Iluminação
Esta etapa do caminho é a etapa da preparação espiritual.
Os homens criam necessidades e obrigações que são meras ilusões.
Nas suas ligaçoes ao mundo dizem que ‘isto é necessário,aquilo é indispensável’ , porque o orgulho, a inveja, a simpatia, a amizade ou o desejo fisico os empurram nesse sentido.
Mas tudo isso é ilusório e há que saber distinguir e afastar essas ilusões.
Quem quer aprender uma arte que desconhece, precisa de quatro coisas.
A primeira, a mais necessária, um forte desejo e continuo fervor em aprender a arte. Sem este factor fundamental, desejo espiritual e ampla abertura de espirito não pode existir aprendizagem.
A segunda, ter um modelo de aprendizagem, uma estrutura teórica e prática dos passos da aprendizagem.
A terceira, confiar e obedecer a um mestre, seja um mestre exterior ou á voz interior da intuição.
A quarta, se dedicar ao trabalho prático com perseverança .
Nesta etapa é fundamental ter bem fortalecido o sentido da aceitação plena para sabermos receber aquilo que nos acontece na vida, seja de alegrias ou sofrimentos com a mesma naturalidade e humildade.
O homem iluminado está abandonado a Deus e a todas as coisas e tudo recebe em silèncio sem procurar desculpas esfarrapadas nem ajudas externas nem procurar contestação ou vingança pois tem presente a frase ‘ Pais, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem’.
Os perigos (as sementes do diabo) desta etapa
Quem percorre esta etapa é normalmente confrontado com perigos que testam a sua determinação em prosseguir no caminho certo e não recuar ou ficar parado.
São eles , o orgulho espiritual e a falsa liberdade desordenada.
O homem, aqui chegado, pensa que já subiu alto e que se pode considerar acima de todos os outros e de todas as coisas.
“ Eu cheguei aqui ao alto, próximo da meta , não preciso de escrituras nem mais ensinamentos , estou acima dos que não subiram até aqui, que agora me servem”.
Tudo o que fazem por ele é pouco, tudo o que possui lhe é devido.
Eis, pois, o resultado da semente que o Diabo depositou na alma destes homens.
Para combater estes perigos, em primeiro lugar, o homem tem de os admitir e considear como válidos, depois usar duas armas ao seu dispor , a pobreza e a humildade espirituais.
Ao ser tentado pelo orgulho deve dizer ‘sou inferior a todas as coisas e indigno do que possa receber de Deus ou das criaturas, tudo o que me acontece é por culpa minha e nada mereço e a nada tenho direito’.
Com a mesma determinação, não fala em demasia , nem procura explicar o seu estado seja para ensinar ou se queixar, excepto se a isso for ‘empurrado’ pelo amor divino ou pela fé e mesmo assim, com muita humildade e moderação.
Não entra em conflito com as regras e leis gerais da sociedade as quais podem servir de guia inicial a todos os que ‘não veêm’ e se dedicam ao eu e ao meu, pois com o seu exemplo pode-os desviar do mau caminho e conduzi-los ao Bom.
No homem iluminado, Deus habita e age nele e a sua vida é a de um coração abandonado, humilde e que sofre secretamente com a sua imperfeição e com todos os males do mundo pois se considera inferior e indigno de tudo.
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