O homem piedoso e o homem impio
O homem tem a vontade livre, pode recrear-se na terra naquilo que julgue apropriado.
Tudo está nas maravilhas de Deus, que o homem faça como queira, seja se entregar a Deus para o bem ou ao demónio para o mal.
O impio diz: Eu tenho meu Deus no meu cofre. Quero regatear e deixar grandes tesouros para meus filhos, a fim de que eles também se assentem em minha honra, esse é o meu caminho.
É triste ver o homem impio correr atrás de coisas que correriam atrás dele se ele fosse direito e piedoso.
É como se ele estivesse continuamente louco, torna-se inquieto, mas se soubesse se contentar, teria repouso.
Um verme devorador e estabelecido em seu coração o rói e faz dele um louco que se rói a si mesmo, uma má consciência que depois de morto o acompanha e atormenta eternamente.
O homem impio persegue com ardor aquilo que ele mesmo não tem necessidade.
Combate por ninharias com outros homens, por terras ou pedras que, não obstante, não faltam na terra em vez de se contentar com o que lhe é dado.
O homem piedoso junta ao invés um tesouro nesta vida para a vida eterna.
Não um tesouro terrestre como o impio mas um tesouro de humildade e aceitação da Vontade de Deus que será o seu novo corpo celeste com o qual se regozijará eternamente.
Para ser piedoso, busca-te sem cessar a ti mesmo, em continua vigilância, não numa multiplicidade de preocupações mas com a única preocupação de se desviar do mal.
As multiplas preocupações são ilusões e sem re-orientar tua vontade não chegarias a lado nenhum.
As bençãos de Deus jamais abandonam aquele que se entrega sinceramente a Deus e deixa ir o que não deve ficar.
Como são actuais estas palavras, escritas no séc.xvii. Mudamos assim tão pouco?
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