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domingo, 22 de novembro de 2015

Mestre Lima de Freitas e sua Simbologia Mistica



 

Mestre Lima de Freitas e sua Simbologia Mistica

Lima de Freitas (1927 - 1998) foi um grande pintor setubalense, desenhador e ensaista português que ilustrou mais de uma centena de livros, de que se destacou PORTO DO GRAAL publicado pela editora Ésquilo em Março 2006, com textos e ilustrações de cariz filosófico e esotérico relacionado com a “Alma Lusa” ligada à história oculta de Portugal de que era um profundo conhecedor ou estudioso. 

A Obra de Lima de Freitas é irrigada predominantemente pelo imaginário arquetipal, ou seja, aquele tipo de imaginário que modela os mitos, os símbolos, bem como imagens arquetípicas que têm uma grande influência numa educação mítica e simbólica universal. 

"Irrompendo do inconsciente dos povos, os mitos são as 'notícias' que nos chegam dos arquétipos inexprimíveis". (Lima de Freitas)

O pintor e pensador procurou no conhecimento ancestral as ideias chave para compreender o presente da cultura portuguesa enquanto conhecedor do/no mundo. 
As imagens arquetípicas conciliam o sonho e o espírito romântico, a existência de deuses e os devaneios do pensamento.


O romantismo, a mitologia, o sonho e o pensamento, o visível e o invisível fazem parte da essência de Lima de Freitas nas várias valências que abraçou. 
A necessidade de projectar o imaginário, em geral, e o imaginário português, em particular, fez com que Lima de Freitas tivesse a necessidade de expandir o seu conhecimento. 

Por ser um ser aberto ao saber, rapidamente percebeu que o conhecimento é transversal às várias áreas e que o imaginário e a educação são interdisciplinares (numa fase posterior reconhece o termo transdiciplinar mais adequado, como veremos à frente neste texto).

A Obra de Lima de Freitas está subjacente a um imaginário que supõe uma Filosofia do Imaginário e que se nota em especial nas suas pinturas,  que na sua última fase, são marcadas por um surrealismo pleno de misticismo e esoterismo.

A sua busca pessoal levou -o para o caminho da Maçonaria onde foi um respeitável Mestre.

Lima de Freitas define a sua obra como "uma contínua investigação do tema , um realismo simultaneamente voltado para o social e alimentado pelo inconsciente" .

Sobre a sua obra , marcada pelo jogo dos contrários, no sentido de uma busca do conhecimento, alguém aconselhou  "Quando olharem para as obras de arte de Mestre Lima , olhem, também, com o coração."
 

 As suas pinturas (ver neste Link )  revelam um profundo conhecimento da tradição mítico-espiritual portuguesa que através dele se revestem de uma grande riqueza,  muito semelhante à que Fernando Pessoa já tinha vislumbrado e transmitido na “Mensagem”: “Cumpriram-se os Mares, o Império se desfez. Senhor, falta cumprir-se Portugal!”.

"Portugal não tem razão para se envergonhar perante as restantes Nações da Europa, pelo contrário, temos muito para ensinar-lhes, para dar-lhes", dizia Lima de Freitas, concluindo que... "A missão tem a ver com as nossas qualidades maiores: a Fraternidade humana que temos arreigada; a ideia de universalidade; o desenho do Quinto Império"... 

Este país lusitano (Lux-Citânia ou lugar de Luz) será o “Mensageiro” da Nova Era, simbolizado pelo número 515 no livro de Dante.

Esta canção da Dulce Pontes personifica esta busca da identidade nacional 


Infelizmente só poucos entenderam a mensagem e riqueza simbólica dos seus quadros cheios de significados que podemos ver no link acima , onde desenvolveu um paradigma do conhecimento total que se inscreve num sentido luminoso unindo os destinos do homem e do cosmos.


A missão em Lima de Freitas
 
Lima de Freitas, a respeito de Portugal : “Ah, Portugueses, se nós soubéssemos quem somos! Ouviremos um dia o apelo de Almada? Saberemos acordar para a exacta significação da nossa identidade?” 


A identidade lusitana está posta em causa, desde há muito tempo. 
Esta inconstância, entre os anos mais prósperos e os anos menos prósperos, faz de Portugal um país com uma identidade indefinida. 

É urgente uma tomada de consciência, relativamente à necessidade de um auto-conhecimento e de uma auto-aceitação de nós para nós a fim de revigorar um povo, um país, uma identidade e um imaginário português que abre portas ao mundo. 

Portugal, encarado como um país dotado de uma força, de uma coragem e de uma vida, deverá aceitar a vontade de vencer e ser capaz de ver que é possível voltar a acreditar. 

Lima de Freitas refere a urgência e a necessidade de valorizar a Pessoa Individual e Humana.

Cabe à pessoa individual humana a tarefa de acrescentar algo, de contribuir para uma colectividade e uma nacionalidade. 

A consciência de uma nacionalidade e colectividade faz do ser humano um ser mais responsável, porque se destaca a partilha e a cumplicidade de uma Pátria em que o objectivo é comum.

Por outras palavras, a luta de um é a luta de todos.


Lima de Freitas entende que o ser humano deverá adquirir conhecimentos sobre o que foi o passado e, consequentemente, o que poderá ser o futuro.

Está, portanto, em cada um de nós a responsabilidade de fazer reviver o imaginário e fazer restaurar Pessoas Novas e consequentemente um colectivo novo. 

Lima de Freitas não só caracteriza o estado actual da humanidade como catastrófico e apocalíptico, como também sugere uma possibilidade de solucionar o caos. 

O caminho reside no facto das pessoas, sentirem como está a Humanidade e perceberem que caminham para uma hecatombe, para um apocalipse, e que necessitamos de tomar uma atitude que é aquela que Lima de Freitas classifica de Transdisciplinar .

 A Transdisciplinaridade


A Transdisciplinaridade é a via para encontrar um entendimento possível, uma solução eminente. 

Conhecer é o caminho para compreender, tolerar e respeitar os outros e vice-versa.

Para além de conhecer, compreender e respeitar, temos de aprender a amar em lugar de odiar, temos de construir em lugar de destruir, temos de comparar em lugar de criticar e, também, temos de convergir em vez de divergir sistematicamente .

A Transdisciplinaridade é multirreferencial e multidimensional.

O ser humano deve reconhecer a pátria como sendo a Terra, tendo direito a uma nacionalidade, não esquecendo, contudo, que é também um ser transnacional. 

Pressupõe ser uma visão aberta aos mitos e às religiões, respeitando as várias culturas, ou seja o ser humano deverá ser transcultural.

Pretende desenvolver uma educação autêntica, pois pretende ensinar a contextualizar, concretizar e globalizar, para que revalorize a intuição, a imaginação a sensibilidade e o corpo. 


Alerta para que a economia deva estar ao serviço do ser humano e não o contrário. 

Estimula a implementação do diálogo e da discussão para que o saber seja partilhado com respeito e compreensão. 

As características fundamentais da Transdisciplinaridade são o rigor, a abertura e a tolerância, por isso não pretende impor as suas ideias, mas antes dar a conhecer a sua visão transdisciplinar.

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