesse tempo ? 
    O mundo já durava há muitos anos e ainda não se sabia de nós. 

2) Deus fez-te sair desse nada, para te fazer o que és, sem que precisasse de ti, mas apenas pela Sua bondade.

3) Considera o ser que Deus te deu, porque é o primeiro do mundo visivel, capaz de viver eternamente e de se unir perfeitamente á Sua divina Majestade.

Afectos e resoluções 

1) Humilha-te profundamente diante de Deus.

Diz do teu coração : Ó Senhor, eu sou diante de vós um verdadeiro nada, e como vos lembraste de mim para me criar? 
Ai, alma minha!
Tu estavas abismada nesse antigo nada e ainda estarias agora, se Deus te não tirasse dele; e que farias tu dentro desse nada ?

2) Dá graças a Deus.

Ó meu Criador, quão grande é a minha divida para Convosco por me teres ido buscar ao meu nada, para me tornar, por Tua misericórdia, o que sou! 
Que poderei eu jamais fazer para bendizer condignamente o Vosso santo Nome e dar-Vos graças pela vossa imensa bondade? 

3) Confunde-te

Mas ai de mim, Criador meu!
Em vez de me unir a vós por amor e para vosso serviço, tornei-me inteiramente rebelde pelos meus afectos desregrados, separando-me e afastando-me de vós, para me aliar com o pecado, não honrando a Vossa bondade, como se não fosseis meu Criador.

4) Prosta-te no divino acatamento. 

Reconhece, ó alma minha, que o Senhor é teu Deus; foi Ele quem te fez, não foste tu que te fizeste a ti mesma. 
Ó Deus ! eu sou a obra de Vossas mãos.

5) Não quero, pois, doravante, comprazer-me em mim mesmo, pois de mim nada sou. 

De que te envaideces, ó pó, ó cinza ? ou melhor, ó verdadeiro nada, porque te exaltas e glorificas? 
Quero mudar de vida, e de hoje em diante seguir o meu Criador e honrar-me com a condição do ser que me deu, empregando-o inteiramente na obediência á Sua vontade, pelos meios que me forem ensinados, e que aprenderei com o meu trabalho e esforços espirituais.

Conclusão

1) Dá graças a Deus.

Abençoa ó minha alma, o teu Deus, e que todas as minhas entranhas louvem o Seu Santo Nome; porque a Sua bondade me tirou do nada, e a Sua misericórdia me criou.

2) Oferece.

Ó meu Deus, Vos ofereço o ser que me destes, de todo o coração; a Vós o dedico e consagro.

3) Ora.

Ó Deus, confirmai-me nestes afectos e resoluções; e Vós, ó Virgem Santa, encomendai-os à misericórdia de Vosso Filho, com todos aqueles por quem sou obrigado a pedir.

Devoção final com formação do ramalhete 



Mantendo-te sentado ou indo passear um pouco na natureza, forma em tua mente uma imagem de um ramalhete de flores composto das considerações que acabaste de fazer e que visualizas colocar em teu coração para durante o dia ir ‘saboreando’ o seu cheiro e a sua Vida.

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