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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Papa Francisco; reflexões sobre a Morte e o Caminho


Papa Francisco, reflexões sobre a Morte e o Caminho


Para o Papa Francisco, a morte não é tabu :

Quando somos novos, não olhamos tanto para o fim, valorizamos mais o momento.

Mas lembro-me de dois versinhos que a minha avó me ensinou: "Olha que Deus te está a ver, olha que te está olhando; olha que hás-de morrer e que não sabes quando."

Passados 70 anos, não consigo esquecê-los.
Ela inculcava-me a consciência de que tudo acaba, de que devemos deixar tudo bem.


No meu caso, penso todos os dias que vou morrer.


Nota 1 ---- Nas tradições antigas dizia-se : Pensa todos os dias na tua morte para quando morreres, viveres! Palavras sábias para um Papa moderno. 

Não me angustio por isso, porque o Senhor e a vida prepararam-me. 
Vi morrer os meus antepassados, e agora é a minha vez.
Quando? Não sei."

Não queremos morrer, temos medo e angústia.
"A morte é um despojamento, por isso se vive com angústia.

Estamos agarrados à vida e não queremos ir.
Até o mais crente sente que o estão a despojar, que tem de abandonar parte da sua existência, da sua história.
São sensações intransferíveis." O próprio Jesus sentiu angústia. "Disso ninguém se salva.

Mas eu acredito que Deus nos agarra com a sua mão quando estamos prontos a dar o salto.
Teremos de nos abandonar nas mãos do Senhor; sozinhos não conseguiríamos aguentar." 

Nota 2 -- Sem a Graça, o auxilio divino, o homem nada pode, como é dito em todas as religiões. 

A vida é um caminho e é a esperança que estrutura o nosso caminho.
Um dos perigos é "apaixonarmo-nos pelo caminho e perdermos de vista a meta";
o outro é "o quietismo: ficar a olhar para a meta e não fazer nada pelo caminho." 


Nota 3 -- Frase extraordinária, que ilustra a sabedoria deste Papa simples e humilde, sem o Equilibrio não há Via Espiritual possivel.  

É preciso, pois, assumir o caminho e nele desenvolver a nossa criatividade, o nosso trabalho de transformação de nós próprios e do mundo por arrasto. 

Nota 4 --- A coragem de dizer que antes de tudo, cada um deve estar equilibrado e em paz consigo mesmo, o resto, ajudar os outros e o mundo virá por arrasto. Antes da solidariedade social vem o conhecimento de si mesmo. 

Não estamos encerrados em nós: recebemos uma herança e temos de entregar uma herança, o que constitui "uma dimensão antropológica e religiosa extremamente séria, que fala de dignidade".

A vida e a morte lutam corpo a corpo, no sentido biológico, mas sobretudo em relação à forma como se vive e morre.

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