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segunda-feira, 4 de abril de 2016

Liberdade ou Libertinagem ?




Liberdade ou Libertinagem ? 

O homem moderno quer fazer a sua vontade e não a Vontade e ser independente.

Independente do quê? De quem ?

Independente daquilo que é necessário respeitar e prezar, para depois vir a ser dependente,ou melhor, escravo daquilo que é necessário aborrecer e desprezar.

Bem a propósito uma inscrição grafiiti urbana que dizia :



'' O MEDO DE SER LIVRE, PROVOCA O ORGULHO EM SER ESCRAVO''

Também Lucifer o Anjo de Luz com seu orgulho queria ser Independente de Deus e deu no que deu, se tornou no Satánas Demoniaco afastado de Deus pela eternidade.

Triste e miserável independência, ou melhor, orgulho cego !!

Liberdade ou Libertinagem ?
Há quem confunda liberdade com independência de Deus.

Erro trágico !!!

A tendência humana de pensar que pode controlar tudo, de pensar que é auto-suficiente e independente. 

Eu nem sempre fui assim,
Nem rezei para que Tu me viesses conduzir
Eu gostaria de escolher o meu caminho
Mas agora Sê Tu a conduzir-me!  
John Henry Newman

A verdadeira liberdade não consiste em nos entregarmos ás paixões, que nos tiranizam, mas em assegurar o triunfo da razão e da vontade sobre o instinto e a sensualidade e em seguida entregar a nossa vontade à Vontade Superior.

No principio Deus criou o homem, e o entregou ao seu próprio juízo.

A liberdade é um dom conferido por Deus exclusivamente aos seres racionais – anjos e homens.

Ser livre é não pecar ( ir contra a Vontade Divina).
Desobededer e praticar o mal é um abuso da liberdade!

A falsa liberdade, ostentada por aqueles que se julgam livres, quando se negam a obedecer à lei de Deus, torna-os semelhantes aos seres brutos (animais) que obedecem somente aos próprios instintos e sob o impulsoexclusivo da natureza procuram o que lhes convém e fogem daquilo que lhes é prejudicial.
Eles não possuem leis que reprimam seus apetites, pois são inaptos para conhecê-las.
Por isso, são incapazes de praticar a verdadeira liberdade .


“A liberdade da pessoa, de fato, tem o seu fundamento na sua dignidade transcendente: uma dignidade que lhe foi doada por Deus, seu Criador, e que a orienta para o mesmo Deus. 

O homem, porque criado à imagem de Deus, é inseparável da liberdade, daquela liberdade que nenhuma força ou constrangimento exterior jamais poderá tirar-lhe e que constitui seu direito fundamental, quer como indivíduo, quer como membro da sociedade. 

O homem é livre porque possui a faculdade de se determinar em função da verdade e do bem. 

O homem é livre porque possui a faculdade de escolher « movido e determinado por uma convicção pessoal interior, e não simplesmente por efeito de impulsos instintivos cegos ou por mera coacção externa » 

Ser livre é poder e querer escolher, é viver segundo a própria consciência. 

A liberdade é, portanto, um atributo da vontade humana, em virtude dela, pode-se executar uma coisa ou não, ou ainda pode-se escolher entre duas coisas opostas. 

Assim, sendo a vontade uma faculdade que deve querer o que o entendimento lhe propõe como reto e conforme à ordem do ser, a liberdade não só não desaparece por seguir os ditames da razão, senão que encontra nesta a sua perfeição. 

O conhecimento intelectual precede à vontade e ilumina o caminho, à maneira de uma tocha nas mãos de um viajante ou um farol a guiar a rota de um navio. 

Entretanto, ela não pode estar sujeita às paixões. 
Quanto mais seja a vontade independente do impulso das paixões, mais livre ela será. 

Quanto maiores sejam as influências alheias a ela, tanto maior desgaste sofrerá a liberdade. 

Se as paixões humanas, desregradas por influência exterior, como, por exemplo, o consumo de drogas, a sujeição a práticas de hipnotismo, o emprego de narco-análises, etc., chegassem a obnubilar o entendimento ou a anular a vontade, esta deixaria de ser livre. 

Tertuliano comenta com toda propriedade a esse respeito: “Deus deu a lei ao homem não para privá-lo de sua liberdade, mas pelo contrário, para manifestar-lhe o seu apreço”. 
Portanto, a razão pede a lei. 
Precisamente por ser livre, o homem deve estar submetido à lei.

Convém ressaltar que, em relação a Deus, a liberdade pede o reconhecimento voluntário da dependência devida ao Criador. 
Este justíssimo domínio de Deus sobre os homens está longe de suprimir ou sequer enfraquecer a liberdade humana, mas faz precisamente todo o contrário: a defende e a aperfeiçoa; porque a perfeição verdadeira de todo ser criado consiste em tender a seu próprio fim e alcançá-lo. 


