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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A História dos 10 Touros-Parte 9





IX . VOLTANDO À FONTE




PROSA
Ele observa o ir e vir da vida do mundo,
enquanto que fica calmamente num
estado de inabalável serenidade.
Este ir e vir não é uma ilusao ou uma
fantasia (mas uma manifestação da
Fonte).
Porque então existiria qualquer
necessidade de se lutar por obter
qualquer coisa?
As águas sao azuis, as montanhas verdes.
A sós consigo mesmo, ele observa como as coisas
mudam infinitamente.



POEMA
EIe voltou à Origem, tendo retornado à Fonte,
Mas seus passos foram dados em vão.
É como se ele fosse agora surdo e mudo.
Sentado em sua cabana, ele não mais procura por coisas no exterior.
Os rios fluem naturalmente ,
Enquanto que as flores vermelhas, vermelhas são.



COMENTÁRIO
Como se disse antes estas 2 ultimas partes foram acresecentadas por fontes budistas aos 8 desenhos originais taoistas.
Quem fica na parte 8 pode dizer que fez o caminho para Casa completo ?
Aqui existem versões diferentes pois alguns misticos ,nomeadamente da escola ocidental cristã, consideram a parte 8 como a fase ultima do Caminho e uma fase de eterna Contemplação e União ao nosso Pai original pois regressámos ao Paraiso donde saimos pela Queda e é tudo , nada mais é necessário .
Mas na mistica do Oriente considera-se que ‘é dever ‘ do homem Iluminado de contribuir para a salvação do mundo e dos outros homens com uma derradeira ‘missão ‘ que será explicada na parte 10.


Chegámos à parte 9 após tanto esforço desde a parte 1 e estamos a chegar à conclusão que afinal onde chegámos é o mesmo lugar donde partimos.
Poder-se-á perguntar ‘ Porquê tanto esforço para afinal regressarmos ao ponto de partida ‘ ?
A resposta é que agora o Ponto de partida já não é o mesmo que quando começámos , não fisicamente , mas na nossa nova perpectiva de ver as coisas e aí reside toda a diferença e sim , o esforço Era necessário para nos ‘abrir os olhos ‘ e nos ‘desgrudardeste mundo material que nos prendia a ilusões .
Antes havia dualidade , um objecto observado e um sujeito que observava , agora apenas existe o que realmente existe , o vazio , a ausencia de dualidade , não há ser e não-ser , nem objecto e sujeito .
Daí as flores vermelhas ,vermelhas são e os rios fluem naturalmente . Vê-se o mundo noutra perpectiva sem Envolvência, sem nos prendermos a ele , daí sermos tipo surdo-mudos.


Um discipulo visitou Mestre Kempo e perguntou : Porque é que uma pessoa dentro da ermida não vê o que está fora dela ? Mestre Kempo soltou uma gargalhada e disse : Porque lá fora não há nada!!!
Mais uma vez se evidencia que nesta fase não existe nem objecto (fora da ermida) nem sujeito (dentro dela ),tudo está Uno .


E agora ? Ficamos por aqui ,sem nada para fazer ? Esta é a grande questão que se coloca na proxima e ultima parte .

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