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domingo, 1 de janeiro de 2017

Fases da Morte- Parte 2 - Ressureiçao


RESSURREIÇÃO

O despertar post-mortem acontece com mais ou menos rapidez mas sempre com a maior das naturalidades como quem esteve dormindo um bom sono e agora desperta para um novo dia, para uma nova vida.

Excluindo apenas o corpo físico, o homem vê-se exactamente o mesmo de antes de morrer: a mesma inteligência, o mesmo carácter, as mesmas virtudes e os mesmos vícios continuarão a dominá-lo após a desencarnação.

As condições em que se acha após a morte são as que ele mesmo criou com os seus pensamentos e desejos ao longo da vida física.

Não há, para o homem que morre, nenhuma recompensa ou punição vinda do exterior.

O que há é simplesmente o resultado daquilo que fez, disse, sentiu e pensou quando vivia no Mundo Físico.

No Mundo Astral ele simplesmente colhe os frutos do que semeou na vida física, o que o dotará de consciência liberta e feliz ou, então, de consciência pesada e infeliz remoendo na culpa do que fez e não devia ter feito e… não mais pode remediar.

Eis aqui a razão oculta dos dogmas de inferno, purgatório e céu das religiões, e também da importância que estas têm junto das massas populares para as informarem e formarem, de acordo com as mentalidades afins, sobre a necessidade permanente de cultivar uma conduta humana digna para não sofrerem as consequências dos seus próprios actos post-mortem.

De maneira que a primeira fase post-mortem não apresenta ao homem nenhum aspecto novo e estranho, mas a mera continuação, em condições mais ou menos diferentes segundo a sua percepção das mesmas, da vida que levou no Mundo Físico.

Prova a veracidade desta afirmação o facto de que inúmeros recém-chegados ao Plano Astral, após a morte, não terem consciência de haver morrido, e mesmo se compreenderem o que lhes acaba de acontecer, geralmente não são capazes de perceber em quê o Mundo Astral difere do Mundo Físico.


Nesses casos, essas pessoas contrapõem de imediato o facto de estarem conscientes (o penso, logo existo, de Descartes), pensarem, sentirem e se moverem como uma prova absoluta de não terem morrido, independentemente do facto de durante a sua vida física terem ou não acreditado na imortalidade da alma.

Assim, à primeira vista quem entra no Mundo Astral pouca diferença nota do Mundo de que acaba de sair.

Sabe-se que cada partícula de matéria astral é atraída por outra de matéria física correspondente.

Portanto, se se imaginar o Mundo Físico totalmente suprimido, ficará a reprodução exacta do mesmo em matéria astral.

O homem que aí chega verá da mesma forma os objectos, muros, móveis, pessoas, etc., a que estava habituado, bem delineados nessa mesma matéria.

É verdade que se examinar com atenção os objectos, verificará que as suas partículas se acham em movimento, quando no Plano Físico esse movimento é imperceptível.

Verá, também, tudo envolto numa ligeira luz difusa, como se tudo estivesse mergulhado em leve neblina, correspondendo ao éter astral disperso no espaço ambiente.

Mas como a maioria não tem o hábito de analisar as coisas atentamente, o que acaba de morrer não aperceberá de imediato essa mudança. É por isto que muitos não acreditam ter morrido…

Mas pouco a pouco o homem compreende que alguma coisa nova aconteceu.

Verifica primeiro que, apesar de ver os seus amigos no Plano Físico, não consegue comunicar-se com eles, debalde todos os seus esforços.
Às vezes fala-lhes, e eles parecem não o ouvir.
Experimenta tocá-los, e eles parecem não o sentir.
Algumas vezes acredita estar sonhando, pois lhe é possível comunicar-se com os seus amigos quando eles estão dormindo.

Assim, gradualmente começa a compreender as diferenças entre a sua vida actual e a física anterior.


Uma das primeiras descobertas que mais o impressionam e maravilham é constatar ter desaparecido completamente de si toda a dor e toda a fadiga de carácter físico.

Percebe, depois, que os seus pensamentos e desejos se exprimem em formas visíveis, tanto mais claras quanto mais se vai integrando nessa nova vida.

Quem vive no corpo astral, depois da morte, é mais facilmente e mais profundamente influenciado pelos sentimentos dos seus amigos e inimigos do que quando se achava no Plano Físico.

