VI . CAVALGANDO O BOI PARA CASA
PROSA
A luta terminou, `ganho" e "perda" não
mais o atingem. Ele assobia a canção
rustica dos lenhadores e montanheses,
e toca as singelas cantigas das crianças
da aldeia. Cavalgando o Boi, ele
serenamente olha para as nuvens acima.
Sua cabeça não mais se volta (na direcção das tentações ).
Mesmo que tentem com todas as forças, não mais o moverão .
POEMA
Cavalgando livremente como o ar,
ele alegremente se dirige para casa,
através das névoas do entardecer,
usando um grande chapéu de palha e uma capa.
Onde quer que vá, surge uma brisa fresca,
Enquanto que em seu coração uma profunda tranquilidade prevalece.
0 Boi nem sequer precisa de mais capim.
COMENTÁRIO
Neste estado, não há mais rapaz no dorso do boi, nem boi que leve o rapaz.
É a harmonia completa, não é mais necessario conduzir o boi, ele se conduz a si mesmo.
É um estado maravilhoso mas tem alguns perigos ainda , existe ainda um Boi que caminha sem olhar para trás ,o que é bom ,mas existe também um Eu que olha para o Boi (Eu verdadeiro) e que se acha num estado de paz tal que pode ter 'vaidade' ou 'orgulho' nesse estado e é preciso dizer continuamente que ' ainda vamos a meio do caminho e é preciso continuar e preservar na prática diaria '. Queremos voltar a casa, estamos no caminho certo mas ainda não chegámos lá.
É uma fase onde se alcança uma percepção dos fenomenos sem nos prendermos a eles com Desprendimento total para com sonhos, ilusões , reflexões , ideias conceptuais.
A existencia ciclica deixa de ter significado e a Perfeição deixa de ser uma meta.
Deixam de existir metas , ausencia de angustia , serenidade interior.
Noções de ‘Eu’ , de ‘Outros’ deixam de existir assim como concepções de existencia e não-existencia .
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