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quinta-feira, 5 de maio de 2011

O livrinho da Vida Perfeita- Parte 8



Parte 8

As duas vontades, a vontade eterna e a vontade natural.

Como vimos atrás a vontade eterna é o Bem , o Perfeito.
A vontade natural é o eu, o meu, o parcial .

Nota : Não é que existam 2 vontades independentes mas ou se faz uma ou outra consoante a inclinação e desejo do homem .

Quem procura Deus e quer a vida Perfeita deve abandonar a sua vontade própria, o seu eu e deixar que Deus se instale no vazio deixado pelo eu abandonado e realize ai a Sua vontade, a vontade eterna.

Se apenas fizer a sua vontade própria, natural então fará apenas o pecado, realiza apenas o eu e afastar-se-à de Deus e se aproximará do diabo e do inferno .

Quem procura Deus e ainda tem vontade própria e algo que considera seu, nunca encontrará Deus, pois Deus só aparece a quem está vazio em vontade e não acompanhado por outras coisas’.

Neste sentido deve aceitar tudo que lhe surja na vida, se for essa a Vontade eterna, mesmo o sofrimento, com plena aceitação e sem oposição.

Deus criou o homem com livre arbitrio, logo o homem "pode escolher" com a sua vontade entre seguir os seus desejos ( e fazer a sua vontade egoista) ou seguir a Vontade eterna, como as duas são inconciliáveis, a sua decisão final levá-o ou ao Paraiso ou ao inferno.

Pode-se perguntar : Se a vontade natural é contrária á vontade eterna, porque então Deus, como criador, a colocou no homem ?

A resposta leva-nos a repetir algo dito atrás .

A vontade eterna existente antes da criação, tem um querer activo, uma propriedade, que é a sua necessidade de actuar, de se reflectir em algo para se autoconhecer na acção.

Sem isso não teria utilidade e seria inútil.
Para isso precisa de um ‘vaso’, de uma criatura, do homem , daí a criação.

Deus precisa do homem-criatura para se Amar e ser Amado por ele em acção (como um reflexo activo num espelho) e não em essência pura pré-criação (onde sempre foi e será amado porque é o Bem, o Perfeito,o Amor) e por isso criou o homem com duas caracteristicas inseparáveis, conhecimento-inteligência e vontade que o distingue dos animais bestiais que por não terem essas duas caracteristicas não podem amar a Deus .

Sem conhecimento e vontade no homem, Deus não poderia ser conhecido e o homem sem essas caracteristicas não qualquer valor ou utilidade para o Criador .

Ora se conhecimento e vontade se originam em Deus, então a Deus devem regressar mas ‘reflectidos activamente’ pelo homem deificado que assim mostra a Deus como O ama.

Assim a vontade eterna existe no homem pela criação porque sem ela o homem nunca poderia amar a Deus e seria mais um animal na terra .

Problema é que o homem cego pelo mundo se apropria dela como sua para fins egoistas e a transforma em vontade natural, assim impedindo o seu fluxo normal que seria o regresso á sua origem, a Deus.

Daí a necessidade do homem deixar o seu eu, de abandonar tudo o que seja relativo ao seu amor próprio, à sua vontade própria e deixar que Deus habite nesse vazio para aí agir ou não agir, no fundo fazer a Sua vontade que é a vontade eterna (a única verdadeira e por isso eterna) , sendo o homem deificado não um mero espectador ‘sem reflexo’ dessa obra mas um cooperante de Deus, um ‘vaso activo que reflecte’ .

Pelo que é explicado acima e como resumo , Deus colocou a vontade eterna no homem para ele O amar após deificado e não para que ele a use como vontade própria.

Esse uso, essa apropriação errada origina o diabo, o mal, a injustiça, é o acto de Adão a desobedecer e comer a maçã proibida, o que causa turbulência em vez de paz e repouso.

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