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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A Espiritualidade Aborigene




O belissimo som do Didgeridoo tocado por artistas de rua ocidentais.


   
A  ESPIRITUALIDADE ABORIGENE


A cultura aborigene da Austrália é das mais antigas culturas xamânicas da humanidade com vestigios desde 70.000 AC.

As histórias, as lendas aborigenes convidam-nos a entrar no que eles chamam o Tempo dos Sonhos.  

Sonhos é o cordão umbilical das tradições e cultos ancestrais que lembram ao homem que ele é Sagrado-Divino e que deve proteger a Terra onde vive como parte dessa preservação do Divino, como Co-operante na Grande Obra Universal.

Essses sonhos são normalmente representados por pinturas geométricas e simbólicas e por sons usando o famoso longo tubo, o Didgeridoo e claro, passados de geração em geração via oral. 

Ouvindo o Didgeridoo, somos levados ao mais fundo da nossa alma e para quem 'saiba' a um diálogo com o Divino em nós.  

Alguns praticantes modernos de xamanismo preferem usar este tipo de som em vez do tradicional tambor por lhes transmitir uma sensação mais 'intima-funda' desse 'contacto'.

 
O som do Digeriddo acompanhado por Sonhos gráficos e simbólicos


Para os aborigenes no tempo mitico e longinquo os Grandes Ancestrais (animais-seres-humanos-gigantes) viviam na Terra.

Onde eles eram amados nasciam fontes, onde eles se sentavam, onde eles desapareciam surgiam grutas, crateras e os caminhos que eles percorreram transformaram-se em rios e cadeias de montanhas. 

Conta a tradição que os Grandes Ancestrais desapareceram depois de uma chuva de meteoritos, deixando para trás a Lei (=como nós os humanos devemos tratar-governar a Terra).

Lei essa, que em cada um dos seus aspectos especificos, deve ser transmitida de geração em geração através dos Sonhos.

A Lei indica ao homem o seu papel de Guardião do Planeta, de 'ajudante' do Criador. 

Os Sonhos transmitem o que se passou desde a Criação, no tempo mitológico, e a cada sonho corresponde um local concreto, um som especifico com seu ritmo, a canções, a um grafismo simbólico, a pinturas corporais e na areia, a danças.

     Sonho da Formiga do Mel  
As galerias subterraneas feitas pelas formigas do mel, todas se juntam ao centro, debaixo da árvore.


São esses Sonhos que ainda hoje os artistas aborigenes retratam em suas telas em pinturas acrilicas para os salvarem do esquecimento para as futuras gerações.

Sonhos que entram e saiem da terra, que circulam pelos rios, que viajam pelo mundo aéreo e subterrâneo, que unem a matéria a plantas, animais a humanos.

Sonhos são uma espécie de Via de Comunicação do mato ( Bush telephone) entre seres que lhes permite se comunicarem á distância, de se entenderem e falar em silêncio, mesmo a centenas de kilometros uns dos outros. 
  
Alguma relação entre estes Sonhos e os nossos sonhos a dormir ?

Um sábio aborigene disse que é preciso estudar na Unviversidade do mato, anos a fio e talvez um dia se tenha a resposta....                 


 DITOS ABORIGENES

 
Um dia não haverá homem branco e homem preto, seremos todos Um.

Cantando os espiritos vivem e nos mantêm vivos. 
Eles não estão mortos, continuam a vir á terra desde sempre.
O Sonho não acabou, o que se passou, ainda se passa e passará. 

Os homens nascem e morrem mas a Lei não muda. 

A terra vive e nos fala noite e dia.

Há qualquer coisa, lá, dentro,
não se sabe o que é, alguma coisa,
como um motor, uma potência,
muita potência, que trabalha muito, que empurra.
Olha, o teu Sonho está lá,
é uma grande coisa, não o largues,
Todos os Sonhos vêm de lá.
  

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