Olhar para a Eternidade num Ano Novo

  

O tempo passa e não volta mais.

Para cada homem foi estabelecido um tempo, o tempo da vida neste mundo, a fim de poder realizar o projecto com que nasceu.

E, para cada um de nós, ´´é este o tempo favorável, é este o tempo da salvação´´, em que temos de nos esforçar a cada dia para cooperar com a Vontade Eterna.

Passado este tempo, já não haverá outro e o tempo mal aproveitado perde-se para sempre.

É assim mesmo a nossa vida , uma corrida continua do tempo que não voltará mais.

Na eternidade, pelo contrário, não enfrentaremos mudanças, tudo será imutável.

Cada ser humano permanecerá inamovível, no grau de Amor, de Luz que tiver alcançado em vida.

Se alcançou um elevado grau de Amor, a sua glória e o seu Amor eternos estarão ao mesmo nível.

Mas se a sua corrente de amor tiver sido exigua, não poderá contar com mais para toda a eternidade.

Terminado o tempo terreno, já não é possivel progresso algum.

Portanto, enquanto estamos vivos e temos tempo, pratiquemos o Bem e busquemos sem cessar a Paz Interior, que é a única coisa que daqui levamos para a Eternidade.

Cada ano que passa, é um aviso para valorizar o tempo presente, aproveitando-o para subirmos a escada da Perfeição na humildade e desapego.

Trata-se de dar a cada instante o máximo de Amor, de fazer eterno o momento que foge, dando-lhe o valor da eternidade.

Para isso, dispomos apenas da breve jornada desta vida, e de vencer a preguiça e a fadiga naturais sempre presentes como ‘demónios’ em cada dia, para nos desviar da salvação da nossa alma.

Tudo isto para que quando morrermos para este mundo, mereçamos entrar no Banquete das núpcias eternas e ser contados entre os eleitos, cumprindo assim os designios do Criador quando por Ele fomos criados.

 ‘’Convém fazer as obras D’Aquele que me enviou, enquanto é dia, pois quando vem a noite, ninguém pode trabalhar’’.

Assim, pois, a única Coisa que importa é, em cada dia,  estarmos na Presença e não nas futilidades, devaneios e apegos do mundo, que passam com o tempo e que nada mais fazem senão aparentar a vaidade da vida terrena.

Só o tempo que se passa em vida na Presença não passa e nos acompanha na Eternidade.

Então, o correr do tempo, os Novos Anos que se vão passando, não trazem um véu de tristeza sobre a existência humana, mas enchem-nos o coraçao de Alegria porque nos aproximam cada vez mais do Encontro com o Criador na Eternidade.

Qua cada ano Novo, seja, pois, um passo em frente para a nossa verdadeira Pátria e que cada dia fique assinalado por essa Esperança do Reencontro na Casa do Pai.