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quinta-feira, 14 de abril de 2016

Elisabete da Trindade – Parte 1




Elisabete da Trindade


Sua história de vida

Elisabeth Catez nasceu em França no dia 18 de Julho de 1880. 

Em criança tinha um forte temperamento, acessos de coléra e uma vontade tenaz. 

Tinha 7 anos quando morreu seu pai de repente, vítima de uma crise cardíaca e isso vai causar em Elisabete uma “conversão” e mudança de caráter.


Somente após sua primeira comunhão, Elisabeth começa a lutar contra sua tendência colérica. 

Aos 18 anos escreve no seu diário pessoal : “Eu tive hoje a alegria de oferecer a Deus muitos sacrifícios sobre o meu defeito dominante, mas como eles me custaram. Eu reconheço minha fraqueza…. Parece-me que quando recebo uma observação injusta, eu sinto esquentar todo o meu sangue nas veias, tanto que meu ser se revolta… Mas Deus estava no meu coração e então eu estava pronta a tudo suportar por amor a Ele”.


Com 21 anos Elisabete entra no Carmelo de Dijon, marcado por muitas graças sensíveis e se torna um período onde ela descobrirá um profundo amor pelo silêncio, próprio da espiritualidade carmelitana e decide fazer do Louvor de Glória o centro de sua espiritualidade e diz que este será seu nome no céu.

Em 9 de novembro de 1906, depois de 9 dias de agonia, Elisabeth da Trindade morre aos 26 anos, como consequência da doença de Addison, una insuficiência renal, murmurando, quase cantando: “Vou para a Luz, para o Amor, para a Vida”
Mesmo durante a agonia física imposta por sua doença, ela deseja ser um Louvor de Glória a Deus e quer se identificar ao Cristo crucificado.


Nos derradeiros meses na enfermaria a sua ascensão espiritual foi tão rápida que uma sua irmã  mais próxima dizia que ' já não nos é possível segui-la, pois foi arrebatada por Deus'.

Andou a passos largos no caminho da Perfeição, em apenas 8 anos atingiu a União Mística (equivalente ao ultimo dos 3 estágios da Via Mistica cristã) .

Com sua vida e doutrina, breve mas sólida, exerce grande influência na espiritualidade atual, especialmente por sua experiência trinitária.

Em sua obra distinguem-se: Elevações, Retiros, Notas Espirituais e Cartas.

Foi beatificada no dia 25 de novembro de 1984 e em 2016 será reconhecida Santa.   
Sua festa é celebrada no dia 8 de novembro.



Oração da Elevação á Trindade 

Esta sua oração, a mais bela e elevada oração do Cristianismo para muitos, foi composta em 21 de Novembro de 1904, de um impeto, de uma só vez, sem rasuras ou emendas, num único dia, absolutamente Inspirada pela Mão de Deus e pelo sopro do Espirito Santo.

Cada palavra, cada termo desta oração eleva a alma a alturas indescritíveis e com ela se recolhe a alma no seu centro como com os mais profundos tratados de Mistica.

É muito semelhante nos seus efeitos às histórias Zen que lendo uma só palavra ou uma só linha nos fazem parar e 'entrar' no mais fundo da nossa alma onde encontramos Aquele que lá nos espera, pois nunca de lá saiu, e nos deixa por instantes em verdadeira União com o Divino em nós.


 “Ó meu Deus, Trindade a quem adoro !

Ajudai-me a esquecer-me inteiramente de mim, para me estabilizar em Vós, imóvel e apaziguada, como se a minha alma já estivesse na eternidade. 

Que nada possa perturbar a minha  paz, nem fazer-me sair de Vós, ó  meu Imutável, mas que cada minuto que passa me leve mais longe, mergulhando-me mais profundamente no Vosso  Mistério!

Dai a Paz á minha alma e fazei dela O Vosso céu, a morada que amais, e o lugar do Vosso repouso.  

Que eu jamais Vos deixe ali sózinho, mas, antes, que eu esteja lá totalmente, inteira, bem desperta na minha fé, toda em adoração e toda entregue à Vossa acção criadora. 

Ó meu Cristo amado, crucificado por amor, quanto desejaria ser uma esposa para o Vosso coração,  quanto desejaria  cobrir-Vos  de  glória, quanto desejaria amar-Vos até morrer de Vos amar ! 

Mas sinto minha impotência e, por isso, peço-vos a esmola de me revestirdes de Vós próprio, de identificardes a minha alma a todas as aspirações da Vossa Alma, de me submergirdes em Vós, de me inundardes em todo o sentido, de Vos substiturdes a mim,  a fim de  que a minha vida não seja senão uma irradiação da Vossa Vida!

Vinde a mim como Adorador!

Vinde a mim como Reparador!

Vinde a mim como Salvador!

Ó Verbo eterno, Palavra do meu Deus, quero passar minha vida a escutar-vos, quero ser inteiramente dócil para aprender tudo de Vós.

Através de todas as noites, de todas as fraquezas, quero ter sempre os  olhos fitos em Vós e manter-me sempre sob a Vossa Grande Luz. 

Ó meu astro amado, fazei-me em feixes da Vossa Luz a fim de que eu não possa mais sair do Vosso esplendor!.

Ó Fogo devorador, Espírito de amor, vinde do alto a mim a fim de que na minha alma se opere  uma como-encarnação do Verbo. 

Que eu seja para  Ele, uma humanidade acrescida, na qual Ele renove todo o Seu mistério. 

E Vós, ó Pai, debruçai-Vos sobre esta Vossa pobre criatura, cobri-a com  a Vossa sombra e não vejais nela Outro que não seja o Bem-Amado em quem Vós pusestes todas  as vossas complacências!.

Ó meus Três! Meu Tudo!

Minha beatitude, Solidão infinita, Imensidade em que me perco!
Eu me entrego inteiramente a Vós, como uma presa Vossa!

Enterrai-Vos em mim, para eu me enterrar em Vós, enquanto não chega para mim o instante de ir contemplar, na Vossa Luz, o abismo das Vossas Grandezas!...

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