Isto deve-se a já não possuir o corpo denso que lhe atenuava as percepções e fazia dele um ser mais activo e menos passivo ou receptivo.

Além disso, não vendo os seus amigos e inimigos como habitualmente antes, senão os seus corpos emocionais, conhece os seus sentimentos e as suas emoções pela visão directa desses mesmos corpos.

Mesmo que geralmente não seja capaz de conhecer os detalhes das suas vidas físicas, contudo é muito consciente dos sentimentos desses amigos ou inimigos, tais como o amor ou o ódio, a simpatia ou a antipatia, etc.

Daí o bem ou o mal que essa visão lhe pode causar.

Habitualmente, depois da morte o homem não vê a contraparte total dos objectos, mas apenas a porção que pertence ao subplano astral da sua afinidade ou simpatia aí onde se acha.

Neste caso, irá iniciar a aprendizagem de identificação dos objectos, experiência essa que ao início é vaga e indecisa por as antigas percepções físicas se sobreporem às da nova condição, perturbação temporária essa que certamente não afligirá quem estudou, durante a vida terrena, as condições bioplásticas da vida nos Planos subtis.

É assim que, a partir do subplano da sua simpatia ou afinidade, o homem inicia o desgaste da restante matéria astral dos subplanos imediatos até os superar e dar início à sua segunda morte, que é a de deixar o corpo astral para se integrar no Mundo Mental, o Céu, Paraíso, Devakan, Manas-Loka, Bardo, etc., das escrituras e religiões tradicionais.

A sua assunção a esse e permanência nele, antes de nova encarnação, varia de indivíduo para indivíduo de acordo com a sua anterior permanência no Astral e mérito de estar mais ou menos tempo no Mental.

Isso leva a concluir o seguinte: se bem que o fenómeno da morte física seja igual para todos, e a conquista da imortalidade, inclusive a física, tenha de passar pelo mesmo fenómeno, já a disposição psicomental de como se morre essa é que varia de pessoa para pessoa, indo determinar para onde se dirigirá sua Alma: se para mais perto da Humanidade por uma nova reencarnação, se para mais perto de Deus, do Logos Eterno.

«1.ª – Se a sua natureza humana não se transformou espiritualmente, permanecendo mental e emocionalmente pouco mais ou menos igual ao que era quando adentrou o escrínio da Obra, então após a morte física seguirá o rumo destinado a toda a Humanidade: deixará o suporte etérico do corpo físico e adentrará o Plano Astral envolvente do Globo constituindo o seu ambiente psíquico e só depois de purgar as consequências dos seus actos no Mundo anterior, mercê do mecanismo da consciência remoendo-se (donde o remorso) no sentimento de auto-culpabilização, adentrará o Plano Mental Concreto (da Terra), onde permanecerá até soar o momento de nova encarnação.

«2.ª – Se a sua natureza humana se transformou pelo menos um pouco espiritualmente, se foi sincero para consigo mesmo e o seu próximo, acaba por assumir a natureza duma Alma Real e ingressar em planos superiores de vibração.

Esta Alma Real, é muito natural que ao longo da sua vida física cometa estes ou aqueles desmandos (quem não os comete ?), mas que os sabe reconhecer após cometidos e logo após esforçar-se, num acto de boa vontade ou disposição interior, por não mais os repetir.

Seja como for, ficarão para sempre impressas nos seus registos akáshicos as impressões das suas boas e más e acções, que lhe irão alegrar ou afligir a consciência.

Por norma, as impressões positivas são mais que as negativas, mercê da sua noção da Lei e vivência em consonância com a mesma.

«Após ter reajustado a sua consciência kármica à nova condição, esta Alma Real anseia ainda mais Luz e Paz e gradualmente vai dando entrada num plano superior, onde permanecerá até próximo da sua nova encarnação.

Quando estiver nas proximidades de encarnar, liberta-se do seu corpo astral – que poderá ou não ficar aí como um “molde” de que o seu Mestre se servirá para comunicar com a sua Consciência encarnada; se não, dissolver-se-á lentamente nesse espaço ambiental, o que equivale, em termos simbólicos, a «queimar» o corpo astral – e vai para o plano relativo à materialização, onde reunirá a matéria mental necessária para criar novos corpos de manifestação, um corpo mental concreto, depois o emocional, a seguir o vital e, ao poucos, vai tomando forma na Face da Terra que ficará concluída no momento do nascimento.

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