Ora, o fim supremo ao qual deve aspirar a liberdade humana não é outro que o próprio Deus. 
O contrário não é liberdade, mas libertinagem. 

Segundo um pensamento de Santo Agostinho, o primeiro libertino da história da humanidade foi o próprio Adão que se perdeu ao confundir liberdade com independência de Deus. 

É cabível, então ponderar, ter sido Lúcifer o máximo libertino dos seres espirituais, quando ao proferir o brado de non serviam, “Escalarei os céus e erigirei meu trono acima das estrelas. Assentar-me-ei no monte da assembleia, no extremo norte. Subirei sobre as nuvens mais altas e me tornarei igual ao Altíssimo” (Is 14, 13-14), julgou estar reafirmando sua liberdade, mas, no entanto, permanece eternamente como o maior escravo e derrotado da história. 

“[...] A ideia de que ao rejeitar o que é mau fica tolhida minha liberdade, constitui uma perversão da liberdade. Em efeito, a liberdade só encontra seu espaço criativo no âmbito do bem” 

Deus criou o homem perfeitamente livre, e o pecado não é senão um defeito da verdadeira liberdade. 

O ponto vulnerável da natureza humana é esta liberdade imperfeita e caprichosa, e enquanto o homem permanece neste mundo tem o triste privilégio de poder desviar-se rumo ao pecado. 

“A criatura [...] pode, efetivamente, desviar os olhos do bem verdadeiro para os voltar para o bem aparente, apegar-se a este último e preferi-lo ao primeiro; e é precisamente esta preferência que constitui o pecado”.

Em consequência, pode-se afirmar que o verdadeiro uso da liberdade não inclui a faculdade de pecar. 

“A escolha da desobediência e do mal é um abuso da liberdade e conduz à «escravidão do pecado» . 

Afirma Royo Marin: É um grande erro, com efeito, acreditar que a faculdade ou poder de pecar pertença à essência da liberdade. 
Pelo contrario, essa defectibilidade da liberdade humana que lhe põe nas mãos o triste privilégio de poder pecar, é um grande defeito e imperfeição da mesma liberdade, que unicamente afeta às criaturas defectíveis (que podem falhar), não a Deus que é  intrínsecamente impecável por sua própria natureza divina. 

Todo ser é o que lhe compete ser por sua própria natureza. 
Em consequência, quando é estimulado por um agente exterior, não opera por sua própria natureza, mas por um impulso alheio, o qual é próprio de um escravo.

Ora, o homem, por sua própria natureza, é um ser racional. 
Portanto, quando opera segundo a razão, age em virtude de um impulso próprio e de acordo com a sua natureza: nisso consiste precisamente a liberdade. 
Mas quando peca, age à margem da razão, atua como se fosse impelido por um outro e estivesse submetido ao domínio de outrem; por isto, quem comete o pecado, é servo do pecado .

E completa Santo Agostinho: É esta a nossa liberdade: submetermo-nos a essa Verdade; [tal liberdade] é o nosso mesmo Deus, que nos livra da morte, ou seja da condenação do pecado.
Com efeito, essa mesma Verdade, [que é] também um homem a falar com os homens, diz aos que acreditam: se permanecerdes na minha palavra sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (Jo 8,31). 

Efetivamente, de nada a alma disfrui com liberdade, a não ser o que disfrui com segurança.
À luz desses princípios fica evidente que deixar-se levar pelas paixões não significa exercer a própria liberdade, senão operar com uma liberdade defectiva e até mesmo inclusive cair na escravidão.

Conclui-se que, se a liberdade é a faculdade de eleger, quanto mais numerosos sejam os obstáculos vencidos por ela, mais fica demonstrada a sua força. 

Deixar-se arrastar pela correnteza é fácil e, pelo contrário, a liberdade, operando segundo a razão contra as inclinações viciosas, manifesta toda sua plenitude e vigor.
Em sentido oposto, as paixões desregradas obnubilam o entendimento e debilitam a vontade. 

Quem terá suficiente má fé para afirmar que nisto consiste a liberdade? 

Finalmente, aquele que se deixa levar pelas más paixões passa facilmente do ato ao costume, e portanto ao vício; do vício à abulia (inércia da vontade); da abulia ao envilecimento. 

Ora, isto não é escravidão?


O Espirito que recebemos ao nascer não é o espirito da servidão com o mundo mas o espírito da Liberdade em Deus, para isso fomos criados, para viver em contato com Ele no fundo do abismo que não tem fundo, do abismo que é 'cá-dentro'.
Isabel da Trindade


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