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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Como devemos combater os nossos demónios





Como devemos combater os nossos demónios

Segundo Jacob Boehme




Nossos? Sim, porque eles não estão no inferno nem à esquina da rua para te assustar ou atormentar nem nalgum outro lugar, eles residem dentro de nós e é aí que temos de lidar com eles.


Nesta vida somos hóspedes passageiros, viajantes que a toda hora devem esperar quando esta vida terminará.
Só desconhecemos o dia e a hora.

Uma vida simples, humilde e atenta às falsas imaginações e más influencias é factor instável para o demónio.

Nunca te sintas em segurança em vida porém, pois o demónio não dorme e busca a primeira chance para entrar de novo em teu coração desprevenido.

De boas intenções está o mundo cheio.
Vais á igreja e conduzes para lá um homem mentiroso, um invejoso, um cólerico, um orgulhoso cheio de raiva e tornas a sair na mesma de lá ?
De que te serve isso ?

Rezas a Deus e teu coração ainda está cheio de impurezas?
De que te serve?


Quem quer manter no coração a dissimulação e a falsidade e ao mesmo tempo combater o demónio apenas com boas palavras pode saber que isso não resulta pois o demónio se oporá fortemente a essas palavras vãs porque ainda tem ‘amigos’(a dissimulação e a falsidade ) no teu coração e te controla por inteiro.

Por isso joga fora esses amigos interiores do demónio se queres salvar a tua alma e não ofender a Deus, pois conservar o demónio em casa por asilo é grande ofensa para Ele.

Não é fácil retirar todos os amigos do demónio de dentro de nós, é uma tarefa rude e que causa sofrimento e angustia, mas é esse mesmo sofrimento e angustia que nos podem conduzir a uma regeneração através de uma morte simbolica para o mundo e um renascer para a Vontade de Deus onde o demónio não tem asilo pois o cheiro da flor a brotar não é do seu agrado e dela foge.


O caminho para Deus é estreito, cheio de perigos e armadilhas, tudo no mundo está contra o caminhante sincero e o demónio se aproveita disso para se infiltrar ao teu menor descuido.

Não podemos ‘matar’ o demónio, nem com disputas ou grandes conhecimentos, não esquecer que ele é eterno como cólera de Deus, só temos de nos desligar dele e virar nossa vontade para outro lado (Deus) , ele cai se não tiver nossa imaginação e atenção.

O demónio só vive porque vive na alma do homem que o alimenta pela sua obsessão com os vícios do mundo ( turba) , o demónio é um mero executor que cumpre as leis da turba inflamada pelo homem.

O demónio não tem poder real sobre o homem, o homem abre-se ao demónio quando inflama a turba ( se entrega aos vicios) e aí o demónio entra no homem como mestre e executor da cólera.

Se o homem deixar de o alimentar o demónio pela vigilância e combate constante ele não tem ‘casa’ para se alojar pois o coração do homem lhe é negado.

O demónio em nenhum lugar está tão bem como no coração do homem.

Aí ele reina e amplia seus afazeres, o que não poderia realizar neste mundo sem o homem, pois seu reino não está no regime exterior, mas no interior,na raiz, no abismo.

Ele não pode nada exteriormente neste mundo, a menos que a turba seja desperta pelo homem e o demónio venha então cumprir seu papel de executor muito ocupado da cólera divina.

Se ele pudesse destruiria o mundo inteiro, mas só tem o espaço que a turba lhe dá, a turba é seu mestre, ele é apenas o devastador quando o homem desperta a turba pela cólera amarga do seu coração.

Assim como não se mata o demónio, também não se mata a cólera, ela existe em todas as vidas mas quando o amor e a doçura a sobrepujam ela não se manifesta mas é apenas uma causa de vida pois quando suavizada pelo amor a cólera produz uma grande elevação na alegria que é mais uma maravilha de Deus.

No reino de Deus a cólera é uma grande e maravilhosa alegria, no entanto ali não se conhece nada de cólera, pois ela não está inflamada mas transmutada pelo amor.


O problema é quando o homem a inflama per si sem amor ligando-se á turba.


Firmeza, humildade e fé sem dúvidas são armas fundamentais para o homem não despertar a cólera da turba e manter longe de si os seus demónios.

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