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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A vida humana, o desapego e a morte




A VIDA HUMANA, O DESAPEGO E A MORTE

 Muito se fala nas tradições espirituais da necessidade do desapego.

Desapego de quê ?

Da nossa ligação ‘obcecada‘ e tradicional  pelas coisas e pelo mundo ‘normal’.

Também muito se fala da dificuldade desse desapego, pois o nosso eu, a nossa mente racional são teimosos, egocêntricos  e não se deixam controlar  fácilmente.

Porquê ?

Porque básicamente temos medo ...medo de morrer.

Morrer ?

Sim, pois quando mudamos de atitude, quando ‘pomos um pé ‘ na ‘porta do vazio’, o eu entra em pânico pois está a perder as suas ‘ancoras’, a sua estabilidade, a sua noção do permanente e arrisca-se a morrer, sim, morrer para a velha atitude segura’ e nascer para a nova atitude vazia’, vazia porque é desconhecida, não é vazia porque não tem nada lá dentro .... pelo contrário tem Tudo, tem a verdadeira Realidade absoluta, é uma mera questão de atitude, mas que é tremendamente dificil de mudar, pois o medo da morte é o medo do vazio, do desconhecido pois se ficamos sem ‘âncoras’ onde nos agarramos?

Aí o nosso ego e a  nossa mente rigida  lutam e lutam sem cessar, pois vêem que estão  a perder o ‘seu servo’ que busca ser livre, ser livre não do eu em sim mas da imobilidade rigida do eu que não quer ‘mudar de vida, de atitude’ e servir outro Senhor, pois como diz a tradição : 
Seja feita a Tua Vontade e não a minha.

Para isso existem técnicas variadas para ir controlando a mente e o ego onde a experiência e o conhecimento do que é verdadeiramente a morte fisica e o encarar frontalmente os seus medos está sempre presente, pois sem compreendermos, integrarmos e aceitarmos a morte não nos é possivel avançar no desapego tão essencial no caminho espiritual.

Um dos métodos é pensar todos os dias que a morte fisica é certa, nada é permanente, a morte até pode ser amanhã,  por isso que tal aproveitar desde já a oportunidade de vida que temos para nos tornarmos melhores seres?   
Sem mais desculpas nem atrasos mas sim mãos à Obra.

O apego é como sermos drogados, quem é viciado em droga, fica ‘agarrado’ a ela e torna-se dificil  ‘desgrudar’ dela, assim somos nós com o apego.  

Desapegarmo-nos sem a devida preparação é como se nos tirassem a pele e ficassemos nus, expostos aos olhos dos outros, é uma espécie de mergulho no escuro, no desconhecido, ou seja, uma espécie de morte e aí temos Medo e.... não mudamos, não queremos mudar do apego actual para o desapego desconhecido.   




A vida humana é uma  jóia preciosa
      

Segundo a doutrina budista tibetana, deviamos ter sempre presente os  factos abaixo referidos.

Quando um homem e uma mulher se unem sexualmente, biliões ou triliões de entidades espirituais desmaterializadas se juntam à volta do casal na ânisa deseperada de um renascer humano. 

As hipóteses no Universo de se nascer humano é uma percentagem  infima, tipo uma chance em triliões, por isso todas as entidades energéticas do Cosmo ‘sonham’ sobre isso. 

Apenas uma entidade entre os tais triliões o consegue, o felizardo ganhou o Euromilhões....

Ora quem ganha o Euromilhões vai esquecer a sorte que teve e desperdiçá-la? 
Deve antes de mais de reconhecer a sorte que teve, depois deve agradecer todos os dias essa oportunidade e a seguir deve usar o dinheiro ganho com parcimónia e sabedoria.

Isto se aplica a cada um de nós quando nos questionamos sobre a nossa vida  na Terra e porque aqui nascemos.


Primeiro reconhecer que tivemos a sorte de nascer humanos, que fomos nós a decidir isso, não alguém por nós, por isso vamos queixar-nos de termos problemas na vida a quem ??? aos nossos pais que foram por nós escolhidos ?  quando os únicos responsáveis fomos nós...., depois do reconhecimento desta verdade tão óbvia,  vem o agradecimento, a gratidão, a humildade diária perante esse facto, depois vem o conhecimento e a sabedoria de usar a vida que nós escolhemos com uma finalidade, um propósito que nos dignifique e nos faça felizes em permanência (e não o prazer curto e ilusório de prazeres materais que passam devido à  impermanência da vida,  apesar do nosso esforço em nos ‘apegarmos’ a  eles) e ir criando o nosso próprio Paraiso seja em vida seja após a morte fisica, Paraiso esse que não é mais que o nosso re-encontro com o Divino em nós que nos faz melhores seres para connosco e sobretudo para com os outros pela Compaixão divina que brota em nós durante o caminho espiritual, assim como desabrocha imaculada a flor do lótus no meio da lama de um pântano pestilento.

Como diria um Mestre tibetano :

Nós somos loucos se não praticarmos o Dharma todos os dias. 

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