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sábado, 14 de janeiro de 2012

A queda sucessiva ou ocasional.


A queda sucessiva ou ocasional
Segundo Jacob Boehme


O homem pode cair seja frequentemente (sucessiva/ repetitivamente) ou ocasionalmente.


Qual das duas situações será mais grave para o homem?


Quem cai repetidamente em vicios e faltas grosseiras, lançados pelo espirito do mundo, pode, perante essa intensidade de imundice, digamos assim, entrar logo em profundo arrependimento e dor sobre tal situação e ter capacidade de emenda perante a gravidade de tais vicios.

Dá-se então um forte combate da alma contra o espirito do mundo, pois alguém que fez muitas vezes faltas que não tinha resolvido fazer nem em sua mente nem muito menos em sua vontade e, no entanto, é de súbito apanhado por tal coisa e resiste.

Quando o homem está calmo, em segurança, o demónio dorme em seu espirito, e consoante vê nele, constelações ( circunstancias) apropriadas, assim lança o homem que estava em segurança, numa queda inesperada, na cólera, na luxuria, no homicidio, no veneno.

Tal é sua arte que cumpre o melhor que pode, pois a vida exterior caiu completamente em poder das estrelas.

Neste caso, o homem actua (no vicio) e porque foi inesperado e não sucessivo, não se apercebe às vezes dos vicios que cometeu ‘de repente’ pois volta à sua ‘segurança normal’ sem tendência para emenda e conversão.

Aí está a gravidade da sua queda, porque não resultou em emenda.

Notas ::

Esta questão é muito importante no combate diário contra as influências do mundo e na defesa da sua integridade interior pelo homem espiritual.

Podemos construir muitos muros á nossa volta para nos protegermos e evitarmos a entrada dos vicios exteriores em nossa casa.

Contudo no exterior os vicios do mundo vão-se acumulando e as pessoas que estão protegidas pelas suas muralhas em sua casa não se apercebem disso e tendem a ficar frouxas e sem ‘antidotos’ para os novos vicios que vão se desenvolvendo lá fora.

Ora caso uma das muralhas de defesa da fortaleza interior se desmorone por alguma razão essas pessoas estão por assim dizer, desprotegidas para enfrentar as ameaças que lhe podem entrar por essa muralha quebrada = ruptura psiquica nas suas defesas.

Para evitar isso, é aconselhável estar sempre atento ao que se passa lá fora, tentar ir percebendo o que vai passando para não ser apanhado desprevenido.

Os vicios renovam-se, reinventam-se todos os dias e é preciso estar sempre a combater as ‘novidades’ do diabo, saber integrá-las dentro de nós ou saber expulsá-las de nossa vizinhança para se manter a nossa integridade psiquica e espiritual numa casa bem defendida.

Essa atenção constante é o requisito de uma evolução interior estável e controlada.
Nunca baixar as defesas.


Fora de nós existem todas as maravilhas de Deus seja no bem seja no mal e há que saber geri-las e colocar cada uma no seu lugar (integração ou afastamento).

Conhecer-estar atento a essa multiplicidade exterior é chave para nos relacionarmos com ela e assim podermos enriquecer espiritualmente a nossa casa interior.

Faz com que mudemos nossas atitudes interiores ficando mais fortes e integros por essa aceitação-integração de partes que nós antes rejeitávamos por não estarem bem integradas e que se faz muitas das vezes num feroz combate contra essas partes de nós (o nosso dragão interior) mal integradas e que estavam a ‘perturbar’ o nosso equilibrio psiquico-espiritual.

Faz com que mais rápidamente reconheçamos e afastemos aquilo de externo que não interessa integrar mas sim rejeitar.

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