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sábado, 15 de outubro de 2011

O disperso, o concentrado e a Pérola



O disperso, o concentrado e a Pérola

Estas duas facetas aplicam-se à natureza e ao homem.

O que é disperso, delgado e rarefeito, como o ar e a água, não está encerrado numa divisibilidade ou multiplicidade perceptiveis, é semelhante em tudo que tenha esta faceta, não existem por assim dizer, ‘variedades’ desta dispersão, é tudo um pouco ‘monótono’, sempre do mesmo.

Esta ‘falta’ de concentração, de unidade é mesmo assim um reflexo da emanação divina e o que está mais perto da Unidade.

Esta dispersão cria uma alegria expansiva que liberta as energias, que separa uma vontade única em várias vontades dispersas e até contrárias que por isso não se ‘dedicam’ a aplacar as inimizades e os conflitos daí decorrentes, não unificam as divisões da vida mas ainda as exacerbam.

O concentrado por outro lado é a faceta onde a Unidade está como que recolhida mas em operação continua, diz-se que a Tintura mais nobre está encerrada na dureza deste recolhimento onde brilha a Centelha escondida do homem , onde foi apreendida a mobilidade da Unidade mas onde em potencial existem todas as formas de multiplicidade .

Esta agua ‘seca’ é a verdadeira pedra fundamental em cujo centro está a força subtil da operação da Unidade.

Nesta dureza/secura concentradas existe uma força ignea que origina uma unidade mas também esse potencial de multiplicidade.

Como dizem os mestres : Procura o Mistério em ambas as facetas, não busques apenas o brando e disperso em separado do fogo concentrado e igneo, encerra-as e unifica-as para que tenham uma única vontade no Amor e terás a tua Pérola.

Separadas, originam o orgulho, a cólera e a luta que se notam em todas as coisas.

A única coisa que pode confortar um prisioneiro é a esperança da sua libertação.

Se ele dirige a sua vontade para a esperança e se acalma com a paciência, sua inquietude acaba por se pacificar e se transformar numa ‘temperatura’, num equilibrio, de modo que por meio da esperança ele aprende a humildade e então se alguém lhe fala a respeito da sua libertação ele se alegra.


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