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quinta-feira, 11 de março de 2010

Madame Guyon



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MADAME GUYON (1648-1717)

Jeanne-Marie Bouvier de la Motte-Guyon nasceu na França, em 1648, e foi educada em conventos e desde pequena sempre demonstrou desejos espirituais . Mas, por ser muito bonita e por ser atraída pelo mundo, muitas vezes esqueceu seus desejos .
Casou-se com um homem inválido, 22 anos mais velho que ela, em 1664. Isso levou-a a buscar comunhão íntima com Deus. Em 1668, teve a plena experiência do amor de Cristo. Depois disso perdeu o interesse pelas coisas mundanas e gastava seu tempo em oração. Em 1670, foi vítima da forma mais virulenta de varíola, que destruiu sua beleza. "Mas a devastação exterior foi contrabalançada pela paz interior", ela testemunhou.

Até 1676, sofreu a perda de filhos, do marido, do pai e de uma grande amiga. Porém, tudo isso serviu apenas para que ela aprofundasse sua experiência com Deus. De 1674 a 1680 ela perdeu a presença de Deus, aprendendo, então, a andar por fé, não por sentimentos. Após isso, levou muitos à regeneração e a experiência da "morte do ego". O grande número de pessoas que, após ter contato com Madame Guyon, deixaram o mundanismo, o pecado e se consagraram a Deus despertou o ciúme de líderes católicos e mestres mundanos, que passaram a perseguir Guyon, Fénelon e La Combe, membros do clero católico que receberam sua ajuda.

Embora muito popular e admirada por muitos membros influentes na corte seus pontos de vista logo foram suspeitos de heresia, foi consequentemente, perseguida e aprisionada várias vezes. Manteve uma enorme correspondência e seus trabalhos preencheram quarenta volumes. Seus escritos mais famosos foram Um Método Muito Curto e Fácil de Orar e sua Autobiografia.
Foi denunciada como perigosa e seguidora de Molinos (aprisionado na mesma época, por escritos similares). Em conseqüência, foi presa e permaneceu na prisão por meses. O rei Luís XIV pediu pessoalmente ao Bispo Bossuet, o maior e mais famoso eclesiástico da França, que a examinasse. Este "exame" se transformou numa inquisição mental. Bossuet, a mente mais poderosa da França, achava estar lidando com uma mulher tola. Bossuet encontrou uma pessoa à sua altura, ou até melhor que ele. As conclusões de Bossuet a respeito desta mulher "perigosa" levaram Luís XIV a prender Jeanne Guyon, sem ao menos inquiri-la ou notificá-la a respeito. Mesmo com seu escritos condenados pelo alto clero católico, Madame Guyon continuou seus ensinamentos e por isso foi detida quatro vezes, a última das quais por quatro anos (1694-1702).
Em 1702 foi banida para Blois, onde passou o resto da sua vida a serviço do Senhor. Em 1717, aos 69 anos, faleceu, em perfeita paz.

Seus escritos como "Torrentes Espirituais", "Experimentando as Profundezas de Jesus Cristo" e "Experimentando Deus através da Oração", cheios de realidade espiritual, influenciaram grandemente homens como o Arcebispo Fénelon, John Wesley e Watchman Nee.

Deus a usou de forma especial para abrir caminho para a restauração da vida interior, da comunhão profunda com Ele, através da oração, da consagração plena, da santificação e do operar da cruz. Em nossos dias, estamos apenas começando a tocar no fluir das águas da verdadeira espiritualidade que Deus fez jorrar através dela.

Sua autobiografia, escrita especialmente para atender à insistência de seu mentor, o padre La Combe, é notoriamente reconhecida como um dos maiores clássicos cristãos.
Como ela ressaltou: "Espero que o que escrevo não seja visto por ninguém que possa ofender-se com isso, ou que não esteja em condição de ver estes assuntos em Deus".

PENSAMENTOS DE MADAME GUYON

"A maioria dos cristãos não percebe que é chamada para uma relação mais profunda, interior, com o seu Senhor. Mas todos nós fomos chamados às profundezas de Cristo, tão certo como fomos chamados para a salvação".

"A vida do devoto é como uma torrente que abre seu caminho descendo das altas montanhas aos vales e fendas da vida, passando por várias experiências, até finalmente chegar a experiência espiritual da morte. A partir daí, a torrente experimenta a ressurreição e uma vida de acordo com a vontade de Deus, enquanto ainda passa por vários estágios de refinamento. Por fim, a torrente encontra seu caminho em direção ao vasto, ilimitado oceano. Mesmo ai ,a torrente não se torna totalmente unificada com o vasto oceano, até que , mais uma vez, passe pelas relações finais com Deus."

Os primeiros crentes da nova aliança vieram e seguiram a ordem dos patriarcas e de seu Modelo divino, Jesus Cristo. Mas tu perguntarás: "Por que todos temos de passar por esse caminho? É para que todos cheguemos ao ponto da infelicidade?" Claro que não. O gozo é uma promessa na terra de Abraão, uma terra que está lá, além do cativeiro. Que terra é essa? Essa terra é possuir a Deus! Mas, ah, quanto há por fazer a fim de possuir essa terra! Há sofrimento que temos de conhecer!"

“Não se trata de apartar-se do mundo, há que apartar-se de si mesmo”.

“Há que deixar que os homens pensem de nós o que queiram; não há que agradar os homens, senão a Deus”.

“A paz com Deus só pode ser perfeita mediante a total renúncia. Esta paz nos dá paz conosco mesmo e com o próximo”.

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