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sábado, 28 de janeiro de 2017

Os 3 olhos e os 3 patamares do Caminho Espiritual


Os 3 olhos e os 3 patamares do        
        Caminho Espiritual
           

A última barreira do ego – o sentido nu da própria finitude do ego, é como uma parede de tijolo que não conseguimos transpor por nós mesmos.
Só em seu tempo e por dom gratuito, aparece
uma abertura no muro do “eu”.


Nessa abertura da autotranscendência deixamos para trás o “eu” e encontramos o nosso verdadeiro SER.

Esta última barreira causa em nós uma profunda tristeza devido à nossa percepção ilusória de que estamos separados de Deus.
S. João da Cruz chamava a isto “a noite escura da alma”


Mas, por meio da graça, compreendemos que esta é uma falsa percepção – estamos sempre integralmente ligados com a Realidade Divina – e então, como o hino Amazing Grace (Graça Espantosa) canta: “eu estava perdido, mas agora sou encontrado, estava cego, mas agora vejo”.
Então compreendemos que a parede é obra nossa e que ela desaparece, enchendo-nos com a alegria e a paz da união.


Com desapego face ao nosso condicionamento e desapego face à nossa necessidade de usar o mundo e as outras pessoas como nossa escora emocional, somos finalmente capazes de «deixar o “eu” para trás» e estender a mão aos outros e a Deus.

Uma forma diferente de conhecer, uma compreensão intuitiva mais clara emerge: agora, percepcionamos, a um nível intuitivo com o “Olho do Coração”, quando vemos “a realidade tal como ela é, infinita”, como o expressa Blake. 
A nossa forma comum de lidar com o mundo, antes deste desenvolvimento, era a de ver a realidade com o “Olho da Carne”.




A ênfase era posta na nossa experiência no mundo material, o mundo dos sentidos: éramos cientistas recolhendo dados.
Depois, procurávamos padrões e tentávamos encontrar sentido no que tínhamos percebido, usando o “Olho da Mente”, o nível racional.


O famoso cientista do nosso tempo, Stephen Hawking, opera ao nível do “Olho da Carne” e do “Olho da Mente”. Enquanto cientista racional, ele pensa que tudo pode ser compreendido com a mente racional, até mesmo Deus. 

“No entanto, se descobrimos mesmo uma teoria completa, com o tempo, ela deverá ser compreensível, em princípios gerais, por toda a gente, não apenas por alguns cientistas. Então, todos nós, filósofos, cientistas e simples pessoas normais, seremos capazes de tomar parte na discussão da questão de porque é que nós e o universo existimos. Se achássemos a resposta para isso, seria o supremo triunfo da razão humana: então conheceríamos a mente de Deus.”

Porém, talvez Stephen Hawking possa agora, depois de escrever isto, concordar com Albert Einstein, que sublinhava a importância do “Olho do Coração”: “o factor realmente valioso é a intuição” e “a experiência religiosa cósmica é a mais forte e mais nobre força condutora por trás da investigação científica”.

Santo Agostinho enfatiza a importância da visão intuitiva: “O propósito total desta vida é restaurar a saúde do olho do coração através do qual Deus pode ser visto.” 

Nesse estágio do nosso crescimento, os três níveis de conhecimento são integrados. Isto pode acontecer de súbito ou com o passar do tempo, no silêncio e na quietude. 
Então alcançamos “o conhecimento puramente espiritual. […] 
Aí escutamos sem qualquer som e vemos sem matéria.” (Mestre Eckhart)

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